Passei na prova de residência médica em um hospital das Obras Sociais Irmã Dulce em Salvador, Bahia. Era época de carnaval e foi grande a dificuldade para conseguir um local para ficar. O que mais ouvia das pessoas é que "era madeira!" como expressão de que a vida é difícil para todos. For...Continuar leitura
Passei na prova de residência médica em um hospital das Obras Sociais Irmã Dulce em Salvador, Bahia.
Era época de carnaval e foi grande a dificuldade para conseguir um local para ficar. O que mais ouvia das pessoas é que "era madeira!" como expressão de que a vida é difícil para todos.
Foram dois anos de descobertas acadêmicas e novidades tecnológicas, mas o que mais toca qualquer pessoa que passa pela Hospital Santo Antônio é a história de Irmã Dulce.
O mais importante é ver que o sistema de saúde pública pode funcionar e que ali se tem orgulho de ser brasileiro. A atuação de irmã Dulce fez todos perceberem que a fé tem poder e que onde se atende um pode se atender mais e muitos mais. A presença da irmã Dulce é forte em cada canto do hospital.
As manhãs eram duras para mim, pois, eu morava muito longe do hospital e acordava pela madrugada para poder sair. Pegava dois ônibus saindo um da Pituba e o outro da Rodoviária em direção a Ribeira. A tranquilidade não vinha.
Acordava pela madrugada, banho, comida, ônibus e hospital. Depois era acordar, comer, ônibus e hospital... Até que eram só acordar e hospital. Perdi mais de 3 quilos no primeiro mês. Um belo dia percebi que havia uma portinha próxima da entrada e todos saim de lá com comida. Resolvi fazer uma vistoria no local. Vislumbrei um lugar muito humilde, mas com comida perto e cheirosa. Perguntei sem me apresentar: - Posso tomar café aqui?
A senhora responde: - Sim, claro, irmã Dulce nunca negaria um prato de comida a ninguém. Onde se come um também comem 99. Dia após dia passei a comer no local e assim pude ter mais força para vencer através desta santa protetora do Brasil.Recolher