Projeto Correios 350 Anos
Depoimento de Christina Habli Brandão Dutra
Entrevistada por Márcia de Paiva
Rio de Janeiro, 23/11/2013
Realização Museu da Pessoa
BRA_CB020_Christina Habli Brandão Dutra
Transcrito por Mariana Wolff
MW Transcrições
P/1 – Chris, gostaria de começa...Continuar leitura
Projeto Correios 350 Anos
Depoimento de Christina Habli Brandão Dutra
Entrevistada por Márcia de Paiva
Rio de Janeiro, 23/11/2013
Realização Museu da Pessoa
BRA_CB020_Christina Habli Brandão Dutra
Transcrito por Mariana Wolff
MW Transcrições
P/1 – Chris, gostaria de começar pedindo que você nos diga seu nome completo, local e data de nascimento.
R – Christina Habli Brandão Dutra, nasci em Brasília, dia 24 de março de 79.
P/1 – Habli, qual é a origem?
R – Árabe.
P/1 – Árabe? Seu pai ou da sua mãe?
R – Minha mãe, a minha avó, o pai dela veio da… eu não sei direito de qual região, mas é dessa descendência (risos).
P/1 – E ela manteve um pouco das tradições da…
R – A gente come… ela faz kibe, enfim, algumas coisas da culinária, a gente tem.
P/1 – Passada da mãe dela…
R – Oi?
P/1 – Essa tradição foi passada pra mãe… da vó dela, né?
R – É! Minha avó que passou pra minha mãe e a minha mãe sabe fazer e ai, a gente tenta aprender, mas ai, a gente tem… é mais essa questão da… é mais a culinária mesmo.
P/1 – Você conheceu a sua avó?
R – Conheço! Ela é viva.
P/1 – Ah, ela é viva? Que bacana!
R – Ela é viva.
P/1 – E ela também te conta alguma coisa da vó dela, tem essa…?
R – Conta pouco, ela conta mais dos pais dela, né? Que ela tem uma… não sei mais quantos irmãos ela tem, mas naquela época que tinha assim, muitos irmãos, dez irmãos e ai, ela logo depois, ela foi pra um colégio interno e ai, ela ficava num colégio interno durante a semana, eu não lembro se era de 15 em 15 dias que ela ia pra casa, e ai era o momento que ela tinha pra estar com a família e ai, com o pai dela, com a mãe dela, com os irmãos.
P/1 – E era onde?
R – No Rio.
P/1 – No rio?
R – Aqui no Rio.
P/1 – Ela ainda mora aqui, ou mora lá em Brasília?
R – Não, ela foi pra Brasília na época da fundação da cidade. E ai, já foi com o meu avô, e ai, eles foram morar em Brasília naquela época, minha mãe já era nascida, minha tia Nanci também e a tia Claudia nasceu lá em Brasília.
P/1 – Então, a família é grande, a sua?
R – Não grande que nem antigamente, mas é, uma família grande, pra hoje, pros tempos de hoje, ela é grande.
P/1 – E você tem irmãos?
R – Tenho uma irmã.
P/1 – Mas você vê a diferença, né?
R – É, é bem diferente!
P/1 – E me diga como é que foi crescer em Brasília?
R – Eu costumo dizer que Brasília é uma cidade muito boa assim, pras pessoas que são de fora, elas vão pra lá e elas criticam, falam de inúmeras coisas, mas eu acho que Brasília tem… ela é uma cidade bonita, ela é uma cidade que tem um céu inacreditável, que não é em qualquer cidade que você consegue ter essa contemplação da natureza, né, e é uma cidade…
P/1 – Um pôr do sol lindo!
R – Um pôr do sol lindo, uma arquitetura, enfim, e eu acho que pra mim, é uma cidade muito amigável, porque eu cresci lá, eu tenho amigos que são desde infância que continuam sendo meus amigos, então pra mim, continua sendo uma cidade muito acolhedora.
P/1 – E você estudou, como é que foi a sua formação?
R – Eu estudei… eu fiz o primeiro grau no colégio Madre Carmem Salles, um colégio católico e o segundo grau, eu fui pro Sigma, que é um colégio já… lá em Brasília, é um colégio grande. Eu passei no vestibular do CEUB e depois, eu fiz pós-graduação na FGV.
P/1 – Como é que você escolheu a sua profissão, o quê que te incentivou?
R – Eu fiz um teste vocacional, primeiro, eu não sabia. Eu acho que é muito… quando a gente tem que decidir o que a gente vai ser quando crescer, a gente é muito novo, a gente não tem muita consciência do que você quer, é muito sonho, né, você não sabe na real o quê que vai acontecer. E eu fiz o teste vocacional e saiu isso e eu acreditei e eu fiz.
P/1 – Mas foi dando certo, ficou contente também com a escolha?
R – Sim, com certeza. Tive uma crise também quando eu tava perto de me formar, que eu fiquei com dúvida: será que é isso que eu quero mesmo, será que não quero, pelo estilo de trabalho, tudo, mas ai depois, eu me formei, trabalhei em algumas agencias de publicidade, entrei nos Correios em 2004 e ai, enfim, eu já entrei nos Correios na área de comunicação, mas não trabalhando com publicidade. Na verdade, eu trabalhei mais com publicidade, que é a minha formação antes de entrar nos Correios, quando eu trabalhei nas agências.
P/1 – Qual foi o seu primeiro emprego, assim, que você considera emprego mais formal? É esse que você tá falando?
R – Eu trabalhei na Agnelo Pacheco, trabalhei na Giovanni DraftFCB, trabalhei em lugares menores também, antes disso.
P/1 – Desde que você se formou, já foi trabalhando, fazendo estagio?
R – Não, desde eu quando estava na faculdade, fiz vários estágios, não comecei a trabalhar só depois que formei, não. Eu entrei nos Correios depois de formada, mas durante a faculdade, eu fiz… trabalhei um pouco.
P/1 – E com publicidade em geral ou…
R – Não, eu era atendimento de agência, ai atendia os clientes, fazia campanha e eu gostava muito de fazer, mas era também… era muito desgastante, né, que assim, apesar de hoje eu trabalhar num lugar que assim, você também não tem muita hora, você tem que virar a noite, fazer algumas coisas, lá eu tinha que fazer isso, mas hoje eu tenho mais prazer no que eu faço do que aquela época.
P/1 – E como é que os Correios apareceram na sua vida?
R – Os Correios apareceram… eu tava desempregada e a minha tia falou pra mim: “Por que você não faz o concurso dos Correios?”, ai eu fiz. E ai… ai, quando eles me chamaram, eu já tava empregada na Agnelo Pacheco e eu acho que foi meio que… sabe quando as coisas são desenhadas? Na época… antes… quando eu fiz estagio, eu fiz estágio antes dois anos na Caixa Econômica e na época que eu tava pra ser chamada para os Correios, o Agnelo Pacheco tava fazendo a licitação da Caixa e o meu sonho era fazer atendimento da Caixa, porque enfim, comecei lá, de uma certa forma, só que ai, a Agnelo perdeu a conta, não ganhou a licitação e eu fui chamada para trabalhar nos Correios. Então, eu fico pensando que se naquela época, Agnelo tivesse ganho, eu não sei se eu teria vindo para os Correios.
P/1 – Teria ficado, né?
R – Eu acho que sim, se eu soubesse que eu seria atendimento, eu teria ficado.
P/1 – E ai, a tua primeira… qual foi a tua primeira tarefa assim, nos Correios? O quê que você foi fazer, qual foi o setor?
R – Trabalhei na ASCOM, que é a assessoria de comunicação de Brasília, da regional de Brasília e lá, eu trabalhava muito mais com a parte de jornalismo, com a parte de assessoria ao diretor regional do que publicidade especificamente, né, a gente fazia muita comunicação interna e ai, era muito mais material para endomarketing do que para o publico externo, publico externo era mais quando tinha algum evento, que ai tinha uma ação direcionada pra chamar a imprensa, né?
P/1 – E como é que foi a passagem pra publicidade, parte lá do patrocínio?
R – Do patrocínio? Ai, na época eu sai… eu sai pro departamento de vendas, que era área comercial, sai em 2007…
P/1 – Quer dizer, da ASCOM, você passou para o departamento de vendas, ainda teve essa passagem…
R – Isso, e ai do departamento de vendas que eu fui para o departamento de comunicação.
P/1 – E o departamento de vendas era complicado também, não? Era um trabalho…?
R – Não, eu gostava muito também, porque você consegue ter uma visão ampla da empresa, que a empresa, ela é viva, e ai, você consegue perceber quais eram as áreas de negócios que fazem a empresa estar mais viva, que dão mais lucro, que tem mais investimento, enfim, que você tem… na área comercial, você tem que trabalhar para que o lucro aconteça, e isso pra mim, foi muito importante, foi muito bom.
P/1 – Como é que é nessa parte de vendas, tem uma diretriz da presidência para todos os estados, ou cada estado… como é que funciona essa…?
R – Tem uma diretriz do departamento, assim, vem obviamente de cima, né, da presidência e na época, das diretorias, hoje, das vice-presidências, e isso é passado para o departamento de vendas e o departamento de vendas, com base nessa… na estratégia maior, na estratégia corporativa, desenvolve as ações para… as ações anuais para que cada regional possa desenvolver o seu trabalho dentro daquela meta. Ai, vai fazendo os desencadeamentos.
P/1 – E ai, desse… ai, como é que foi? Você quis ir ou apareceu uma oportunidade…?
R – Eu quis ir. Já tava trabalhando na área comercial já fazia um tempo, eu precisava inovar, fazer alguma coisa diferente e ai, eu fui atrás do departamento de comunicação estratégica, fui, apresentei o meu currículo, conversei com a chefe do departamento, ela gostou, eu entrei.
P/1 – E ai, você já tá lá há quanto tempo?
R – Tem dois anos e algum pouquinho, quase dois anos e meio.
P/1 – Me conta dessa parte toda de patrocínio, como é que… como é que vocês selecionam, se tem os diversos campos, assim, conta um pouquinho.
R – É que o patrocínio, ele é… dentro da área de patrocínio existem vários núcleos, tem lucro de captação, tem o núcleo de contratação, de negociação e de contratação e tem outro de acompanhamento.
P/1 – Qual é o seu núcleo?
R – O meu é de acompanhamento, então assim, são várias fases, até que o projeto final, né, o projeto… por exemplo, Museu da Pessoa é um projeto que os Correios patrocina, até que o projeto chegue pra mim, oficialmente, mas ao longo desses outros processos, a gente conversa com as equipes pra gente também ajustar pra ter um melhor desenvolvimento, né, para você ter um alinhamento melhor de que ações podem ser feitas, como é que a gente pode aprimorar aquele patrocínio e ai, a partir daquele momento que ele chega oficialmente pra mim, ai a gente trabalha oficialmente com os patrocinados. E ai, nesse ano especificamente, a gente trabalhou sempre focado nos 350 anos, os projetos que estão sob a minha gestão são os projetos culturais de grande porte.
P/1 – Me diga quais são.
R – Do começo. Dia 25 de janeiro foi o dia de aniversario dos Correios e pra marcar esse dia, a gente fez o Parada Musical, que foi um evento, um festival musical que aconteceu em cinco cidades, vamos lá: Manaus, Bahia, Brasília, Rio e Curitiba. Todas essas cidades aconteceu no mesmo dia para marcar no inicio das comemorações dos 350 anos. Esse foi o primeiro projeto pra marcar. Em São Paulo, como dia 25 de janeiro também é aniversario da cidade, uma data muito concorrida, então, ao invés de fazer um evento desse nível, a gente participou de um passeio ciclístico que já é bem conceituado na cidade que é o “Word Bike Tour”, ai teve o “Word Bike Tour”, teve o Lollapaloosa, teve o Rock in Rio, teve o Rock in Rio Musical, teve Shrek Musical, teve Tihane, Museu da Pessoa…
P/1 – Isso tudo… foi também?
R – Patrocínio.
P/1 – Patrocinou também?
R – Sim, tá patrocinando. Alguns acabaram, outros não, né? Tem o Museu da Pessoa, tem o Nando Reis, a turnê do CD “Sei”, deixa eu ver mais…
P/1 – A própria Brasiliana…?
R – Não, a Brasiliana… a Brasiliana, ela é um evento da área de filatelia. É um evento internacional da área de filatelia, que internamente é o DFIP que faz. Então, dentro da Brasiliana, nós trouxemos alguns projetos patrocinados pra serem atrações de um evento maior, no caso, estão aqui vocês do Museu da Pessoa, veio também o Brasil em Festas, que foram em algumas exposições e acabou agora com o lançamento do livro.
P/1 – Esse Brasil em Festas também foi para o 350?
R – Também foi.
P/1 – Foi um projeto de vocês?
R – Isso!
P/1 – Foi um livro lançado, né?
R – É um livro que tem fotos, mas que falam sobre a cultura brasileira, é do folclore, tem fotos… tem tanto fotos… por exemplo, tem carnaval, tem cavalhada, que é um evento que acontece em Pirenópolis, tem em Salvador, tem Iemanjá, enfim, é um evento multicultural, mas que mostra como é a cultura brasileira.
P/1 – Que bonito. Vocês lançaram aqui também?
R – É, teve o lançamento aqui. Acho que… não lembro, se tiver algum, depois eu falo.
P/1 – E nesse ano intenso de atividades, você… quer dizer, foi logo junto com você começando também na área…
R – Não, quando eu entrei no DCOI… eu entrei no DCOI, ainda o projeto… eu entrei no ano anterior. Então, eu tava com outros projetos e ai, eu fui destacada pra essas ações especificas, foi um processo, não foi já direto os 350.
P/1 – Mas foi um ano muito corrido, né?
R – Foi um ano muito corrido, um ano intenso, mas um ano muito gratificante, porque eu acho que é muito legal quando você consegue trabalhar com alguma coisa que aquilo te valoriza, aquilo te dá prazer, aquilo… você… eu… engraçado, os projetos que eu trabalho, eu sinto orgulho de estar trabalhando com eles, quer dizer, eu acho que isso é motivante, sabe, tem inúmeros fatores que fazem você decidir ficar e não ficar em algum lugar e esse é um deles pra mim. Eu preciso… eu gosto de trabalhar com coisas que me fazem bem, com coisas que… é meio emotivo, mas é isso que me impulsiona.
P/1 – Tem alguma historia desse anos?
R – Ah, tem varias historias.
P/1 – Assim que você contaria?
R – O próprio… o primeiro projeto que é o Parada Musical foi um projeto muito marcante, né, porque foram cinco cidades simultâneas, shows, e ai, a gente tinha uma equipe, tinha que dividir uma equipe gigantesca, além… porque assim, tem a equipe que é da patrocinada, mas que tem que ter a equipe dos Correios pra estar coordenando todas as ações e fazer um evento simultâneo é…
P/1 – Era tudo no mesmo dia?
R – Tudo no mesmo dia.
P/1 – Nossa!
R – Praticamente, na mesma hora, porque assim, tem algumas mudanças de fuso horário, por exemplo, no norte, lá não tem fuso horário… lá não tem horário de verão e ainda tem a diferença de horário. No sudeste tem horário de verão, Brasília, tem, enfim, tem algumas mudanças de horário, mas foi um evento… não foi simultâneo na hora exata, mas foi um evento… todos no mesmo dia, um seguido do outro.
P/1 – E você ficou aonde nisso?
R – Eu fiquei no Rio.
P/1 – Ficou no Rio?
R – Fiquei no Rio, porque eu tinha… eu tava no Word Bike Tour, que é de São Paulo, a cidade mais próxima era o Rio, então, decidiu-se que eu ficaria aqui.
P/1 – Mas você tinha pessoas nas outras cidades?
R – Tinham equipes nas outras cidades…
P/1 – Acompanhando…
R – E ai, cada cidade teve dois shows e o encerramento com o DJ. Tinha sempre um show de abertura, um show que abria o principal, um show principal e ai, encerrava com um DJ e todos esses shows foram gratuitos, em lugares estratégicos para aquela cidade, então foi muito legal, foi uma experiência muito marcante, foi muito bom.
P/1 – Me conta também um pouquinho do projeto do Museu, você acompanhou? Que cidades vocês passaram?
R – Eu acompanhei desde o começo. O projeto do Museu, ele é muito complexo, assim, não é de primeira que você olha, e que você: “Ah não, vamos fazer”. Você vai amadurecendo o seu conhecimento do projeto, porque o próprio Museu da pessoa, ele tem muitas atividades que são muito diferentes, apesar de todas elas serem para um objetivo especifico, que é a captação de depoimentos, são atividades diferentes e quando você tá de fora, você demora um tempinho pra você se ambientar a essa rotina. Mas ai depois que você entra, você entende e ai, você consegue desenhar um planejamento, pensar em possibilidades, né, o quê que a gente pode fazer, como é que pode ficar melhor, e ai tudo isso foi desenhado ao longo desse ano inteiro, porque o projeto durou o ano inteiro e acabou agora com a exposição e com o livro. Mas ao longo do ano teve uma cabine no dia 25 de janeiro lá em Brasília, teve a Expedição Jari, que
vocês foram para o norte do país, teve a cabine agora em Fortaleza, teve a cabine no Encontros que é um outro projeto que a gente patrocina também, que também tá entrando no projeto 350 Anos, que é cultura gratuita nas estacoes de metrô de São Paulo e vocês tiveram lá, para captar depoimentos.
P/1 – Você acompanhou também isso? Ou não dá para acompanhar?
R – Não dá, não dá, porque as coisas… terminam, que elas são muito simultâneas, né, assim, são vários projetos diferentes e às vezes, por exemplo…
P/1 – É muito projeto, né?
R – É muito projeto e às vezes, naquela data tem alguma situação que é mais prioridade, mais prioritária do que outra, né? A gente tem que ter um joguinho de cintura. Tem o Almanaque Brasil também, que é uma revista, que vai nos voos da TAM, a gente tem uma página dupla lá com conteúdo, é um outro projeto que também está no 350 Anos.
P/1 – Bacana. E assim, também do livro que foi lançado aqui, né, também do próprio Museu, foi muita coisa, né?
R – Sim, o livro… o livro foi engraçado até, porque a gente fez uma reunião e tava com a boneca do livro pra dar uma olhada. E como… e como assim… a minha… profissionalmente, eu trabalhei já muito com revisão de conteúdo e tudo mais, enfim, até no Almanaque Brasil, essa é uma realidade, eu falei assim: “Não, eu vou revisar o livro todo, vou ver, preciso ler todas as historias para ver se elas estão adequadas, enfim, para ver o que é necessário e para elas serem publicadas.” E foi… assim, foi uma imersão, na verdade, porque cada historia… às vezes, tem umas historias que são mais simples, outras historias que você fica assim: “Eu não acredito que isso aconteceu”, você fica assim, sabe, dá um… coração acelera, “não é possível”, e ai, você vê… ai, daqui a pouco é uma outra historia que é uma coisa mais lúdica, que te deixa mais feliz, outra historia, o caso da detenta que ficou apaixonada por uma outra mulher no presidio. Então assim, são varias historias tão diferentes, que você… que a gente mesmo que trabalha com os Correios não consegue imaginar, né, da nossa presença na vida das pessoas, que essas historias fazem a gente entrar num mundo que não é nosso e que ele passa a ser nosso também. e isso é muito legal, é muito… eu acho muito bom a gente conseguir compartilhar esses conhecimentos, essas historias. Eu fiquei muito feliz assim, foi mais um filho que nasceu, sabe assim? Foi bem legal!
P/1 – Cada projeto tem um pouco isso, né?
R – Tem, tem.
P/1 – Os 350 Anos vão como projeto até dezembro, ai ainda tem coisa pela frente?
R – Tem algumas coisas, mas agora, ele tá diminuindo, porque o ano tá acabando, mas ainda tem algumas coisas sim, até o final do ano.
P/1 – E assim, o que mais que você destacaria assim, o que foi que te deu prazer, você falou das musicas, né…
R – É difícil falar isso, porque assim, cada projeto vira um filho seu, né, porque assim, Rock In Rio Musical foi um projeto… foi um espetáculo lindo que assim, a gente não tem mérito na produção do espetáculo, mas você se sente orgulhosa de você estar patrocinando um projeto que é 100% brasileiro, de tanta qualidade, com tanto impacto e que tem uma aceitação do publico tão grande. Isso dá orgulho, sabe? Eu acho que isso faz a diferença.
P/1 – É verdade! E Christina, dos seus anos todos de trabalho nos Correios, o quê que você destacaria assim, da sua vida profissional? O quê que você…
R – Como assim? Não entendi!
P/1 – Uma historia desses anos todos, um momento de alegria, ou um momento de desafio seu.
R – Dizem que é muito difícil as pessoas terem amigos no trabalho, né, e assim, eu… na área comercial, eu consegui ter verdadeiros amigos e isso é muito… pra mim, isso é muito importante. Agora no DCOI, assim, é uma historia mais recente, então você vai construindo essa amizade, né, e com o tempo, ela vem, isso pra mim é muito legal, sabe? Porque o trabalho, eu acho que ele não tem que ser só trabalho, ele não tem que ser só sacrifício, ele tem que te dar prazer, ele tem que te fazer feliz de alguma forma, você não pode viver pra ser feliz, mas ele tem que cumprir um pouco esse papel, não é que você vai fazer só o que você gosta, tem vezes que você não pode, mas eu acho que ele tem que cumprir esse papel. Quando começa a chegar num ponto que: “Ah não, não tô mais satisfeito com as atividades que eu tô fazendo”, acho que tá na hora de ir pra outro, ir pra outros departamentos, procurar uma novidade, enfim, buscar novos desafios. E o correios proporciona isso pra gente, né, porque é uma empresa muito grande, então você pode… não tio dizendo que é fácil, né, você sair de… ter essa mobilidade, mas você pode conseguir isso.
P/1 – Ah, isso é bacana! E assim também, queria… a gente vai se encaminhando para terminar, eu queria perguntar também: tem um projeto seu, um sonho, qual é o seu sonho? Qual é o seu projeto, assim, para o futuro?
R – Engraçado, eu não… eu sou uma pessoa muito ansiosa, então se eu tenho um projeto para futuro, o meu futuro tem que ser próximo, eu não consigo ter um projeto para daqui a 20 anos: “eu quero…”, eu não consigo trabalhar desse jeito, então, cara, os meus projetos são de realização quase que imediato, eu penso um pouquinho de cada vez, eu não tenho assim, grande… obvio, particularmente, eu quero ter filhos, é uma coisa que eu quero muito, mas ao mesmo tempo, a gente não sabe quando isso vai acontecer, né, não é agora. Mas as coisas estão se encaminhando e isso é uma coisa muito boa pra mim…
P/1 – Você tá casada?
R – Tô! Hoje… assim, eu tio num casamento moderno, né (risos)?
P/1 – Sim, pra mim é casamento também.
R – É. Namoro com o Ricardo já tem um tempo e a gente tá morando juntos.
P/1 – Casamento.
R – É!
P/1 – Então, tá pra hora que acontecer, também, né?
R – É (risos)…
P/1 – Tem alguma coisa que você gostaria de deixar registrado, que a gente não falou e que você…
R – Eu acho que a parceria que a gente teve com o Museu, com o Museu da Pessoa foi muito… foi, de fato, uma parceria, sabe, porque a gente conseguiu fazer de um projeto que era um projeto… é um projeto virtual, não é uma coisa que é muito tangível. E a gente conseguiu transformar isso em realidade, sabe, com os depoimentos que estão na internet, mas também com o livro, com a exposição, a gente conseguiu desenhar um caminho ao longo de um ano que… um caminho de muito trabalho, mas que deu um resultado muito bom e isso é importante, isso é gratificante, sabe, pra mim e acredito que para vocês também, porque é um projeto que ficou lindo, que ficou bem feito, que ficou bem produzido, que a gente conseguiu pegar depoimentos que foram… que além de serem sinceros, são íntimos, são pessoais, não é só: “Vou falar”, sabe, é uma coisa mais… você chega no intimo de cada um e eu acho que isso é o que importa. Eu acho que ficou muito legal.
P/1 – Ficou muito bonito, sim! Christina, eu queria agradecer você ter colaborado também com a gente. Também foi muito bom o seu depoimento.
R – Obrigada.
P/1 – Obrigada.
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