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Por: Museu da Pessoa,

Relembrar realmente é viver

Esta história contém:

P - Dona Lydia, eu gostaria que a senhora dissesse o seu nome, o local e a data de seu nascimento.

R - Lydia Neri Pacchini, nascida em 03/02/1922, no Bom Retiro, bairro de Bom Retiro.

P - Dona Lydia, como é o nome dos seus pais?

R - O meu pai chamava Salvador Neri e a minha mãe Josefina Evangelista Neri.

P - Eles são de onde?

R - O meu pai é da Itália, nascido na Itália na província de Frosinone, sua cidade chama-se Santo Ambroggio [Sant'Ambrogio sul Garigliano].

P - E ele veio quando para o Brasil?

R - Ele veio em 1899.

P - A senhora sabe por que é que ele veio, dona Lydia?

R - Eles vieram para tentar, como muita gente na época, para tentar a vida aqui. Ele veio com os pais e com um irmão menor, eram só dois filhos. Vieram tentar a vida aqui no Brasil e acabaram ficando. Embora o meu avô numa certa época tinha ideias de voltar, mas não deu mais certo e ele acabou ficando. Os filhos cresceram e começaram namorando tudo, então, nunca mais voltaram e morreram aqui.

P - E o seu avô, ele fazia o que lá na Itália?

R - A profissão dele era ferreiro, fazia peças de ferro.

P - E o seu pai veio criança ainda?

R - Meu pai tinha nove anos.

P - E ele te contava alguma coisa da Itália para a senhora?

R - Ele contava, algumas coisas que ele lembrava ele contava, ele contava dos invernos principalmente porque naquele tempo não havia coisas elétricas nem nada. E ele contava que quando eles deitavam, antes de deitar a minha avó passava o ferro quente na cama para aquecer senão eles não conseguiam nem deitar-se no lençol de tal gelado que era. E que naquela época os camponeses trabalhavam seis meses por ano, no inverno ficava parado porque não dava para plantação. O que mais ele contava? Que o meu avô trabalhou no Mosteiro Cassino, lá em no Monte Cassino. Eu não sei que trabalho ele fez lá, mas ele trabalhou um tempo lá enquanto o meu pai morou lá. E a minha avó era doméstica.

P - E o seu pai chegou a voltar...

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Dados de acervo

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Entrevista de Lydia Neri Pacchini

Entrevistada por Rosali Henriques

Realização Museu da Pessoa

São Paulo, 30/06/1997

Entrevista MA_EA_HV076

Revisada por Gustavo Kazuo

P - Dona Lydia, eu gostaria que a senhora dissesse o seu nome, o local e a data de seu nascimento.

R - Lydia Neri Pacchini, nascida em 03/02/1922, no Bom Retiro, bairro de Bom Retiro.

P - Dona Lydia, como é o nome dos seus pais?

R - O meu pai chamava Salvador Neri e a minha mãe Josefina Evangelista Neri.

P - Eles são de onde?

R - O meu pai é da Itália, nascido na Itália na província de Frosinone, sua cidade chama-se Santo Ambroggio [Sant'Ambrogio sul Garigliano].

P - E ele veio quando para o Brasil?

R - Ele veio em 1899.

P - A senhora sabe por que é que ele veio, dona Lydia?

R - Eles vieram para tentar, como muita gente na época, para tentar a vida aqui. Ele veio com os pais e com um irmão menor, eram só dois filhos. Vieram tentar a vida aqui no Brasil e acabaram ficando. Embora o meu avô numa certa época tinha ideias de voltar, mas não deu mais certo e ele acabou ficando. Os filhos cresceram e começaram namorando tudo, então, nunca mais voltaram e morreram aqui.

P - E o seu avô, ele fazia o que lá na Itália?

R - A profissão dele era ferreiro, fazia peças de ferro.

P - E o seu pai veio criança ainda?

R - Meu pai tinha nove anos.

P - E ele te contava alguma coisa da Itália para a senhora?

R - Ele contava, algumas coisas que ele lembrava ele contava, ele contava dos invernos principalmente porque naquele tempo não havia coisas elétricas nem nada. E ele contava que quando eles deitavam, antes de deitar a minha avó passava o ferro quente na cama para aquecer senão eles não conseguiam nem deitar-se no lençol de tal gelado que era. E que naquela época os camponeses trabalhavam seis meses por ano, no inverno ficava parado porque não dava para plantação. O que mais ele contava? Que o meu avô trabalhou no Mosteiro Cassino, lá em no Monte Cassino. Eu não...

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