O que esse termo nos indica? Crença na existência de forças sobrenaturais, criadoras do universo. Religião, que deriva de religare, seria a religação do ser humano a essas forças sobrenaturais. Religação por que? Porque o homem separou-se de seu Criador Deus criou o universo e também o ho...Continuar leitura
O que esse termo nos indica? Crença na existência de forças sobrenaturais, criadoras do universo. Religião, que deriva de religare, seria a religação do ser humano a essas forças sobrenaturais. Religação por que? Porque o homem separou-se de seu Criador
Deus criou o universo e também o homem, e o colocou em um lugar maravilhoso para que pudesse desfrutar de uma vida feliz. O homem pecou por desobediência e o resultado disso, foi expulso do paraíso, perdendo toda a proteção de seu criador, tendo que trabalhar a terra para auferir o seu sustento. Não satisfeito com isso, pouco depois, achou-se em posição de igualar-se com o Pai e tentou construir uma torre que alcançasse o céu.
Deus, que possui uma visão infinita de todas as coisas, já sabia todos os passos que o homem daria e permitiu que ele tentasse redimir-se por si só, quando Ele já havia elaborado um plano perfeito para que o homem fosse salvo. Assim o homem tentou por várias vezes: primeiro por sua inocência, depois pela consciência, pela autoridade, pela promessa, pela lei; tendo fracassado em todas as ocasiões. Deus depois de tudo isso oferece a oportunidade da graça, através de seu filho Jesus Cristo. Na dispensa da graça não é preciso que o homem faça quase nada porque Deus já fez o principal que foi pagar os nossos pecados através da morte expiatória de seu filho. Ao homem cabe, unicamente aceitar a mediação de Cristo, aceitando-o como seu suficiente Salvador e todos os seus pecados serão apagados, sendo justificado de toda a impiedade. Quando compreendemos isso, e infelizmente às vezes nos é difícil compreender porque olhamos para Deus como um Ser Justo e não como um Pai Misericordioso, passamos a ter a certeza da salvação e da vida eterna. Não é uma presunção nossa porque não foram os nossos méritos que alcançaram a graça e sim o sangue de Cristo, derramado na cruz do calvário pela bondade e grande amor que o Pai dedica aos seus filhos.
Para mim não foi fácil entender isso, desejava ardentemente me religar a Deus, mas pensava que para que isso pudesse ocorrer, eu precisaria ser puro, o que de maneira nenhuma me parecia possível, então desistia. Deveria existir a influência do maligno para que eu não encontrasse o caminho que me conduzisse ao Pai. Mas o Pai não desiste de nenhum de nós, poderemos resistir à ação do Espírito Santo em nossas vidas, desviarmo-nos, mas ele estará sempre concedendo-nos novas oportunidades, até que cheguemos ao conhecimento da verdade. "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (Jo.8:32).
Já contei que tive dupla orientação religiosa, Adventista, do ramo evangélico, por parte de meu pai e Católica Romana por parte de minha mãe. Depois do falecimento de meu pai o que prevaleceu foi a orientação Católica. Sempre fui, na realidade um livre pensador, e como sempre gostei de ler; procurava conhecer todas as seitas e filosofias embrenhando-me por caminhos tortuosos que me levaram a não ser nada. Por longo tempo estive afastado da religião, só cumprindo os deveres impostos por ocasião do meu casamento, quando confessei, comunguei e me despedi novamente.
Quando os filhos chegaram à idade de receberem orientação religiosa ( no meu entendimento porque isso deve ser ministrado desde a mais tenra idade; existe até uma ilustração de uma pessoa perguntando a um grande homem de Deus quando se deveria iniciar a orientação religiosa de uma criança, tendo ele respondido: "Quatrocentos anos antes". Porque a orientação religiosa é uma coisa que demanda várias gerações, passando de pais para filhos, para que possa tornar-se perfeita) vi-me obrigado a voltar a participar das cerimônias, na igreja católica, para dar exemplo aos filhos. Mesmo como uma obrigação não consegui dar seqüência porque tudo aquilo não me dizia nada.
Não que não tivesse fé, possuía em grande profundidade e procurava e encontrava o conforto sempre que os problemas se apresentaram e creio que Deus sempre foi magnânimo comigo, concedendo-me bênçãos sem conta.
Deus acabou buscando-me de uma maneira que não esperava. Minha filha, tendo brigado com o namorado, resolveu, juntamente com o caçula, ir continuar os estudos no interior, Mocóca precisamente, por residirem ali os meus sogros. Para ali Deus enviara uma família de São Paulo, Antônio e Enilda Bianconi, que passaram a dar testemunho na Igreja Presbiteriana e minha filha aceitou a Jesus como seu Salvador pessoal. Esse era o elo que me faltava, pois embora lesse a Bíblia e inclusive já tivesse feito um curso por correspondência, ainda não compreendera a extensão do plano de Deus que não depende de nosso poder, mas do sacrifício que Jesus fez. Aliás, não fui só eu que teve dificuldades; Lutero, havia sido instruído em todos os conhecimentos dos pais da igreja e só depois veio a receber a revelação, ao meditar nos ensinos do apóstolo Paulo, da salvação pela graça.
Eu, nas oportunidades que havia tido quando menino e Ía à igreja com meu pai, e mesmo depois quando estudava na escola a História Sagrada, já poderia citar um texto como minha certidão de nascimento espiritual que era Gn.46:29,30. Meu nome é José e meu pai chamava-se Jacob. Quando certa vez li esse trecho: "Então José aprontou o seu carro e subiu ao encontro de Israel (que é Jacó), seu pai a Gozen. E, mostrando-se-lhe lançou-se ao seu pescoço, e chorou sobre o seu pescoço longo tempo. E Israel disse a José: "Morra eu agora, pois já tenho visto o teu rosto, que ainda vives."" Naquele momento esse encontro transformou-se como o meu encontro com Deus. Era eu religando-me ao Criador de quem havia me mantido distante, mas nunca esquecido porque o Pai me buscou até me encontrar. Sem violentar a minha vontade e sim fazendo-me entender a verdade.
Depois disso minha filha reconciliou-se com o namorado, Douglas Nassif Cardoso e pouco depois voltava de Mocóca para casar-se, mas não sem antes ter influído, também, na vida daquele que seria o seu esposo. Ele converteu-se ao Senhor e posteriormente cursou o seminário formando-se pastor e tem sido uma bênção na obra de Deus. Hoje com quatro filhos, Dirceu,19, Timóteo, 14, Silas, 12, e Priscila 7 anos formam uma família feliz porque todos servem ao Senhor.
Meu filho caçula José Carlos, também tomou a sua decisão junto a Cristo e casou-se com uma jovem crente, Ionice Trevisam Klein e também servem ao Senhor junto com as duas filhas, Thais (16 anos) e Nathalia (13 anos).
Uma grande quantidade de orações está depositada aos pés do altar, intercedendo por minha esposa, Jandira, e pelo meu filho mais velho, sua companheira Vana e sua filha Paloma de 12 anos. Assim como a palavra de Deus nunca volta vazia, as orações, também, sempre terão resposta, apenas deveremos ter consciência que o nosso tempo é diferente do tempo de Deus; e finalmente ele cumprirá as promessas registradas em Sua Palavra que é que quando um converte-se a Deus, toda a casa será salva.
Muitas vezes pensamos que Deus não liga para nós, mas Ele está atento, nos vigiando; apenas permite que tenhamos o livre arbítrio. Continuamente estamos recebendo a proteção do Espírito Santo, que é quem pode nos convencer do pecado da justiça e do juízo, fazendo-nos entender o plano de Deus para a salvação da humanidade pecadora, na qual nos incluímos, apenas com uma diferença, é que fomos lavados com o sangue do cordeiro, e embora impuros somos justificados pela bondade e misericórdia de Deus.
(José Wladimir Klein enviou seu depoimento para o Museu da Pessoa em 06 de julho de 1998 pela página na internet, atualizada em 29 de janeiro de 1999.)Recolher