Nasci em 1955 e morei no Alto da Vila Maria até me casar na igreja da Candelária. no ano de 1980, quando então mudei para o tradicional bairro da Moóca, onde recebi o maior presente da minha vida, que foi o nascimento do meu único filho, em 1985. Mas foi lá na Vila Maria, mais precisamente na ...Continuar leitura
Nasci em 1955 e morei no Alto da Vila Maria até me casar na igreja da Candelária. no ano de 1980, quando então mudei para o tradicional bairro da Moóca, onde recebi o maior presente da minha vida, que foi o nascimento do meu único filho, em 1985. Mas foi lá na Vila Maria, mais precisamente na Rua Sargento Agostinho Ferreira, que dei meus primeiros passos e aprendi tudo com meus pais, Attilio e Wilma, na arte de viver. Essa rua fica próxima a Praça da Alegria, do ônibus "verdinho", 255, e foi nele que conheci minha esposa.
Rua do açougue do Sr. Júlio, dos mercadinhos do Sr. Fernando e do Sr. Zacarias e do "bar do bilhar". Rua de brincar de peão, cela, carrinho de rolimã, bolinha de gude, salva, mãe da rua e do futebol que sempre foi o que mais gostava a qualquer hora do dia e da noite (depois que ela foi iluminada em meados dos anos 70) e de tantas outras brincadeiras de infância. Eu não gostava mesmo era da “época das pipas”, porque o céu se cobria delas e nas partidas de futebol no meio da rua, valendo flâmulas, muitas vezes o jogo era interrompido por causa delas (pipas), que caíam aos montes sobre nossas cabeças...
Rua de ótimos vizinhos. Meus tios/tias/primos e primas Thomé e Mantovani que eram como irmãos (e são até hoje), além das vizinhas Dona Benedita, Eunice, Izabel, Arnaldo, Tereza, Cida, Zé Capacidade e tantos outros... Rua que faltava água muitas vezes e tínhamos que ir até a casa da Dona Tereza buscar água do poço. Fazia parte e era até divertido. Lugar que, ainda criança, brincava no abacateiro em frente a minha casa e de lá, com uma panorâmica privilegiada, ficava vendo o trem passar lá pelos lados da Penha.
Seguia a pé primeiro na Escola Leão XIII (Rua Maria Goretti) e depois no extinto colégio de madeira Duque de Caxias, que trazia no bolso da camisa branca, a lista correspondente ao ano em que estava cursando, se 1º ano, uma lista. 3º ano, 3 e assim até a 5ª e última série. Lembro bem dos professores Walter que era uma ótima pessoa, mas quando nervoso, até a ponta do nariz dele ficava avermelhada... e da querida e compreensiva professora Dona Tereza.
Cortava meus longos cabelos no Sr. Carlos, perto do carvoeiro, ali na Biquinha, que tinha esse nome por ter uma bica de água potável que passava na lateral do tradicional time de futebol, o Duque de Caxias, "rival" do meu querido e inesquecível Chavantes, de: Marcos - Da Guia (Hamilton), Miguel, Emilio e Renée - Peri, Paulinho e Saci (o melhor meio de campo que já vi jogar) - Tita, Velho e Hélio - técnico: Milk (Mickey) Contra o Duque de Caxias, disputamos verdadeiros clássicos inesquecíveis na década de 70. Lotava, fervilhava de gente nos barrancos para assistir sempre a essa tradicional rivalidade. Nesse mesmo campo jogavam também o Vera Cruz, o Juventus e, um pouco mais abaixo, outro campo que ficava depois do colégio Julio Maia, que eram do Birigui e do Rio Claro.
Percorrendo pela Av.Alberto Bighton, tinha o "balão do bonde", ou Praça Cosmorama e eu cheguei a ir de bonde com a minha mãe, algumas vezes, visitar minha tia Rosa, no bairro da Barra Funda. Lá também tinha o famoso bar e pizzaria do Pirillo. Com meus amigos Renée, Miguel (primo/irmão), Hamilton e Marcos, muitas vezes "rachávamos" a pizza e a Tubaina" e caminhávamos atrás de um bailinho perto da Biblioteca, praça J.J.da Nova (padaria Bole Bole), na sede social do Chavantes no Beira Mar, onde tinha uma doceira muito famosa que era ajudada por seus filhos. As Lojas “Biancalana” e de botões e zíperes do Oswaldinho da Casa São Jorge, amigo do meu pai que jogou futebol com ele no S. C. Corinthians Paulista nos anos 40. Mas os melhores bailinhos foram mesmo os de fundo do quintal, com nossa vitrola Delta, ao som do Johnny Rivers, The Beatles, Roberto Carlos e outros da época, na casa da amiga Sonia, onde tinha a presença constante das também amigas Ângela, Marina, Gilce e do Zé Ferreira, Agnelo, Horácio, João e poucos outros, mas era diversão garantida.
Minha rua demorou a ser asfaltada e não faltavam cortes de vidros e de pregos nos pés e lá íamos à farmácia do Sr. Roque para tomar vacinas. Bons tempos vividos na Vila Maria, do cine Singapura, dos vários e vários escadões existentes, do Clube Thomas Mazzoni, que foi onde aprendi a nadar, do colégio Duque de Caxias, da Rua Sargento Agostinho Ferreira, do abacateiro, dos vizinhos, dos professores, do inesquecível Chavantes, do barbeiro, da Biquinha, do bonde da Cosmorama, do açougueiro, do “passeio” de todas as sextas-feiras na feira com minha mãe lá na Rua 20 (Rua Moreira de Vasconcelos), nas entregas das TVs consertadas pelo meu pai com seu Jeep pela Vila Maria que sempre terminava num bom papo com seus amigos e fregueses. Pois é, Jânio Quadros foi mesmo muito sábio em fincar sua base eleitoral em um lugar assim!Recolher