Meus primeiros passos dentro da Universidade Federal do Rio de Janeiro deram - se em 2008, quando eu tinha dezenove - anos. Os professores de história do Curso Pré- Vestibular – administrado pela própria UFRJ e custeado com verba da prefeitura de Nova Iguaçu- resolveram levar os ao campus ...Continuar leitura
Meus primeiros passos dentro da Universidade Federal do Rio de Janeiro deram - se em 2008, quando eu tinha dezenove - anos. Os professores de história do Curso Pré- Vestibular – administrado pela própria UFRJ e custeado com verba da prefeitura de Nova Iguaçu- resolveram levar os ao campus do centro do Rio de Janeiro, o Instituto de Filosofia e Sociais, para juntos assistirmos os eventos relativos ao centenário de Olga Benário, lendária militante do partido comunista e esposa do não menos conhecido Luís Carlos Prestes. No momento que adentrei o espaço do prédio, um misto de alegria e emoção tomou conta de mim: estava exatamente no lugar com o qual havia sonhado estar dois anos antes- dada a fase de conclusão do ensino médio e tentativa de passar no vestibular. Diante de mim estava a universidade e o local onde era dado o curso por mim apreciado desde a infância e amado a partir da pré-adolescência, aos quatorze anos precisamente, graças às aulas de um professor que tinha na retórica a fluidez de um grande orador, fazendo-me imaginar os fatos e momentos históricos contados em sala de aula. O tempo no Ciep me fez ver que história era uma área de conhecimento que me encantava: as aulas eram dinâmicas e divertidas e, mesmo com poucos recursos, o professor Marcos Arthur era de fato competente naquilo que fazia. Na minha pouca idade, eu me alegrava com suas histórias em sala de aula e com a história enquanto disciplina. No terceiro ano “a semente já havia sido plantada” e eu pensava que, assim como o professor Marcos Arthur, eu me tornaria professora de história. Durante o ultimo ano escolar, em 2006, me dediquei a fazer o vestibular: não passei. Eu não tinha conseguido me inscrever para UFRJ e não havia passado na prova final da UERJ. A frustração me fez parar de estudar em 2007; somente em 2008 eu voltei a estudar. Entrei para o cursinho pré-vestibular quando já fazia um ano que a minha conclusão do ensino médio.Voltei e não conclui o curso para poder trabalhar: o horário de um me impedia de fazer o outro (escolhi o trabalho e me arrependo até hoje); no outro ano eu já trabalhava na parte da manhã, logo, poderia fazer o pré-vestibular à noite. Eu gostava do ambiente e das pessoas: sentia que ali poderia adquirir o conhecimento necessário para finalmente passar para uma universidade pública. Fiz amigos, participei de grupos de estudos, estudei na biblioteca do SESC e, no meio do ano, larguei o trabalho para me de dedicar integralmente ao meu objetivo de ser estudante do curso de história. Ao final do ano de 2009 fiz todas as provas possíveis: vestibular UERJ, UFF, Enem e segunda fase da UFRJ (era o primeiro ano que partes das Federais haviam aderido ao Enem como prova de ingresso dos candidatos às suas dependências como alunos); já no final do ano eu havia passado para a UERJ; alegrei-me, mas estava me preparando para prova da universidade tão sonhada, que aconteceria no inicio do ano seguinte. Concluindo a fase de provas, em 2010 entrei para Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Estar, lá, porém, não me dava a sensação de fim de um ciclo: eu precisar saber se passaria para já então utópica UFRJ; havia saído a classificação e eu não havia passado; na segunda, porém, meu nome estava na lista: o choro foi realmente inevitável. De lá pra cá já se passaram quatro anos desde que entrei no Ifcs pela segunda vez, já como estudante. Já fui bolsista de iniciação cientifica e trabalhei com o Professor Doutor Flávio Gomes; já fiz pesquisa no arquivo diocesano de Nova Iguaçu para o laboratório de estudos de áfrica, para a Professora Doutora Mônica Lima. E é justamente no campo dos estudos sobre África que eu quero me especializar. Enfim, apesar do cansaço, estar na UFRJ ainda é motivo de alegria para mim. E como não seria! Pensando eu que as experiências distintas haviam acabado, apareceu o Pibid. Este trouxe outra visão de como pensar o espaço escolar; a produção da oficina “Nos rastros da Ditadura”, em conjunto com os colegas, tem me proporcionado um grande aprendizado sobre o proceder do docente em sua faceta criativa, mesmo com as dificuldades que envolvem a profissão. Essa bagagem e sociabilidade é o que levarei comigo quando o ciclo da graduação acabar.Recolher