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Por: Museu da Pessoa, 23 de agosto de 2007

Quando a rua era a minha casa

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Quando a rua era a minha casa

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Meu nome é Jefferson, nasci em 1991, moro em Praia Grande. Meu pai é pintor de quadros, artista plástico. Ele pinta quadro mesmo. Paisagem, Paris, palhaço. Minha madrasta pinta flores. Copo-de-leite, esses negócios. Negócio que só eles entendem. Eu não sou muito chegado, não. Não nasci com o espírito mesmo. Meu negócio é esporte. Meu sonho é ser bombeiro.

Estava em casa, meu irmãozinho estava para nascer, só que eu fui lá querendo enfeitar o berço dele, pequeno, queria enfeitar o berço dele. Coloquei umas bexigas, eu era gordinho, quebrei o berço todo dele com o meu peso. Aí eu fiquei com medo. Porque antigamente meu pai batia, agora ele não bate mais, não. Aí eu quebrei, fui pra rua.

Eu conheci os moleques que eram de São Paulo, da rua, eu fui para São Paulo. Primeiro lugar que eu cheguei lá foi um abrigo, que a polícia nos pegou em Embu-Guaçu, que nós subíamos de trem cargueiro mesmo. A gente ficou no cargueiro oito horas até chegar a São Paulo, por causa das paradas dele. Cheguei a Embu-Guaçu, a polícia nos pegou e me levou para um abrigo no centro de São Paulo. Aí já comecei a desenvolver. Fugi com um moleque e fui pra rua, pra Praça da Sé. Da rua, comecei a conhecer outros lugares que eu nunca vi na minha vida: Anhangabaú, República, Santa Cecília, o centro todo. Comecei a cheirar tíner, a fazer coisas que eu não gostaria de fazer.

Eu fui com dez anos pra rua. Cheirava tíner, mas nunca roubei. Eu já roubei uma vez na rua, mas nunca cheguei a roubar todo dia. Eu aprontei uma vez, umas três, quatro vezes na rua, mas nunca... Fui preso também.

Tinha o Professor Garrido, que ele tinha uma academia embaixo da ponte. Uma vez os moleques falaram: “Vamos lá na academia.” Falei: “Que academia é essa?” “De boxe.” E eu falei: “Vamos lá, sim.” Aí estava todo mundo loucão. Pegamos e fomos, fica lá no Anhangabaú mesmo. Fomos, tudo, ele falou: “Quem é você?”...

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