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Por: Museu da Pessoa, 8 de setembro de 2020

O respeito ensina, transforma e salva

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O respeito ensina, transforma e salva

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Meu nome é Kharen, tenho 22 anos, sou de São Paulo capital.

Quando eu sofri um abuso foi em 2018, foi bem numa segunda-feira. Eu lembro que foi em fevereiro, estava tendo Carnaval. Eu estava em Extrema, onde os meus dois irmãos moram.

Ele abaixou o shorts e abusou de mim. Enquanto ele estava abusando de mim eu entrei em desespero, porque era ele abusando de mim, a menina tentando passar a mão em mim, então foi algo que eu falei: "Meu Deus, eu vou morrer. Agora é a hora que eu vou morrer e a minha mãe nunca mais vai me ver”. Aí eu lembro que teve uma hora que eu consegui sair, eu sentei no banco e eu não tava conseguindo saber o que eu iria fazer. Aí veio algo na minha cabeça, que agora eu paro para pensar e meu, foi muito Deus.

Na hora que eu saí eu dei de cara com o segurança. Ele: "Que foi?", eu falei assim: "Só me tira daqui". Aí na hora que ele me tirou, ele foi me levando lá para dentro do parque de eventos, aí eu contei para ele o que aconteceu, e nessa hora eu achei que eu estava contando para alguém que iria me ajudar, e ele simplesmente, tipo, lá no parque de eventos tinham aqueles rapazes que ficam com o som, sabe? Ele me colocou lá e falou assim: "Eu não posso fazer nada por você, fica aqui. Eu preciso voltar ao meu trabalho". E eu lembro que eu estava chorando muito e ele me deixou lá, e eu chorando muito, e todo mundo olhando para minha cara. "Nossa, o que está acontecendo com essa louca?" Todo mundo olhando para minha cara. "Deve ter terminado com o namorado, sei lá". E tipo, eu lembro que eu chorei muito (choro).

Por muito tempo eu fiquei com medo [de contar], então foi um processo muito longo, eu fui me curar mesmo depois desses anos, depois que eu conheci algumas pessoas e cada um compartilhou a sua história, e foi uma ligação inesperada. Eu estou participando de um projeto que chama (“Evanja Live”?) e eu conheci pessoas de vários lugares e eu criei um laço com algumas pessoas que… Teve um...

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Dados de acervo

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P/1 - Kharen, vou pedir para você se apresentar dizendo o seu nome completo, data e local de nascimento.

R - Meu nome é Kharen, tenho 22 anos, sou de São Paulo capital.

P/1 - E que dia você nasceu?

R - Dia seis do dois de 1998.

P/1 - E quais são os nomes dos seus pais?

R - Antônia Pereira dos Santos e Mario Adelino de Paula.

P/1 - E onde que eles nasceram?

R - A minha mãe é de Minas [Gerais], Itapegipe, senão me engano, e o meu pai é de São Paulo mesmo.

P/1 - E você sabe como eles se conheceram?

R - Foi por roda de amigos, né? Aí eles se conheceram e acabaram casando.

P/1 - Aqui em São Paulo mesmo?

R - Aqui em São Paulo mesmo. Acho que eu tinha dois aninhos senão me engano.

P/1 - Você tinha dois anos?

R - Quando eles se casaram.

P/1 - Ah, que legal! E você sabe quais eram as atividades deles? O que eles faziam?

R - O meu pai ele era carcereiro, agora ele é aposentado, e a minha mãe era doméstica.

R - E você tem irmãos?

P/1 - Tenho sete irmãos (risos).

P/1 - Onde você está nessa escadinha de irmãos?

R - Na escadinha? Eu sou a caçula.

P/1 - E como que é a sua relação com eles?

R - Eu tenho mais contato com a minha irmã Bruna, com Fagner e o Fábio. Com os meus irmão por parte de pai eu não tenho tanto contato. Eu converso com eles, mas tanto contato igual eu tenho com a parte da minha mãe, a gente é bem mais unido.

P/1 - Então só para ver se eu entendi... Tem alguns que são só do seu pai que são de um casamento anterior, é isso? São quantos lá?

R - Ó, com a Dora são três. Aí com outra moça é um. Aí tem a parte da minha mãe, que o Fábio é de um relacionamento, e o Fagner é de outro relacionamento. Só eu e a Bruno que somos da mesma mãe e do mesmo pai. Acho que deu pra entender, né?

P/1 - E como que era a sua casa?

R - Agora ou....?

P/1 - Na infância.

R - Ah, na infância era só dois cômodos. A situação era bem complicadinha. Era pequeno porque a sala, agora onde é a sala, só tinha um guarda-roupa,...

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