Todos nós temos uma história a ser contada, como se fosse um filme a ser reproduzido na nossa memória.
São reflexões sobre emoções, conquistas, superações e sobretudo desafios nas experiências de vida das pessoas que narram suas histórias.
Segundo Bosi, (1999), "le...Continuar leitura
Todos nós temos uma história a ser contada, como se fosse um filme a ser reproduzido na nossa memória.
São reflexões sobre emoções, conquistas, superações e sobretudo desafios nas experiências de vida das pessoas que narram suas histórias.
Segundo Bosi, (1999), "lembrança é a sobrevivência do passado"...
Não foi difícil conseguir momentos de questionamentos e reflexões do Sr. Antonio Hermenegildo, direto, sincero, foi logo relembrando com um jeito todo especial, momentos relevantes e significativos de sua trajetória de vida.
Depois de uma lembrança e outra, bastava apenas ouvir, entregar-se à brincadeira da memória, "pois recordar é viver".
O começo de tudo, foi numa cidadezinha do interior de São Paulo - São Miguel Arcanjo, dia 13 de outubro de 1951, numa manhã ensolarada, nascia o nosso personagem, Antonio Hermenegildo.
De família humilde, Antonio cresceu rodeado de muito amor e carinho pelos seus pais: Sr. José Hermenegildo e Sra. Maria Francisca.
Na sua infância, pulava os muros, ganhava os quintais das casas vizinhas, com muitas árvores frutíferas, chupava todas as espécies de mangas, sempre doces e saborosas e com outras crianças, organizava as peladas de fundo de quintal, preparando as famosas "bolas de meias" com papel de jornal.
A vida naquele tempo era mais tranquila, os divertimentos existentes eram acessíveis às crianças daquela época, os valores comparados aos de hoje eram outros, as mínimas coisas adquiriam enorme importância, a imaginação voava solta, transformava tudo em festa.
Com sete anos, Antonio, em suas brincadeiras de moleque, fraturou uma das pernas, e não foi possível matricular-se na escola, ficando em tratamento durante dois anos na Santa Casa de Itapetininga, mas durante esse tempo, Antonio foi alfabetizado pelas madres dessa instituição.
Depois de uma longa recuperação, seus pais o matricularam na Escola do Bairro Abaitinga, a oito quilômetros de sua casa, onde tinha que caminhar a pé para estudar.
Para Antonio não foi difícil a adaptação, pois já estava alfabetizado e nesse abrir e fechar dos olhos da memória, estão a escola, o corre- corre dos alunos, os funcionários e todos os seus professores: Dona Iolanda, primeira professora de sua trajetória, uma senhora vestida a rigor, elegantemente,muito dócil,diferente da qual esperava, logo o cativou. Dona Vera, professora de segundo ano, Dona Ermínia, terceiro ano e para concluir Sr. Francisco, um senhor sistemático, onde exigia respeito boa vontade de aprender de seus alunos.
Já meio moleque, meio mocinho, Antonio sempre fazia um servicinho ou outro para arrecadar algum dinheiro, para comprar algo que necessitasse.
Com o passar dos anos, veio o tempo do trabalho para valer e Antonio mudou-se para a cidade de Alumínio, sozinho, destemido, na CBA, teve que vencer muitos obstáculos.
De estagiário, tornou- se aprendiz numa empreiteira de montagem industrial, mas sentia que ainda estava faltando alguma coisa, que era concluir os estudos.
Matriculou-se no Supletivo e conseguiu concluir o primeiro grau no ano de 1.985, sentindo-se realizado. De montador industrial, Antonio tornou- se funcionário público efetivo da Prefeitura Municipal de Alumínio, através de um concurso público, onde passou em segundo lugar, foi mais uma etapa de sua vida vencida.
A vida de Antonio era um filme de aventuras e foi um bom tempo assim e como nos filmes de amor, acabou conhecendo Dona Sonia, casando- se, construindo uma bela família.
Dessa união, nasceram cinco filhos, onde o Sr Antonio e a esposa procuraram ensinar os valores
da vida, com muito amor e dedicação.
Hoje moram no Bairro Figueiras, Sr. Antonio, ainda funcionário público, trabalha na escola do bairro, ajudando a olhar os alunos. Hoje Sr. Hermenegildo, como é conhecido pelos alunos, professores, funcionários da escola José Jesus Paes e pela população do Bairro Figueiras.
Essa história do Sr. Hermenegildo, foi projetada como um filme na minha mente, onde o presente e o passado se fundem em uma só estampa, porque a memória brinca com o tempo, como em um
filme, como uma criança feliz.Recolher