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Por: Museu da Pessoa, 17 de setembro de 2020

Quem faria isso?

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Quem faria isso?

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A minha família é bem interessante.

Minha mãe contava muitas histórias - quando a mãe conta as histórias dela, ela já é uma viúva.

Então, só ela que tinha o poder, como se fosse uma matriarca da família.

Mas era uma pessoa de muita força.

Isso é bem legal, porque geralmente se tem ideia de que as mulheres são, sempre, acompanhantes dos maridos e, ao contrário, ela, a Gordolina, a Tia Gorda, era muito tida como uma pessoa, assim, de muita força na família, de tal modo que tem uma história que ela conta que um dos filhos dela convivia com vizinhos e vizinhas que acabavam, enfim, namorando meio que escondido.

O relato é que uma moça que morava, que era vizinha, acabou vindo pra casa dele durante a noite.

O resultado dessa história é que ela engravidou dele e, naquela altura, a mãe da moça chegou lá a dizer que ela tinha que, obrigatoriamente, casar com ele.

Então, aí veio uma história que eu achei muito curiosa, que ela perguntou assim: “Escuta, você tem que casar, tem que assumir e tal”.

Aí ela perguntava pra ele: “Você tem que casar com ela, de fato? Você gosta dela e quer viver com ela?” Aí ele dizia: “Não, essa foi uma relação por acaso e tal”.

Aí a ameaça da mãe da moça era assim: “Se você não casar, ele vai preso”.

E o que foi que ela fez? Optou pela prisão dele, mandou que ele fosse preso, fosse pro São José, que é uma cadeia de Belém, ele acabou ficando preso seis meses, que era pra ele aprender a se comportar e não mexer com a filha da vizinha, do que assumir o casamento.

Bom, eu não sei dizer se depois que ele voltou lá teve continuidade nesse relacionamento, mas o fato é que ela dizer que ele deveria assumir e ir preso e consentir a prisão, pra mim é bem simbólico, porque o comum seria mandá-lo sair, do que fazê-lo casar ou ser preso.

Então, ela admitiu a... Continuar leitura

Dados de acervo

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Entrevista de Luiz Antonio Valente Guimarães Entrevistado por Lucas TorigoeBarcarena, 17 de setembro de 2020Projeto Memórias de Barcarena Entrevista HYD_HV001Transcrita por Selma Paiva P1 – Você me fala, então, pra começar, mesmo, o seu nome completo, data de nascimento e local. R1 – Meu nome é Luiz Antônio Valente Guimarães, eu sou natural de Barcarena e nasci aqui em Barcarena, mas acabei, por condições de destino, ter que ir pra Belém, nascer na Santa Casa de Misericórdia, no dia 25 de agosto de 1970. Então, toda minha vida começou aqui no interior de Barcarena, um pouco mais distante aqui desse ponto em que nós estamos, do Rio São Francisco. Toda minha família é dessa região, de uma localidade chamada Tracuateua e nós vivemos até os anos 70, quando a sede do município não existia. E meus pais são naturais dessa região e tem uma história bem curiosa, porque a minha família é natural daqui e tem algumas intervenções de tradições portuguesas. Eu me tornei Guimarães porque um ancestral meu, em algum tempo, é de origem portuguesa, daí o Guimarães no nome. Mas toda a minha família é natural desse rio, são ribeirinhos que viviam da atividade da pesca, da agricultura e até os anos 70, até quando eu nasci, nós morávamos nesse local. Meus irmãos, nós somos em torno de cinco irmãos, alguns deles, outros, que nasceram falecidos. Meu pai chama Raimundo Pinheiro Guimarães. Ele foi um carpinteiro e aprendeu a lidar com o ofício de madeira e a minha mãe chama Maria Valente Guimarães, é dona de casa. Tem uma fase da vida que ela trabalhou como empregada doméstica em Belém, até os 13, 14 anos, depois retornou pra Barcarena e acabou, depois, ficando com meu pai. A minha família, totalmente ligada à vida rural, tem grupos diferentes: os Valente Guimarães fazem um segmento e os Cravos são outro grupo, que é parte da minha mãe. P1 – Você quer começar falando, então, o grupo da sua mãe? Pode ser? Dos seus avós. R1... Continuar leitura

Título: Quem faria isso?

Data: 17 de setembro de 2020

Local de produção: Brasil / Barcarena

Autor: Museu da Pessoa

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