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André Müller de Mello
- data ou período de nascimento: 17/01/1975
- gênero: Masculino
- cor / raça: Prefiro não declarar
- local de nascimento: Brasil / Rio De Janeiro / Rio De Janeiro
- local de moradia atual: Brasil / São Paulo / São Vicente
- grau de escolaridade: Doutorado
- religião: Umbanda
- profissão: Biólogo
- ocupação atual: Educador no Engenho dos Erasmos (USP)
sobre
André Müller de Mello nasceu no Rio de Janeiro, em janeiro de 1975. Ainda criança, por conta do trabalho do pai, se mudou com a família para São Paulo. Durante a infância, conciliou os estudos aos momentos de lazer, seja em visitas aos cavalos do Clube Hípica de São Paulo, seja nas viagens ao Rio de Janeiro para a casa da avó materna. Cursou Biologia na Universidade de Mogi das Cruzes e em seu primeiro ano lá, tornou-se bolsista do Centro de Monitoramento Ambiental da Serra do Itapeti. Ao terminar o curso, trabalhou durante três anos em uma rádio comunitária. Se mudou para Belém do Pará, para estar junto de sua companheira de vida, Cláudia, e tornou-se pai de Beatriz. Após um período desempregado, retornou para São Paulo para trabalhar com os pais e logo em seguida, ingressou como educador do Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos, função que exerce até hoje. Foi também professor durante quase quinze anos do ensino médio e ensino técnico profissionalizante.
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minhas histórias
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histórias sobre mim
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coleções
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Reencontrando-se com as próprias memórias
Personagem: André Müller de MelloAutor: Museu da Pessoa
Caminhos da memória (que passam pelo coração)
data (ou período): Ano 2021 Imagem de:André Müller de Mello
Estuário de Santos visto do cassino
data (ou período): Ano 2019 Imagem de:André Müller de Mello
Observação de Aves no Engenho dos Erasmos
data (ou período): Ano 2015 Imagem de:André Müller de Mello
Encontro de Observação de Árvores e Aves no Engenho dos Erasmos
data (ou período): Ano 2017 Imagem de:André Müller de Mello
Invenções do meu pai
Segundo André, seu pai Soriano, na época, estava vidrado por fotografia e tinha comprado uma máquina Nikon (F3 Prototype). Na noite da fotografia, quando o pai chegou em casa do trabalho, André e sua irmã Adriana estavam na cama brincando com a mãe Maria Nazaréth. Soriano largou a pasta, pegou a máquina, tirou os sapatos e ficou em pé na cama. Tirou várias fotos dos três, inventando possibilidades e pedindo arranjos e poses. Foi a única fotografia que sobrou do ensaio inesperado. André tem um grande carinho por este registro, pois lembra da alegria que estava sentindo.
O Cansado e o Contrariado
“Outros desafios surgiram e este, da mudança tempestuosa, agora me parece até suave e pequeno. “ O pai de André, Soriano, em virtude do Alzheimer e por morar sozinho na época, demandava cada vez mais atenção e cuidados. Por conta disso, André conta que foi fundamental trazê-lo para perto, pois o pai morava num bairro afastado. Havia muita relutância, contra a mudança para o novo apartamento, tanto quanto lutou com a doença. O momento da fotografia, para André, era uma experiência mista de sensação de vitória, pois já estávamos morando na mesma rua, numa rotina mais adequada e saudável para ambos, mas também, de exaustão da luta que foi para convencê-lo e auxiliá-lo na adaptação.
Celebrando meu aniversário
No aniversário de André em 2019, enquanto sua esposa, Cláudia Müller e a filha estavam em Belém para acompanhar o tratamento de uma familiar, André foi celebrar e jantar com os pais. Segundo André: “Agora, legendando a imagem, é estranho pensar que um ano depois já estaríamos prestes a entrar em quarentena. Tão longa e angustiante quarentena, que mudou a perspectiva de tudo. Mudou até a cor do mundo, esse luto coletivo. Sobrevivemos, transformados, violentados. Viva a vida! Um brinde às vidas plenas, seguras. E outro brinde à empatia e ao respeito.”
Caminhos da memória (que passam pelo coração)
O (re)encontro emocionante entre o pai de André (Soriano) e sua irmã (Adriana), após quase dois anos sem poder vir, por conta da pandemia. Segundo André: “Havia uma angústia no ar. Tudo indicava que nosso pai não a reconheceria mais, pois está num estágio avançado do Alzheimer. Preparamos nossos corações para um reencontro difícil, estranho e desconcertante, mas ocorreu o oposto. Foi espetacular, tocante, inesquecível presenciar o semblante do meu pai externalizando, em tempo real (porém num tempo todo dele, meio em câmera lenta) as memórias brotando, os afetos explodindo, uma agitação boa vindo à tona. Ele entendeu TUDO o que importava: ela era muito amada, era uma pessoa querida e importante que vinha de bem longe, só de vez em quando. Sua presença significava um momento bem especial, portanto, e os próximos dias desfrutados junto a ela não seriam nada triviais. Todo o resto é detalhe e aprendi muito presenciando aquele abraço apertado e demorado dos dois. Esta foto é de um passeio que fizeram no dia seguinte. “
Parceiros de vida
André e Cláudia celebrando seus 21 anos de casamento. André se declara: “Grande amor, parceira maravilhosa, história linda que temos escrito juntos. Sou muito grato e tenho orgulho das nossas escolhas. Um amor bom, pacífico, livre e generoso.”
Viagem para Serra Negra
André durante uma viagem marcante que ele, a esposa e filha fizeram para Serra Negra, em São Paulo. Ele conta que, na ocasião, estava passando por um grande aperto financeiro, endividado e sem passear havia um bom tempo. “Foi alentador conhecer uma cidade nova, explorar, mudar de ares, mesmo que não estivéssemos muito longe de casa. Fomos com amigos queridos e dividimos um chalé em um hotel-fazenda. Nossa filha, Beatriz, alheia às angústias financeiras e à falta de otimismo, alimentou nossas forças com a alegria que os filhos mostram apenas por estarmos passando um tempo juntos, em exploração. A mãe clicou a cena em que havíamos acabado de descobrir um salão de jogos. Eu e nossa filha experimentamos, como duas crianças, o que havia lá para jovens e adultos, compartilhando saberes nessa troca carinhosa que a imagem captou tão bem. Não que eu soubesse exatamente o que estava fazendo, pois nunca joguei muita sinuca, isso era coisa do meu pai. Eu estava mimetizando os movimentos que vi tanto meu pai fazer. Eu sabia apenas o suficiente para que minha filha prestasse atenção em mim como se eu fosse um expert e, juntos, tentamos encaçapar algumas bolas num abraço gostoso de admiração, amor e fuga. Nós três temos grande carinho por essa foto e pelas lembranças que traz. “
Abraço de 147 metros
Abraçados, André e sua filha, Beatriz, no Monte Serrat, em Santos. A ocasião da fotografia, em 2019, trata-se de uma visita em família, na qual André recebeu duas cunhadas e seu sobrinho de Belém do Pará na cidade e os levou para passear. A fotografia foi tirada por João, o melhor amigo do primo de Beatriz.
Estuário de Santos visto do cassino
A filha de André, Beatriz, admirando vista do Estuário de Santos. Ao fundo é possível ver Vicente de Carvalho, o Monte Cabrão e a Serra do Mar.
Meu pai, bem antes de mim
O pai de André, Soriano velejando. André comenta que não sabe ao certo os detalhes do registro, mas acredita que talvez o pai estivesse na Praia de Boa Viagem, com o Monumento Natural dos Morros do Pão de Açúcar e da Urca ao fundo. Apesar de um ótimo contador de histórias na família, Soriano nunca gostou de contar as memórias da sua infância e juventude. André se pergunta como ele aprendeu a velejar, por onde esteve, como e quando comprou o barco e qual destino deu a ele, e sobretudo, se emociona por ter a oportunidade de eternizar um pouco da trajetória do seu pai.
Soldado quase anônimo
O pai de André, Soriano, durante a juventude, época em que esteve no exército.
Arejando as ideias
O momento mais importante do dia do pai de André, Soriano, é a caminhada na praia. Seus olhos brilham, sua mente fica alerta, o discurso fica menos desconexo, o humor torna-se borbulhante, a atenção cresce exponencialmente. Nada é capaz de desmotivá-lo, a alegria dele é contagiante e é possível conectar-se a ele de forma surpreendente! André conta que: “é como levar uma criança, pela primeira vez (todos os dias em que não chove) ao zoológico ou ao circo. Instaura-se uma magia no ar, ele diz coisas fofas, elogiosas, agradece, sente-se vivo e pleno e, certamente, nós também. É um momento de trégua na luta diária, um momento de paz.”
Observação de Aves no Engenho dos Erasmos
A imagem registra uma aula prática de observação de aves, conduzida pela ornitóloga Sandra Regina Pardini Pivelli, Msc. da Secretaria de Meio Ambiente do Município de Santos, no Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos. Foi a primeira de duas edições do curso de difusão cultural “Observação de Aves como Prática Conservacionista”, uma das inúmeras iniciativas viabilizadas através de convênio entre a USP e a Prefeitura de Santos. André comenta: “Lembro bem que neste dia tirei inúmeras fotos, pois a luz estava incrível, o clima ameno e as aves, exibidas, apareceram bastante, marcando o início de quatro finais de semana fantásticos de trocas e boas surpresas. “
Ruínas Quinhentistas
O Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos – Base Avançada de Pesquisa, Cultura e Extensão da USP – é um órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo, situado na divisa entre os municípios de Santos e São Vicente, no estado de São Paulo. Por tratar-se da mais antiga evidência física preservada da colonização portuguesa em território brasileiro, tendo sido erguido em 1534, o local constitui complexo arquitetônico único em território brasileiro. O remanescente do antigo engenho encontra-se em posição privilegiada, como bem tombado nas instâncias federal (1963), estadual (1974) e municipal (1990). Pesquisadores de diversas áreas, ao longo das últimas cinco décadas, atestaram distintas características históricas, arqueológicas, arquitetônicas, ambientais e geológicas que aludem à sua excepcionalidade enquanto representante icônico da conexão étnico cultural ameríndio/europeia/africana. A expedição de Martim Afonso de Souza e a fundação da Vila de São Vicente, em 1532, marcam o início da manufatura açucareira de larga escala no Brasil. A construção deste e de outros engenhos de açúcar na região testemunham esse propósito.
Dois tempos
Em primeiro plano, vemos detalhe das ruínas do Engenho dos Erasmos, hoje Monumento Nacional triplamente tombado e sob a guarda a USP. Em segundo plano, parte da Base Avançada de Pesquisa, Cultura e Extensão Universitária da USP, sede da equipe com auditório, área expositiva, biblioteca e reserva técnica.
Encontro de Observação de Árvores e Aves no Engenho dos Erasmos
Em junho de 2017, os Encontros de Observadores de Árvores e Aves, até então realizados no Orquidário Municipal de Santos, foram transferidos e adaptados para o contexto do Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos (Santos, SP). Os participantes tinham a oportunidade de utilizar binóculos disponibilizados pela instituição para prática de observação contemplativa, conduzida pelos biólogos Sandra Regina Pardini Pivelli (ornitóloga vinculada à Semam Santos) e André Müller de Mello (educador junto ao Engenho dos Erasmos).
Moenda do tempo
Fotografia realizada do interior do Pavilhão Saia (em homenagem ao arquiteto Luís Saia, responsável pelo tombamento federal do sítio arqueológico), estrutura principal dos remanescentes, onde provavelmente ficava a moenda do engenho.
Moenda do tempo II
Fotografia realizada do interior do Pavilhão Saia (em homenagem ao arquiteto Luís Saia, responsável pelo tombamento federal do sítio), estrutura principal dos remanescentes, onde provavelmente ficava a moenda.
Arquitetura como peso e medida
O Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos é um órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo, situado em Santos (SP). É a mais antiga evidência física preservada da colonização portuguesa em território brasileiro (1534). No canto superior esquerdo da imagem, vemos o Pavilhão Saia (em homenagem ao arquiteto Luís Saia, responsável pelo tombamento federal do sítio) e, no canto inferior direito, parte da Base Avançada de Pesquisa, Cultura e Extensão Universitária, sede da equipe ligada ao Monumento Nacional. O edifício é assinado pelo Prof. Dr. Júlio Roberto Katinsky, docente aposentado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. André explica que a sede, centro de visitantes, está propositalmente em cota inferior às ruínas, simbolicamente lembrando a todos nós o que realmente estamos fazendo lá, diariamente. Nossa missão principal é preservar o patrimônio.
Ruínas
André conta que nas décadas de 1990 e 2000, as escavações arqueológicas evidenciaram partes significativas do Monumento Nacional Ruínas Engenho São Jorge dos Erasmos, ajudando a construir novos conhecimentos acerca da ocupação humana na região. Na imagem vemos, em primeiro plano, estruturas remanescentes do engenho fortaleza, erguido em 1534, com rochas sobrepostas em encaixe perfeito, unidas por argamassa produzida através da técnica de cal de conchas, provavelmente provenientes de um sambaqui próximo.
Reivindicar titularidade
Caso deseje reivindicar a titularidade deste personagem (“esse sou eu!”), nos envie uma justificativa para o email atendimento@museudapessoa.org explicando o porque da sua solicitação. A partir do seu contato, a área de Museologia do Museu da Pessoa te retornará e avançará com o atendimento.