Ela é o que as palavras não expressam... Carinhosa, dedicada, enérgica e amorosa são adjetivos singelos para quem tem um coração que mal cabe tanto amor pelo que faz. Doação de tempo, sabedoria, luz, energia, tudo dedicado àqueles que não caminham com a mesma velocidade da grande maioria... Amor dedicado aos que tropeçam, que não avançam com rapidez mas que em suas mãos aprendem a confiar...e vão. Sua infância foi marcada por momentos feliz e inesquecíveis, histórias que lembra com sorriso farto e brilho nos olhos. Filha de pai extremamente enérgico e severo, gostava de brincar na rua da pequena cidade onde nasceu e cresceu. Tinha seis irmãos, dois homens e quatro mulher, mas ela era a arteira da família. Um dia, Dona Fernanda, fez uma arte que nunca mais se esqueceu. Ela estava brincando no quintal da sua casa, e como adorava subir em árvores, especialmente as mais altas para fazer de conta que era “trapézio de circo” , subiu na mangueira e lá ficou por um bom tempo até que seu pai chamou-a para tomar banho, mas ela nem ligou. Mais tarde resolveu tomar banho, ali mesmo, na caixa d’água que ficava bem pertinho do pé de manga, então, ela pulou do galho bem dentro da água e ... tibum ! Quando ela foi embora, chegou em casa toda molhada, e seu pai que era muito, muito, muito, bravo ficou uma onça e ela levou uma surra, uma bela surra. De todos os momentos que guarda com carinho em seu coração, sua avó tem um lugar especial. Lembra com emoção de todas as vezes que ia visitá-la e ao ir embora, ela pegava um grande pote que ficava no alto do armário antigo, enchia sua velha mão de balas e colocava com carinho nos bolsos dos netos e eles, especialmente ela, iam embora, felizes. Isso marcou-a tanto, que hoje ela mesma se denomina “avó sabor de chocolate”. Hoje não são mais balas, são bombons que adoçam as vidas de seus netos. Entre vidraças quebradas e surras levadas ela cresceu, guardou no...
Continuar leitura
Ela é o que as palavras não expressam... Carinhosa, dedicada, enérgica e amorosa são adjetivos singelos para quem tem um coração que mal cabe tanto amor pelo que faz. Doação de tempo, sabedoria, luz, energia, tudo dedicado àqueles que não caminham com a mesma velocidade da grande maioria... Amor dedicado aos que tropeçam, que não avançam com rapidez mas que em suas mãos aprendem a confiar...e vão. Sua infância foi marcada por momentos feliz e inesquecíveis, histórias que lembra com sorriso farto e brilho nos olhos. Filha de pai extremamente enérgico e severo, gostava de brincar na rua da pequena cidade onde nasceu e cresceu. Tinha seis irmãos, dois homens e quatro mulher, mas ela era a arteira da família. Um dia, Dona Fernanda, fez uma arte que nunca mais se esqueceu. Ela estava brincando no quintal da sua casa, e como adorava subir em árvores, especialmente as mais altas para fazer de conta que era “trapézio de circo” , subiu na mangueira e lá ficou por um bom tempo até que seu pai chamou-a para tomar banho, mas ela nem ligou. Mais tarde resolveu tomar banho, ali mesmo, na caixa d’água que ficava bem pertinho do pé de manga, então, ela pulou do galho bem dentro da água e ... tibum ! Quando ela foi embora, chegou em casa toda molhada, e seu pai que era muito, muito, muito, bravo ficou uma onça e ela levou uma surra, uma bela surra. De todos os momentos que guarda com carinho em seu coração, sua avó tem um lugar especial. Lembra com emoção de todas as vezes que ia visitá-la e ao ir embora, ela pegava um grande pote que ficava no alto do armário antigo, enchia sua velha mão de balas e colocava com carinho nos bolsos dos netos e eles, especialmente ela, iam embora, felizes. Isso marcou-a tanto, que hoje ela mesma se denomina “avó sabor de chocolate”. Hoje não são mais balas, são bombons que adoçam as vidas de seus netos. Entre vidraças quebradas e surras levadas ela cresceu, guardou no coração o sonho de ser média e se formou em Professora. Optou pela especialidade não comum, ensinar crianças em dificuldade de aprendizagem e assim trilhou seus cinquenta anos de magistério. Quantas crianças passaram por sua vida. Quantas histórias para contar. Quantos momentos preenchem esse velho coração. Certo dia, próximo do seu aniversário, sabia que ganharia uma “festa” de seus alunos. Quando chegou, na expectativa de comemorar com eles aquele dia, encontrou seus alunos felizes e ansiosos, e na mesa do professor, um pão, um pacote de salgadinho e uma garrafa de refrigerante. Entrou na sala e as crianças já estavam cantando, quando, para sua surpresa, nesse momento de alegria passou um outro aluno pelo corredor da escola, olhou para dentro da classe e soltou uma larga e sonora gargalhada dizendo... _ “ Ra, ra, ra... Que festa de pobre !” Aquilo doeu... Ela então, vendo a tristeza e a vergonha seus alunos, disse: _ Não, não é aniversario de pobre não. Vou fazer uma mágica. E mais que depressa mandou buscar, na antiga “Bombonier” que havia na cidade, um monte de “salgadinhos” e refrigerantes e transformou a festa. Por ironia ou pura curiosidade, o mesmo menino passou novamente em frente a sala e quando olhou... nem acreditou... E ela disse: _ Esta vendo... só enxerga a riqueza de tudo isso aqui quem tem bom coração. Fernanda Augusta Massari Qader nasceu em Inhapin, MG, tem 70 anos e há 50 atua como professora na cidade de Promissão
Recolher