Celeste Leal nasceu em 1980, na cidade de Itanhomi, próximo a Governador Valadares. Celeste mudou-se para Betim com seus pais quando tinha um ano de idade. Depois se mudaram para o bairro Santa Efigênia, onde moraram por volta de dois anos. Logo após esse período, em busca de uma vida financeira de baixo custo e mais tranquila, sua família mudou-se para o bairro Baronesa, que já conheciam, pois tinham parente que lá morava.
Celeste foi marcada pela insatisfação em mudar-se constantemente de um lugar para o outro. A realidade da educação e do transporte coletivo de Santa Luzia foram questões que a preocupavam muito ainda quando era criança, para ela foi um choque de realidade. Sua primeira escola foi a Lucia Viana Paiva, instituição municipal bastante precária. Era tudo muito velho, dizia. Celeste sentiu um grande abalo causado pela destruição dos locais que frequentava, viu seu passado e o de muitos outros moradores desmoronar. Antigamente, ela brincava muito na rua, fazia piqueniques nas chácaras e podia ir sozinha para a escola.
Segundo ela, o espaço onde está situado o Instituto Federal de Santa Luzia era uma cascalheira, um local devastado, perigoso, e de rivalidade entre as gangues do bairro Baronesa e Londrina. A implantação do CAIC nesse terreno foi uma verdadeira salvação. Diminuiu a rivalidade e o desconforto entre as pessoas, pois antes os moradores evitavam até mesmo passar perto do local após um certo horário. Ali, funcionava uma escola infantil destinada a moradores do bairro Londrina, porém, por ser a única biblioteca da região, era acessada por todos os estudantes das escolas próximas.
O antigo CAIC foi palco de muitas memórias para Celeste. Ela relembra a festa de 15 anos da sua cunhada. Houve também formaturas, crismas, um centro de saúde, Conselho Tutelar e um Conselho da Mulher. Os moradores tinham uma relação muito intimista com o espaço, pois ele funcionava como uma junção entre os bairros, era...
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Celeste Leal nasceu em 1980, na cidade de Itanhomi, próximo a Governador Valadares. Celeste mudou-se para Betim com seus pais quando tinha um ano de idade. Depois se mudaram para o bairro Santa Efigênia, onde moraram por volta de dois anos. Logo após esse período, em busca de uma vida financeira de baixo custo e mais tranquila, sua família mudou-se para o bairro Baronesa, que já conheciam, pois tinham parente que lá morava.
Celeste foi marcada pela insatisfação em mudar-se constantemente de um lugar para o outro. A realidade da educação e do transporte coletivo de Santa Luzia foram questões que a preocupavam muito ainda quando era criança, para ela foi um choque de realidade. Sua primeira escola foi a Lucia Viana Paiva, instituição municipal bastante precária. Era tudo muito velho, dizia. Celeste sentiu um grande abalo causado pela destruição dos locais que frequentava, viu seu passado e o de muitos outros moradores desmoronar. Antigamente, ela brincava muito na rua, fazia piqueniques nas chácaras e podia ir sozinha para a escola.
Segundo ela, o espaço onde está situado o Instituto Federal de Santa Luzia era uma cascalheira, um local devastado, perigoso, e de rivalidade entre as gangues do bairro Baronesa e Londrina. A implantação do CAIC nesse terreno foi uma verdadeira salvação. Diminuiu a rivalidade e o desconforto entre as pessoas, pois antes os moradores evitavam até mesmo passar perto do local após um certo horário. Ali, funcionava uma escola infantil destinada a moradores do bairro Londrina, porém, por ser a única biblioteca da região, era acessada por todos os estudantes das escolas próximas.
O antigo CAIC foi palco de muitas memórias para Celeste. Ela relembra a festa de 15 anos da sua cunhada. Houve também formaturas, crismas, um centro de saúde, Conselho Tutelar e um Conselho da Mulher. Os moradores tinham uma relação muito intimista com o espaço, pois ele funcionava como uma junção entre os bairros, era aberto a todos. O CAIC ficou desocupado e abandonado por um bom tempo, mas, enquanto isso, havia a esperança da abertura de uma faculdade no local. Após descobrir que um dos cursos superiores ofertados seria o de Arquitetura e Urbanismo, o qual sempre sonhou cursar, Celeste começou a estudar e passou no vestibular, sendo assim uma das primeiras alunas do IFMG Campus Santa Luzia.
Texto a partir do relato de Celeste Maria Leal Oliveira em entrevista realizada em maio de 2017
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