Uma rede do bem: artesãs e produção de máscaras

Hemilly Gariglio de Albuquerque, 32 anos, é moradora da Rocinha desde seu nascimento. Tem dois filhos, um de 06 anos e outro de 11 anos. É professora formada de educação infantil. Ela conta que sua mãe e sua amiga decidiram produzir algumas máscaras com sobras de tecido para doação aos moradores da Rocinha. Elas aprenderam na internet o modelo recomendado e a Hemilly, por não ser do grupo de risco, ficou responsável por fazer as entregas nas ruas. Ela aceitou por afirmar que tinha muita dificuldade de ficar sem fazer nada no isolamento. Após divulgar a ação nas redes sociais, surgiu um contato com a Carolina, pessoa de fora da comunidade, que estava criando o projeto Doe Máscaras e procurava costureiras para trabalhar no projeto com um valor simbólico. Hemilly conta que tinha ganhado uma máquina de costura da mãe há mais de um ano e já tinha feito um curso de costura, mas não levava jeito para a área. Assim, ela ajudava nos arremates das máscaras, ajudando sua mãe  Ela resume que o mais fantástico da experiência foi a rede de solidariedade criada entre os moradores de se ajudarem, ela atribui essa facilitação ao poder das redes sociais de ajudar na mobilização.  O trabalho voluntário que parecia ser apenas temporário se tornou uma atividade para a família que se redescobriu nesse processo. Hemilly conta que cresceu muito nesse processo e aprendeu o que queria aprender a tempos, a costurar. A produção de máscaras foi uma atividade terapêutica para elas enfrentarem os desafios psicológicos das consequências da pandemia.