No dia 20 de outubro de 1991, sábado, as nove horas da manhã, nascia Luiz Guilherme. Meu irmão caçula. O parto foi muito complicado e demorado, e graças a uma pessoa que realmente estava preocupada com a situação de sofrimento da minha mãe, meu irmão nasceu. Nasceu pra me ensinar que sozinh...Continuar leitura
No dia 20 de outubro de 1991, sábado, as nove horas da manhã, nascia Luiz Guilherme. Meu irmão caçula. O parto foi muito complicado e demorado, e graças a uma pessoa que realmente estava preocupada com a situação de sofrimento da minha mãe, meu irmão nasceu. Nasceu pra me ensinar que sozinha eu não sou uma pessoa inteiramente feliz.
Minha mãe conta que na sua gravidez eu cantava e contava histórias para o meu irmãozinho, e que ele deveria gostar muito de mim por que sempre se mexia toda vez que me escutava. Nos meus três anos eu escolhi seu nome mesmo não conseguindo pronunciar, e sendo assim, escolhi também seu apelido: Lugui.
Tinha (e ainda tenho) muito ciúmes de quem chegava perto do meu pequeno irmão. Ajudava minha mãe a cuidar dele, e até os dias de hoje, continuamos cuidando do nosso pequeno, que hoje está com 23 anos e 1,85 de altura.
Quando eramos crianças gostamos de brincar juntos, claro que em alguns momentos brincávamos sozinhos, mas a maior parte do tempo estávamos juntos, fosse pra brincar ou brigar.
Haaa brigar, como a gente fazia isso bem, e ainda fazemos.
Que saudades dos tempos de criança.
Dos tempos das artes, que só ele se machucava.
As idéias eram minhas, deve ter sido por isso.
Uma vez brincando na garagem de casa, eu na bicicleta e ele de patins, resolvi que eu o puxaria com a bicicleta e ele seguraria na parte de ferro da roda traseira, não deu outra, quando dei o impulso e meia pedalada ele já estava chorando, olhei para trás e seu dedo anelar estava sangrando e a ponta do dedo pendurada. Não precisei nem chamar a minha mãe, o grito de dor dele fez isso por mim. Que dó que eu tive, e me sentia a pior irmã por te-lo machucado. Fora a vez que estávamos brincando de tazos, aqueles que vinham nos salgadinhos, e ele tropeçou e cortou a cabeça no braço do sofá. Nessas duas situações, ele levou pontos, e foi mais corajoso que eu e minha mãe juntas.
Sempre mostrou muito carinho, carência, curiosidade e muita inteligencia. Com o passar dos anos, algumas coisas mudaram, mas a sua determinação de mostrar para todos que era capaz de fazer qualquer coisa não diminuiu. Sempre admirei esse empenho.
Claro que não é só de coisas boas que vivemos. Tivemos momentos tristes, de superação, mas nada impediu que ele perdesse o foco de uma vida melhor, tanto financeiramente quanto espiritualmente.
Irmão, muito obrigada pelas coisas que fez por mim.
Obrigada por ser sincero (as vezes até demais), por me alertar, e por saber o que é bom pra mim, por exemplo: doces!Recolher