Nada como ser Rosa na Vida
Rosa Vedolin, a terceira filha dos imigrantes italianos Emilio e Corina.
Nasceu a 16 de Abril de 1917, após Angelim e Alderico, mortos ainda bebês, e de Angelina a irmã mais velha.
As duas irmãs, nascidas no interior do Estado de São Paulo permaneceram amigas por to...Continuar leitura
Nada como ser Rosa na Vida
Rosa Vedolin, a terceira filha dos imigrantes italianos Emilio e Corina.
Nasceu a 16 de Abril de 1917, após Angelim e Alderico, mortos ainda
bebês, e de Angelina a irmã mais velha.
As duas irmãs, nascidas no interior do Estado de São Paulo permaneceram amigas por toda a vida, embora tivessem personalidades bem distintas.
Angelina nascida em 1915,
sempre foi
muito séria , de poucas amizades, o que se chamava de moça caseira.
Rosa já nasceu extrovertida, gostando de cultivar amigos e de passear. Ao se mudarem para a Vila Operária do bairro do Belenzinho chamada “Maria Zélia” eram pré-adolescentes e lá viram nascer Oswaldo(1923), Guerino (1925) e o caçula Attilio (1929).
Os Vedolin formavam uma típica família italiana em São Paulo, com o pai trabalhando como motorista de carros de aluguel e a mãe sendo operária na fábrica da então “Cia Nacional de Tecidos de Juta.”
Rosa freqüentava a escola da vila, e participava de todos os folguedos,
sempre cercada de seus amigos, filhos de operários como ela.
Isso não a eximia de ter que cuidar dos irmãos mais novos, bem como das tarefas domésticas, o que a tornou mais tarde grande cozinheira e de extremo bom gosto nas arrumações da casa.
Como tantas moças de então, foi também tecelã, sem jamais deixar de rodear-se de amigos.
Apaixonou-se pela primeira vez e causou uma grande confusão em família. O então namorado recusou-se a casar e a família italiana armou uma grande briga de rua. Aí sim é que o casamento não saiu e, felizmente para Rosa, o namorado fujão foi substituído por outro que se tornou seu grande companheiro por 56 anos: Walter Bresciani.
O casal continuou morando na Vila Maria Zélia, na casa dos pais de Rosa, e Walter sempre
encantado por ela, integrou-se no meio social onde ela atraia as atenções por seu temperamento peculiar.
No natal de 1940, Rosa
toma-se de amores pela primeira sobrinha, nascida da irmã.
A menina
foi objeto de toda sua ternura materna visto que naqueles anos 40 não conseguiu levar a termo nenhuma de suas gestações.
Ao longo da vida tornou-se madrinha de vários casamentos, de crianças nascidas de amigos, e amigos de amigos e mimou a todos os sobrinhos subseqüentes.
Todos guardam lembranças vívidas dessa tia tão bem vestida e maquiada que entrava em suas casas e levava a quem desejasse para passar consigo parte das férias escolares.
A partir dos anos 50, a casa dos tios Rosa e Walter
passou a ser
na Rua Solimões, número 456,
Barra Funda, São Paulo. Possuía dois quartos, sala, cozinha (com uma jeitosa porta de tela), e banheiro.
O quintal era o xodó da casa já que continha plantas várias, dentre as quais um pé de café e outro de romã.
O toque de modernidade porém, ficava na sala,
logo abaixo do retrato da linda mãe de Walter: o telefone. Era todo preto, possuía um discador barulhento e o número 51.55.53 entrou para a agenda de amigos e parentes para recados vários.
Nos anos 60, Rosa e Walter passaram a incorporar cavaletes à mobília da casa: eram as periódicas enchentes que começavam a atormentar o cotidiano daquela região.
Os móveis tinham que ser elevados e pode-se imaginar o transtorno que isso causava ao seu cotidiano.Após várias reformas na casa , decidiram mudar-se para um apartamento na Rua Pirineus,
no bairro de Santa Cecília – São Paulo, o qual
possuía uma grande sacada adornada com vários vasos de plantas.
O Boqueirão da Praia Grande foi o último endereço do casal. No início da década de 80, um edifício novo e moderno para os padrões de então, abrigou os já sessentões Rosa e Walter.
E de novo os amigos, amigos de amigos e familiares passaram a ser recebidos por eles com a mesma generosidade que sempre dedicaram a todos.
Aos 12 de Maio de 1995,
Rosa deve ter resolvido se juntar à irmã querida e aos pais, deixando Walter aos cuidados dos sobrinhos. Ele a princípio pareceu aceitar sua ausência, mas duas semanas depois, em 26 de Maio decidiu ir ao encontro de Rosa.
Partiram praticamente juntos, pois que a vida de um, se completava na do outro.
Deixaram sua marca
em sobrinhos, vizinhos, amigos, afilhados .
Formaram um casal especial que nos servirá de reverência para todo o sempre.
Fontes :
• Wilma Thomé Vedolin – Depoimento
• Álbum S.A.Scarpa – Cotonifício Scarpa
1926 – Fotos
Agradecimentos
• Eliana Rosa Vedolin
• Emílio Carlos Vedolin
Elaborado por Ieda Maria VedolinRecolher