Ela começou com o trabalho com doze anos de idade dentro de uma fábrica. Os pais colocaram logo ela cedo, não teve infância. Começou aos doze anos a trabalhar na fábrica da gases Fagip e também começou a beber nessa fase, já começou a beber, já bebia; e eu não, eu não bebia. Eu sempre fui homem de academia, malhação. Eu já bebia depois dos 26, 27 anos de idade. Eu comecei a beber com ela. Porque eu botava guaraná (pra mim) e a cerveja pra ela. A gente se acabava na risada. Pra poder diferenciar... O meu guaraná Antártica e ela com a cerveja, pra pessoa não perceber. Era até engraçado. Também fumar nunca fumei, graças a Deus. Então tinha essa graça... e ela começou a beber cedo. E ela bebia tudo. Daí comecei também a beber. Deixa eu experimentar e esse negócio de experimentar... Pronto. Então foi assim, nossa vida foi assim... Mas foi longos anos. Tudo aqui no Uruguai. Ela trabalhava na Fagip, ali no Caminhão de Areia, fábrica de gás que tem ali, que chama Fagip, que bota menores de idade pra trabalhar... Então a mãe como também trabalhava lá, aí colocou ela pra trabalhar. Ela estudou só até a quarta série. Então ela era uma menina sempre de rotina de trabalho. E na vida de espiritualidade não caminhava nessa vida de Igreja. Era pagã nessa época que eu conheci ela, tinha 16 anos de idade. Eu estava indo para o colégio, porque eu estudava no Costa e Silva, estava fazendo o segundo grau. Aí eu conheci ela num dia em que eu estava passando e a gente começou a bater papo. A gente se gostou e começamos a namorar. E aí pronto: foi namoro, depois do namoro a gente passou a morar junto – foi uma luta também porque o pai não queria que ela saísse de casa. Foi pra casa da minha mãe, foi uma agonia danada, foi uma agonia só. Mas graças a Deus depois tudo ficou normal. Foi aí que a gente entrou nessa de caminhar porque entre bebida... começou a gerar agressões e discussões… eu era muito...
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Ela começou com o trabalho com doze anos de idade dentro de uma fábrica. Os pais colocaram logo ela cedo, não teve infância. Começou aos doze anos a trabalhar na fábrica da gases Fagip e também começou a beber nessa fase, já começou a beber, já bebia; e eu não, eu não bebia. Eu sempre fui homem de academia, malhação. Eu já bebia depois dos 26, 27 anos de idade. Eu comecei a beber com ela. Porque eu botava guaraná (pra mim) e a cerveja pra ela. A gente se acabava na risada. Pra poder diferenciar... O meu guaraná Antártica e ela com a cerveja, pra pessoa não perceber. Era até engraçado. Também fumar nunca fumei, graças a Deus. Então tinha essa graça... e ela começou a beber cedo. E ela bebia tudo. Daí comecei também a beber. Deixa eu experimentar e esse negócio de experimentar... Pronto. Então foi assim, nossa vida foi assim... Mas foi longos anos. Tudo aqui no Uruguai. Ela trabalhava na Fagip, ali no Caminhão de Areia, fábrica de gás que tem ali, que chama Fagip, que bota menores de idade pra trabalhar... Então a mãe como também trabalhava lá, aí colocou ela pra trabalhar. Ela estudou só até a quarta série. Então ela era uma menina sempre de rotina de trabalho. E na vida de espiritualidade não caminhava nessa vida de Igreja. Era pagã nessa época que eu conheci ela, tinha 16 anos de idade. Eu estava indo para o colégio, porque eu estudava no Costa e Silva, estava fazendo o segundo grau. Aí eu conheci ela num dia em que eu estava passando e a gente começou a bater papo. A gente se gostou e começamos a namorar. E aí pronto: foi namoro, depois do namoro a gente passou a morar junto – foi uma luta também porque o pai não queria que ela saísse de casa. Foi pra casa da minha mãe, foi uma agonia danada, foi uma agonia só. Mas graças a Deus depois tudo ficou normal. Foi aí que a gente entrou nessa de caminhar porque entre bebida... começou a gerar agressões e discussões… eu era muito mulherengo mesmo na rua e então gerava muito conflito. Quando entra bebida, conflito dentro de casa, agressões, aí... a gente começou a dar esse passo pra igreja. Eu já tinha uma caminhada, fiz lá na Igreja de São jorge, me batizei aos quinze anos. Eu me batizei tarde, mas tinha já uma caminhada né. E, pai e mãe sempre católicos, família toda católica então, eu já tinha um ritmo embora eu tinha me afastado da vida religiosa. Só ia à missa de vez em quando, domingo sim, domingo não... Fui cada vez mais me distanciando dessa vida cristã. Retomei a minha vida toda cristã já aqui no Uruguai mesmo, depois que a gente veio morar junto. Mas o que me fez mesmo assim, eu voltar era assim, mais nesse sentido da briga... A Danila, que hoje tem uma filha, que é a Maria Luciene, foi numa briga mesmo que ela falou pro padre Bernard e aí ele foi lá em casa. Botou a gente na sala sentado perguntou o que era que eu queria, se estava correto isso, me deu aquele sabão... Me perguntou se foi assim que eu entrei (na bebida), que eu entrei de vez mesmo, né? Se eu queria mudar de vida que essa bebida não levava a nada, minha mãe falava, minhas irmãs falavam...e se eu queria mudar de vida né. Foi assim que eu dei esse primeiro passo. Nesse tempo era Almir e Sirlei que eram os coordenadores da Pastoral Familiar. E aí foi esse passo que eu dei. Ele mandou eu procurar a Pastoral e procurar Almir e Sirlei. Então esse foi o primeiro passo, a gente rezou, ele tinha me dado um terço a mim e a cada um de meus filhos e a gente ficou sentado na sala e a gente aí começou a caminhar. A gente se apresentou numa terça-feira na Pastoral aqui na Boa Esperança e daí estou até hoje. Foi daí que começamos a caminhar aos poucos, conhecer uma nova família que foi a Pastoral e que dá os passos né, nessa vida de casal, conhecendo aquela família bonita, todo mundo de verde e eu fiquei olhando assim... Olhava os casais e eu fiquei muito assim.. bastante tocado. Aí a gente começou a dar os passos, foi interessante pra gente. Então foi assim, foi uma graça, que foi batismo... ela começou a caminhar, já se integrou, já pode fazer a primeira comunhão, batismo, crisma... Depois a gente casou. Foi tudo rápido. Foi acontecendo gradualmente, mas foi rápido, rápido demais. Então ela começou a viver essa vida de Igreja, essa caminhada né. E gostou. Ela fazia parte da Pastoral, começou a se entregar, ajudava.. participava de retiro, retiro de casais. A gente participava de tudo, tudo a gente participava. As missas dominicais, os encontros às terças-feiras. Então a gente começou a.. então as coisas começaram a mudar. Graças a Deus depois que a gente entrou nessa vida, na vida espiritual a gente tomou mais consciência e as coisas começou a melhorar, começou a mudar. A gente começou a dialogar, que a gente não dialogava né, a gente se agredia muito.. Então a gente começou a dialogar e vamos tirar isso, vamos tirar aquilo e as coisas começaram a melhorar. A bebida a gente não largava e esse que era o problema. Era um vício. Ela muito mais do que eu. Eu era muito mais controlado porque eu já entrei tarde né, então… quer dizer eu entrei tarde, entrei depois dos 27 anos. Então entrei tarde na bebida, quando bebia. Então o vício me pegou, mas não do jeito que pegou ela, que desde os 12 anos que ela já bebia né. Então aí foi muito forte mais pra ela né. E aí quando bateu o diagnóstico apareceu um bocado de coisas que e a gente nem sabia que ela tinha... ela também nem sabia que ela tinha... como a gente era muito forte... uma mulher escura forte, cheia de vida, cheia de saúde... então foi uma coisa em cima da outra... aí quando bateu ah deu isso, deu aquilo, aí pronto. Mas foi assim uma questão de rapidez, eu achei muito rápido porque foi quinze dias de UTI e aí desceu tudo. No diagnóstico disse que ela pegou a bactéria da meningite. A imunidade dela baixou. Daí pegou a bactéria e.. aí pronto. Ela morreu aos 39 anos de idade. Novinha. Mas ela lutou. Foi uma luta. Eu mesmo não entendi, não entendi mesmo... Ai eu estou aí nessa luta.
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