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Por: Angelo Brás Fernandes Callou, 30 de janeiro de 2019

Somos todos Blanche Dubois

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Somos todos Blanche Dubois

Somos todos Blanche Dubois

Por Angelo Brás Fernandes Callou

Numa época marcada pela descrença nas instituições, pela violência e pelo cinismo, só mesmo o teatro para enfrentar o ódio circulante no Brasil de agora. O teatro, diz o encenador alemão, Thomas Ostermeier, “é um santuário habitado por uma força regeneradora.”

Foi catarse, não tenho outro substantivo para denominar o que aconteceu comigo e, possivelmente, com toda a plateia do Tucarena, São Paulo, durante a peça Um Bonde Chamado Desejo (Tennessee Williams, 1947), sob a direção do jovem Rafael Gomes. Todos, sem exceção, aplaudiram de pé ao final do espetáculo.

Catarse no sentido atribuído ao teatro, ou a certa compreensão do teatro, de que ele é capaz de expurgar sentimentos da audiência, quando confrontada com um drama. Nem o filme Dançando no Escuro (Lars von Trier, 2000) mobilizou em mim tantos sentimentos, os mais díspares, os mais recônditos, os mais belos, como em Um Bonde Chamado Desejo.

Enquanto me dirigia ao teatro, visitava minha memória. A única vez que havia assistido à encenação desta peça foi em 1991, no Teatro Barreto Júnior, no Recife. Ao me lembrar disso, quase desisti de comparecer ao Tucarena, embora informado de que a personagem Blanche Dubois seria encarnada pela extraordinária atriz Maria Luísa Mendonça. Explico esta incerteza.

Quando O Bonde estreou no Barreto Júnior, sentou-se ao meu lado o jornalista Alexandre Figueirôa, na condição de crítico de teatro do Jornal do Commercio. A certa altura do espetáculo, parte do cenário despencou. Rimos constrangidos. Figueirôa não poupou a direção realizada pelo experiente Milton Baccarelli, ao publicar “Um bonde chamado tropeço.” Foram demolidoras as observações que fez ao desempenho dos atores.

Com certa razão, pois a interpretação no teatro (há controvérsias, claro) é a pedra de toque dessa arte milenar. Não à toa, Antunes Filho se...

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