Memória Petrobrás
Entrevistado por Douglas Tomás
Entrevista de Jackson Rodrigues Vieira
Duque de Caxias, 07/07/2009
Realização Museu da Pessoa
Entrevista nº PETRO_TM135
Transcrito por Andiara Pinheiro
P/1 – Eu vou pedir prá gente começar, que você fale o seu nome completo, o local e a...Continuar leitura
Memória Petrobrás
Entrevistado por Douglas Tomás
Entrevista de Jackson Rodrigues Vieira
Duque de Caxias, 07/07/2009
Realização Museu da Pessoa
Entrevista nº PETRO_TM135
Transcrito por Andiara Pinheiro
P/1 – Eu vou pedir prá gente começar, que você fale o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.
R – Meu nome é Jackson Rodrigues Vieira, nasci em Teresina, cidade do estado do Piauí, região Nordeste, né? E eu nasci no dia 19 do 4 de 55.
P/1 – E Jackson, conta prá gente aí, como é que... quando e como você se ingressou na Petrobrás?
R – Eu ingressei na Petrobrás em 77. Vim do Piauí sozinho, com aquele sonho de Rio de Janeiro, Maracanã, como todo jovem. Eu jogava bola e estudava também. Aí fui e ingressei na escola técnica, lá conheci um rapaz que jogava bola também, aí nós fomos treinar no Vasco. Mas o destino não quis que eu fosse ser jogador. E logo pintou o concurso prá Petrobrás, logo no final do curso do segundo grau da escola técnica e aí entrei aqui na Reduc (Refinaria Duque de Caxias), em 77. Já passei... em 83 eu fui para Macaé, trabalhei dez anos embarcado e depois voltei prá Reduc. Espero terminar aqui minha atividade profissional, na Reduc. Apesar que hoje eu não tô na Reduc direto, hoje eu sou... estou presidente da CEP Caxias, que é o Clube dos Empregados da Petrobrás. Estou mais dedicado hoje ao clube do que propriamente à Reduc.
P/1 – Tá, a gente pode... eu só vou voltar um pouquinho. Quando você entrou, você entrou em que área, como é que foi, fez o concurso?
R – É. O concurso consistiu de provas técnicas, né? E uma redação. Na época não havia aquele rigor que hoje exige a Constituição Federal, então passamos por um estágio primeiro, fomos avaliados nesse estágio, fizemos a prova e fizemos uma redação daquilo que a gente fez no estágio. Então eu fui trabalhar na manutenção, no setor de elétrica. Eu fiquei por alguns anos no setor de elétrica, lá para 83 eu fui prá área de manutenção de caldeiraria, aí conheci outras atividades que é pintura, mecânica, tubulação. E em 94, retornei à Reduc e aí voltei prá inspeção, quer dizer, eu posso garantir que nesses 30 e poucos anos de refinaria, eu conheço todas as áreas de manutenção, por onde eu passei. Acolhi muitas experiências, né? Boas que me fizeram crescer profissionalmente.
P/1 – Mas o que você fazia exatamente na área de manutenção elétrica?
R – É, em elétrica a atividade é muito complexa porque tem... não é uma coisa certa. A elétrica tem desde o sistema de proteção dos equipamentos da Petrobrás e de todo e qualquer equipamento elétrico, tem a parte de comando, tem a parte de... naquela época se usava muito eram os (relés?), mecânicos, era outro mecânico, eles não tem área eletrônica que hoje é concebida. É também, trabalhei muito, muito mesmo, de reconhecimento de nível até Brasil porque viajei muito para transferir esse conhecimento que eu adquiri na Reduc, que era teste de cabo a óleo, de 13.8, os cabos que transferem energia subterrânea. Então são cabos complexos porque são imersos a óleo, quer dizer, a proteção dele é à óleo, e quando você vai recuperar uma emenda daquela ali, emendar leva às vezes doze horas para você emendar aquele cabo, é muito complexo, é um trabalho sensível. Tem também a parte de rolamento de motores, que a gente trabalhou muito, hoje não fazia mais enrolamento de motores, mas fizemos muito isso aqui. Nós tínhamos uma oficina que ela tava preparada para... nada sai daqui, então ________ faz aqui, recuperação de baterias se fazia aqui, até a destilação da água para usar na bateria se fazia aqui. Aí a refinaria cresceu e esse serviço foi terceirizado para outra...
P/1 – E por que você foi para Macaé?
R – Macaé surgiu uma promoção, era difícil na época promoção na Reduc, limitaram até pela... por política governamental, de contrato, então num destaque aqui, ia para um outro local, porque a experiência lá seria importante. E nessa oportunidade, eu deti alguns conhecimentos já, já tinha quase oito anos nessa área de elétrica, e a plataforma tava começando a... todo sistema de Macaé tava começando, isso foi de grande valia tanto prá Petrobrás quanto para mim, porque a gente levou esses conhecimentos que nós detínhamos aqui e hoje você vê que Macaé cresceu, não, mas eu acho que eu fui uma célula nesse corpo todo que é hoje a bacia de Campos. Eu fui um dos primeiros a ingressar lá em Macaé.
P/1 – E aí você ficou até quando lá?
R – Fiquei dez anos.
P/1 – Voltou em que ano?
R – Voltei em 93 e aqui fui prá área de inspeção, que também é uma área diversa da elétrica, como é diversa da mecânica. A inspeção, a finalidade dela principal, o foco da inspeção é garantir a integridade do equipamento. Como é isso? É a companhia na vida útil e a vida daquele equipamento, seja qual for o equipamento. Pode ser um motor, pode ser um transformador, pode ser tubulação, pode ser um forno, enfim, tudo que é equipamento da refinaria, a inspeção ela acompanha, ela tem história de todos eles e a vida de cada um deles. A gente sabe através de técnicas em laboratório, de conhecimento também, e a gente consegue determinar essa vida útil desse equipamento aqui. Aqui tem que trocar, não pode continuar. Ou esse equipamento aqui ele, para continuar funcionando ele precisa de um... parar prá gente efetuar o reparo. Então a inspeção hoje ela, ela é a garantidora de toda essa segurança que precisa um equipamento, como é que é uma indústria que trabalha na área petrolífica, onde se trabalha com altas pressões, altas temperaturas, entendeu? E é importante ter um setor com uma certa independência para trabalhar nessa área.
P/1 – E hoje você tá ainda na inspeção?
R – É um ano, como eu te falei, é um ano eu tô no clube, né? Então o clube aqui adjacente à Reduc em que nós estamos lá como presidente, assumimos em maio, e eu acho que o clube tava numa situação tão ruim, acho não, a gente sentiu isso e então foi consenso aqui com a gerência da gente ficar lá para recuperar, para minimizar os problemas graves do clube.
P/1 – E o que é o clube?
R – O clube, ele é formado de uma Associação dos Empregados da Petrobrás, do sistema Petrobrás, digamos assim, para dar marginalidade à coisa, e também dos sócios não... de pessoas também não fazendo parte do sistema, mas que trabalham aqui na Reduc, que a gente chama de sócio contribuinte, aquele que trabalha no pólo petroquímico e por vontade própria deseja ser sócio do clube. Então nós temos um contingente de sócios, tanto do sistema Petrobrás, como não do sistema. Que fazem parte dessa... grupo que chamamos de associação. E esse clube, ele atende as necessidades sociais, né? E culturais do... da força de trabalho ______. Ele hoje tá crescendo, mudou. Em um ano de gestão houve mudança substancial na estrutura física, na parte financeira do clube. A situação contábil, bem como a parte mais importante que eu considero, que é a imagem, a dignidade. Hoje o clube, pode dizer que o clube hoje recuperou uma imagem que estava perdida, desgastada.
P/1 – Que tipo de atividades vocês desenvolvem?
R – É, lá no clube, são... uma infinidade de atividades, né? Ela vai desde essa área social que é o congregamento de pessoas que vão lá para se reunir, para jogar bola, é um... canto musical, churrasco, uma reunião para tomar uma bebida, né? A parte esportiva, tem também a parte... a parte esportiva nós temos a academia onde tem todas as atividades ligadas à essa atividade física que seria hidroginástica, piscina, natação e a própria academia mesmo, as atividades que se executam dentro da... de uma sala. E também, nós temos também um trabalho com uma responsabilidade social, né? Nós temos um programa criança aí, com convênio com a Petrobrás. Hoje nós temos 450 crianças lá que a gente atende desde o café da manhã, o lanche, almoço, e damos também oficinas de música, oficina da palavra que é o português, atividade esportiva, com aptidão que ele gostaria, o garoto. Atividade de dança, enfim, a gente pega aqui essas crianças da região mais próxima, a região carente e essas crianças a gente... fora da... ela tem que ser matriculada e tem que tá efetivamente estudando. Então ela vem aqui depois da escola, passa a tarde aqui no clube, aí recebe toda aquela atenção e atividades que a gente procura vivenciar aquele momento que é a criança.
P/1 – Sim. E você tá falando do clube, né? E da região. A Petrobrás tem uma presença aqui na região de Caxias, como é que você vê isso ____?
S – A Petrobrás tem uma... não aqui em Caxias como no Brasil todo, mas vou falar especificamente aqui em Caxias que é a área que eu conheço, né? Ela tem uma presença muito forte nesse setor de responsabilidade social, de atendimento a essas famílias e essas pessoas que estão aqui próximas a área da Reduc. Então há 20 anos que ela vem com esse trabalho aí do Programa Criança e outros programas, mas basicamente no clube é o Programa Criança. Esse é um programa que deu certo e que a Petrobrás vem mantendo, tanto é que o contrato tá se encerrando, a gente tá renovando porque a gente tem resultados, entendeu? São crianças que a gente tira da... do potencial da marginalidade, daquela possível... para um momento de congregamento com outras crianças e ali é uma troca, há exemplo dos funcionários, há exemplos de pessoas. Então hoje tem muito adulto, já com 22 anos que “Olha, poxa...”. Lá, para você ter uma ideia, lá tem professor de fundo do Programa Criança...
P/1 - ... professor de...
R - ... professores lá que também um dia foram do Programa Criança. Um dia foi uma criança, um adolescente que participou. Nós temos três casos lá. E outros também que saíram para buscar outros interesses mas que, enfim, tavam lá porque... nós fazemos um cadastramento dessas crianças e a preferência mesmo são de pessoas que têm necessidades, principalmente pecuniária, financeira. Essas pessoas a gente faz uma entrevista, existe um grupo preparado para isso, psicólogos, professores, pedagogos, enfim, tem tudo... assistente social, tem toda uma estrutura montada para captar essas crianças que estão lá fora, entendeu? Há uma pesquisa, há um estudo, há uma análise, a gente trás essa criança pro clube, aí a gente faz aquele trabalho de socialização cultural e esportiva.
P/1 – E Jackson, você acompanhou essa... a história da Petrobrás aqui em Caxias. Você destacaria alguma... poderia falar um pouco sobre isso... você destacaria alguma mudança em relação mesmo a cidade, você me disse que veio de fora para cá. Eu acho que tem muitos casos parecidos, né? Eu não sei se você lembraria assim, como é que foi essa mudança?
R – É. Engraçado que eu... você tocou num assunto que eu, que é bom fazer uma análise, né? Porque a gente fala em futuro. Eu vejo o futuro do passado como de frente do futuro do presente. Não sei se combina bem mas deixa eu explicar isso. No passado, a gente planejava o futuro para décadas, né? “Olha, o meu futuro...” você planejava o futuro para comprar uma casa própria, também indústria, então você projetava o futuro para um longo prazo. E hoje, eu costumo falar isso lá do clube lá com os funcionários e onde eu... palestra que eu faço, e que o futuro é hoje. O futuro que a gente imagina é hoje, você não pode mais projetar nada para daqui a cinco anos, o máximo que você tem que projetar o futuro é para daqui a dois anos, o que tá acontecendo. E hoje quem detém informação é que vai sobressair. O velho hoje não é quem tem idade, o velho hoje é quem desconhece o conhecimento, porque só vai ocupar o futuro é quem tá com o conhecimento. Então vejamos aí: esses dois futuros aí que eu falei anteriormente. Quando eu entrei na Reduc, a Reduc era uma... poucas unidades. Era Diref , Dilub e Dutil, basicamente isso.
P/1 – São... isso o que é? Explica.
R – Diref, era o refino, Dilub, divisão de lubrificante e a Dutil, que é a divisão de utilidades. Essa utilidade compreendia vapor, geração de vapor, e geração de energia. Olha só. Então, naquele mesmo período, naquele mesma década de 77, iniciou-se um amplo programa de... arrojado programa lá perto da Reduc de crescer. E nós estamos ainda meio sem conhecer bem essa força da Petrobrás, quando começamos a trabalhar nesse projeto arrojado, que deu-se o nome de Anuc, Ampliação do Espaço Lubrificante, aí a gente viu como a Petrobrás tem uma força empreendedora muito grande. Porque talvez dobrou a capacidade da Petrobrás, em instalações sim, eu tenho certeza disso. Foi uma obra gigantesca em que parque de estancagem e o parque de produção de lubrificante da refinaria, acho que triplicou. Nessa mesma dinâmica, também ela criou, ela também cresceu a parte de energia. Construiu-se uma nova unidade só de geração de energia e hoje é a unidade 2200 lá.
P/1 – Só um minuto, só cortar...
(Acho que foi troca de fita)
R – Então surgiu a unidade 2200, uma unidade especificamente, exclusivamente para gerar energia, que também triplicou a... o fornecimento de energia elétrica. Então foram projetos que, de futuro, né? Mas que aconteceu ao longo de uma década mas a informação tá presente, a tecnologia tá aí também presente, e o futuro tem que ser hoje, tem que ser amanhã, não pode ser depois de amanhã não. Não pode ser daqui há três anos. Então o que é que veio? Petrobrás na sua grande capacidade de pesquisa e descobertas, e de novas tecnologias, descobriu petróleo e gás na bacia de Campos, no fundo do mar. Quer dizer, novo desafio para nós empregados aí. Por que? Como tirar esse petróleo e como aproveitar esse gás. A refinaria mais uma vez mostrou a sua capacidade. De que? De pegar esse gás, manufaturar ele e colocar nos postos de gasolina. E isso aí já foi rápido, isso aí foi um projeto que não foi demorado. Isso aí em três anos esse projeto tava pronto. Hoje mesmo a própria Petrobrás, a Reduc, já trazendo o futuro de hoje, os contratos que a Petrobrás tem, em particular a Reduc, são contratos para três anos. E tá aí hoje, tem uma... 12, 15 mil empregados aí para concluir projetos que não pode durar mais que três anos para entregar nova planta de gás, uma nova planta de... entendeu? De... basicamente a parte de gás que a Petrobrás tá, o que é nosso grande desafio até pela questão ambiental mesmo. Mas não deixou de cuidar da parte do petróleo também que é um petróleo, não é aquele petróleo bom da Arábia, né? É um petróleo ruim. Então ela teve que desenvolver uma tecnologia para processar esse petróleo sem que ele cause muitos danos ao material, ao fornos, aos equipamentos.
P/1 – E Jackson, você poderia falar para um leigo, o que é a Reduc, o que ela faz, o que ela fabrica assim? De forma simples, que possa entender.
R – É, para um leigo mesmo? O que é que a Reduc faz. Ela recebe aquele petróleo que vem lá da bacia de Campos, vem de outras... importado, enfim, o petróleo que é matéria prima. É como se fosse o algodão que o cara pegou para fazer a camisa. É como se fosse o couro do boi para fazer o sapato. Então ela pega aquele petróleo, ele passa por uns fornos, esses fornos vão aquecer aquele petróleo, vai passar por uma torre, como se fosse um aparelho de pressão. Aquele líquido, que é o petróleo vai evaporando e ali você tem um processo industrial, você vai captando aquele vapor. Ele tem vários tipos de grau ali e de piso, né? Ele sai... você pode pegar ali, daquele vapor ali você pode pegar a gasolina, pode pegar a nafta, até o óleo diesel, né? Então a Reduc hoje, ela através do petróleo em si, ela processa e vende diretamente para o consumidor a gasolina, aí tem a gasolina Podium, a gasolina comum, vende a parafina, vende o óleo diesel, vende o álcool, vende o butano, né? Que é aquele gás de cozinha. Basicamente aqui, ao lado aqui da Reduc, tem várias empresas que recebem o produto processado da Reduc e eles fazem um novo processo prá indústria farmacêutica, por exemplo. Para você ter uma ideia, que muita gente não sabe, esse batom que a mulherada usa, aquilo ali é do petróleo, é parafina. Mas não é de assustar não porque a indústria farmacêutica basicamente usa o petróleo para vários produtos do remédio, então é isso. A Reduc, ela... ah, nós falamos dessa parte de trabalho, mas tem a outra parte importante, não se pode deixar de falar da importância política que é a Reduc no cenário de Duque de Caxias, né? Que você começou a fazer a pergunta e eu tava lembrando de responder essa aí mas a gente se empolga, fala tanto de Reduc, nós não podemos deixar de falar dessa parte política. Eu conheci Caxias, uma cidade pequena, ainda funcionava aqueles currais, curral eleitoral, né? As famílias se perpetuando no poder e você via, ainda que a informação não fosse ampla, mas você vê que havia um (nicho?) de corrupção muito alto, que os impostos gerados pela atividade da Reduc, não iam prá população. Então eu fiz muito isso, eu lembro que eu fiz muito isso nessa época de 80 e... 77 a 83, nós íamos muito nas escolas, a Petrobrás tinha convênio com a Prefeitura para levar as escolas, nossa força de trabalho e material prá gente pintar. Eu mesmo pintei salas de aula aqui nessa região, lote 15, isso é o fato que todos conhecem que eram da minha época, entendeu? Carteiros, a gente levava marceneiro para cortar, então nós tínhamos esse trabalho. Ainda hoje a Petrobrás faz muito isso, ajuda as comunidades aí. Mas eu quero dizer o seguinte: Que era o papel do estado, né? O município, de repor as melhorias ou... e não tinha, o dinheiro não ia para essa comunidade, assim como as estradas, o saneamento básico, entendeu? Não tinha, realmente era zero.
E com o implemento aí das... refinarias crescendo e precisando se expandir e o próximo acordo de Petrobrás com a Reduc, com a Prefeitura... houve naturalmente um desenvolvimento que Caxias mudou, Caxias mudou de uns 15 anos para cá. Foi quando começou essa... esse volume de obra na Reduc, entendeu? Que Caxias teve que mudar a mentalidade, “Não, vamos ter que dar retorno, nós vamos ter que preparar essa... as condições aqui, aí essa estrutura prá Reduc e para os funcionários que trabalham lá”. Então hoje saneamento... Caxias tem um bom sistema de saneamento básico, tem um... os hospitais não tem muito (ADV?), as estradas, eu corro aí por aí, eu vejo as estradas pavimentadas aí, tá bom! Houve uma melhoria substancial nessa relação Reduc, Município, e ganho político, devido a uma empresa de tamanho porte estar instalada aqui. Até porque os recursos gerados, os recursos fiscais são muito altos. Então não há como negar que tem que ser injetado no próprio município.
P/1 – E o perfil das pessoas que trabalhavam aqui quando você chegou, era um perfil parecido com você, desses de pessoas que vinham de fora... como é que era?
R - ... não, não. Quando nós entramos aqui na Reduc, a gente observou que tinha um grupo de pessoas já aqui há muitos anos aqui dentro, né? Já com 20 anos. Então são pessoas já com certos vícios, mas não deixavam de ser trabalhadores e responsáveis. Mas que com outra mentalidade, porque na formação da Reduc mesmo, da Petrobrás em si, isso aqui era um pântano, então ela teve que pegar pessoas pelo laço, entendeu? Não se exigia uma formação técnica, até porque trabalho de fundação, de base, não ainda tinha aquele... e a tecnologia não era aquela de hoje, isso é bom de se falar. Então os empregados, os funcionários que eu encontrei aqui eram pessoas que não tinham essa mentalidade que nós quando entramos já tínhamos, de uma escola técnica, naquela revisão de laboratório, né? O eletricista anterior era aquele eletricista bem simples. Eletricista mesmo, aquele eletricista de obra, caseiro, não é aquele que vem de uma escola técnica, né? Aquele de laboratório, de estudo, de pesquisa. Então a visão era outra e o... certo que eu... mas fui bem acolhido por essa galera, interessante, né? Eles sentiam tanto a sua força que depois eles “Esse cara não vem para me ameaçar”, então poxa, foi legal, sabe? Fiquei com esse pessoal aí ainda uns dez anos, aí foram aposentando, aposentando. Então a Petrobrás... a Reduc, ela é uma gênese de mudança de... nessa fase também de, por exemplo, de empregos, né? Nunca para, ela tá indo, daqui a pouco... mas é tudo também ligado à política governamental. Fernando Henrique teve aí oito anos, achatou salários e não conseguiu gerar empregos para ninguém. Lula veio aí, a Petrobrás deu outro salto, geração de empregos, ninguém pode questionar, os jornais até hoje mostram aí, absurdo e tal. No setor executivo como no legislativo, como judiciário, o governo incita é muito emprego, é muita chance mesmo. Quer dizer, há um processo de renovação, então essa gênese da Reduc, da Petrobrás, ela também acompanha essa política. E é bom que a gente tem um governo aliado com essa mentalidade da Petrobrás, que ela pode crescer mais ainda. Eu acho que nesse particular, nós devemos ao Lula em grande parte, por ele deixar a Petrobrás “Olha, vai lá, toma conta, tu sabe fazer isso”. Não ficou engessada por um governo ligado a uma política mais conservadora, sabe? Nesse ponto o Lula liberou legal.
P/1 – E Jackson, você já teve um envolvimento mais direto com política sindical mesmo, aqui na...
R – Olha só, eu acho que as virtudes, ela conhece a fala que recebe. Eu conheço tudo isso, sei como é que funciona isso, detenho essa informação, tenho uma formação que eu considero a meu ver, muito boa, leio muito, entendeu? Mas eu sempre fui a parte, eu nunca exerci um cargo político. Eu estou político não porque eu quis, foi um... a gente tinha que mudar aquilo ali, então veio um grupo de colegas e sabendo da minha capacidade, segundo eles, né? Da minha forma de gerenciar, eu tenho uma empresa no centro da cidade, eu tenho um escritório de advocacia que eu não posso me arrepender do trabalho que eu executo lá, eu tenho um corpo jurídico que trabalha comigo. Bem, eles me conhecem a muitos anos, então sabem “Oh, é você que vai dar um jeito naquilo ali” mas politicamente, quer dizer, eu sou um animal político, como diz Aristóteles, mas não que eu detenha, não que eu tenha essa ambição, não, porque... não sei, não veio isso. Pode ser que amanhã, né? Agora como cargo de presidente, conhecendo... hoje eu conheço o prefeito, já conheci os vereadores, a própria política aqui da refinaria, a gerência, nós tamos bem alinhados num projeto de transformar tanto o CEP como a Reduc, em uma das primeiras colocadas daqui a dois anos. É um projeto político e social nosso, né? Então nós tamos bem alinhados nessa fase aí, engajados nessa fase de tornar essa duas empresas aí, grande, e como é que fazemos? Esse trabalho de base, né? Então é um trabalho político também. Um trabalho social. Sindicato, sempre fui sindicalizado, sempre paguei sindicato, desde que eu entrei na Reduc, mas honestamente nunca participei de um... fiz greve inclusive, porque eu achei que naquele momento era greve. Teve momentos que eu não fiz greve porque achei que naquele momento não era para greve, isso coisa particular, né? Política, né? Mas cargo eletivo em sindicato, não, nunca me ocorreu pensar isso.
P/1 – É, vou voltar só um... surgiu aqui uma curiosidade. Quando você chegou aqui você era bem novo, né? E... período de ditadura militar, teve algum caso que você poderia citar? Como é que era aqui? Você sentiu isso ou você não passou, né? Porque você até era muito novo, recente, não sei.
R – É. Eu era muito jovem, né? E a gente sabia que tinha esse movimento. Mas as coisas não eram passadas assim, de forma fiel. Aliás, nem para aqueles executores mesmo dessa política repressora, eles também não eram tão realistas, não eram tão, não passava aquela coisa como devia ser feita. Mas eu... 14, eu cheguei aqui acho que com 16 anos no Rio de Janeiro. Mas eu já tinha uma visão, já lia, já tinha conhecimento, já lia alguma coisa. E eu lembro que naquela época, a imprensa, ainda que fosse observada de perto pelo Governo Militar, ela costumava passar uma imagem de que o americano, aqueles programas americanos, aquele era o melhor, entendeu? A maior democracia do mundo, e eu sempre fui um cara questionador, sempre quando alguém manda mensagem para mim, eu pego essa mensagem e começo destrinchar de que forma ela vai entrar dentro da minha cabeça. Porque de outro lado eu acho que eram dois mundos, então tinha um outro lado antagônico que era... chamava de comunista, que era o bicho, que o urso comia criança. Eu achava aquilo esquisito, não conseguia entender aquilo. Aí depois eu fui vendo, fui vendo uma coisa, fui lendo as histórias, quer dizer, hoje... mas eu não vi nenhum movimento assim, eu mesmo não fui atingido por esse movimento, eu lembro que o... eu entrei na Petrobrás antes do regime democrático, ainda vivemos numa ditadura, né? Já tava naquele processo de abertura. Tanto é que o processo ocorreu mesmo em 82, com retorno de Leonel Brizola. Mas já existia aquele abrandamento do... mas eu não vi nenhum momento assim, eu senti na pele o que é uma repressão, sabe? Eu andava à noite, ia prá escola técnica, aquele negócio todo. Pegava trem, via muito soldado _______ na rua, mas... quanto a mim e minha família, meu pai também sempre fui alheio nessa questão política...
P/1 – E você continuou jogando futebol mesmo depois de ter entrado na Petrobrás, como é que é?
R – Jogo, jogo futebol, por incrível que pareça, jogo futebol. Tô meio relaxado, né? A atividade de presidente daquele clube tá me tomando muito tempo, tô lá perto do campo e às vezes não consigo, eu dou uma vontade de jogar mas tem outras coisas para fazer, adoro uma piscina mas também não tenho tempo. Eu tô vivendo... eu vivencio aquele clube 24 horas, por incrível que pareça. Que eu chego aqui seis e meia, trabalho até às oito, oito e meia, nove horas. Vou prá casa, aí pego aquelas informações, vou pro meu computador lá em casa. Ontem mesmo, dez e meia eu tava lá fazendo um contrato e separando as fotos prá gente fazer o nosso primeiro informativo, porque ainda não tem informativo. Isso era dez e meia, 11 horas, que foi a hora que eu já tava livre para dormir, eu lembro que eu deitei 11 horas. E quando foi cinco horas já tava acordado. Mas nesse período eu sonhei com o clube, sonhei com minha página na internet (risos). Quer dizer, eu vivo o clube intensamente, porque eu gosto também do clube, aquilo ali tem... eu costumo falar que eu não tenho um salário ali, mas ali é uma questão de altruísmo, digamos assim. De amor mesmo, de vontade mesmo para você mudar. Porque você vê a sensação desse tipo de trabalho, no sorriso do sócio “Poxa, mudou, esse clube tá mudando, esse clube tá melhorando” entendeu? Porque aquilo também é meu, eu sou sócio daquilo ali, ali é um patrimônio que também é meu e eu tenho que cuidar daquele patrimônio. Eu acho que se todo mundo pensasse assim, a gente vai ter o melhor clube do país daqui há dois anos.
P/1 – Tem alguma meta, ou algum projeto que você queiram...
R – ... tem muitos projetos...
P/1 - ... que vocês queiram executar?
R – Projetos na... ali nós temos... o projeto nosso funciona como um tripé. O primeiro é parte física, né? Reestruturar, é revitalizar as estruturas que foram danificadas. Então isso aí nós já tamos concluindo, estamos numa segunda fase ainda pelo tripé que é de obras mais de melhoria aí. Isso aí nós já estamos com memorial descritivo, já para sair em desenho, para sair licitação. Daqui a pouco nós vamos ter novas quadras, nova entrada, novo, uma nova subestação com acréscimo de carga elétrica, uma nova sauna para os sócios e tal. Tudo novo que eu tô falando, viu? Não é recuperar. Piscina recuperada. O outro tripé é a questão financeira. Hoje a única dívida do clube, basicamente, é a dívida fiscal, é aquela dívida do INSS, que a gente já chamava se Refis, que o Programa de Refinanciamento da Dívida com o INSS, a dívida que você pagou ao longo de décadas e que espero que até agosto a gente feche. Aí acabou o problema de dívida do clube. Quer dizer, vai ficar uma dívida planejada, saber o que eu vou pagar. Hoje não se paga essa dívida, porque ela é impagável. Mas tem uma lei aí, recentemente aprovada pelo congresso nacional, permitindo que os clubes amadores também façam o refinanciamento com o prazo de 180 meses. Com isso, os juros, se você der entrada no processo, os juros cairão pela metade, a multa também vai cair pela metade, essa dívida também vai cair também pela metade. Aí eu acho que fica uma condição boa para o clube pagar. A gente quer entrar e pagar, entendeu? E dá para pagar. E o terceiro tripé, né? Que é essa questão da imagem do clube que a gente acha que tá bem andada, acha que ta bem resolvida e nós vamos testar ela agora quando a gente começar a buscar junto as outras empresas e aos sócios aqui da Reduc, os funcionários da Reduc principalmente, a adesão de sócios. Vamos ver como é que os sócios estão nos vendo aí para atender essa convocação de mais sócios, participar dessa família do CEP. O slogan hoje do CEP é o Clube para a família, então hoje eu to vendo muitas famílias no clube. Pai leva a esposa, que leva o filho, hoje a esposa tem um salão de cabeleireiro, tem manicure, o filho tem um brinquedinho lá, o que não tinha antes.
P/1 – Você tem muitos amigos aqui ou não?
R – É aquilo que eu te falo, amigos temos, mas a gente consegue ver o amigo quando você precisa dele. Eu... a minha vida toda foi olhar para os outros. Eu sempre olhei. Eu vim pro Piauí, do Piauí para cá. Logo quando eu entrei na Petrobrás, chamei a minha família. Então já olhei prá minha família, trouxe todo mundo para cá. Aí orientei os irmãos a estudar, hoje tenho mais dois irmãos na Petrobrás. E minha mãe e meu pai ainda estão vivos e são independentes.
P/1 – Vieram depois de você.
R – Depois de mim. Eu vim primeiro, eu fui... arrumei a casa, aluguei. Hoje não, eu moro em casa própria. E assim... eu tenho uma propriedade aqui em Cachoeira de Macacu, que lá tem umas 400 famílias mais ou menos, que poxa, é Deus no céu e eu na terra. Mas adoro! Por quê? Porque eu chego lá, eu jogo sinuca com um, eu tô... pego uma roupa, dou para outro... natal, sempre natal eu levo umas cestas básicas para dez, 15 famílias. Quando é Páscoa, eu falo com as professoras, a gente fecha aqui, eu venho cá e compro ovo de páscoa e distribuo para as crianças, faço palestra lá sobre meio ambiente. Então eu tô sempre presente naquelas famílias lá e são famílias carentes, né? Eu sou muito querido lá, entendeu? É uma região de roça mesmo mas eu me sinto seguro lá. Então eu acho que eles são amigos, né? Aqui no clube, nunca vi ninguém me ameaçando, o pessoal elogia, gosta e tal. Também tô olhando sempre nos outros também, no sorriso dos outros para ver... quer dizer, essa é minha sina, entendeu?
P/1 – E Jackson, você teria alguma história interessante para contar prá gente, nesses anos aí de trabalho, não sei. Uma história marcante, algo que tenha marcado, que você lembre agora também, até porque as vezes a gente...
R – É, eu até lembrei de algumas coisas aí, são tantas emoções (risos). Olha, as histórias marcantes, elas... todas elas não têm nada de ruim, todas elas foram boas, não tem nada assim “Poxa...” que me trouxe um profundo gosto sabe? Ou isso aqui foi amarguroso para enfrentar. Não, todos os desafios que eu enfrentei na Reduc, foram bons porque somaram prá minha vida profissional e pessoal. É, teve lance de eu tá na praia, por exemplo, em junho, não era... nós tamos em julho, né? Junho, frio. Mas por incrível que pareça, teve um verão desses aí, 82, 83, que eu estava na praia, lá na (Base Ju?). Eu morava ali no Anil, tinha vários amigos ali que eu... aquelas barriquinhas que ficava na praia tomando cerveja, chegou um carro da Reduc. Porque ele tinha ido lá na minha casa e meus irmãos sabiam que eu estava naquela barraca, lá naquele ponto, que era certo me achar ali. E o motorista falou “Oh, o superintendente tá te chamando lá na Reduc”. Aí eu passei em casa, botei a roupa de maga curta, vim prá Reduc. “Olha, o problema é em Curitiba. Eu sei que você domina essa área aqui de teste de impulso, de edificação de curto circuito em cabos elétricos”, eu tinha esse conhecimento, né? “Ele quer saber algumas dicas tuas aí”. Aí voltei pro telefone, falei com ele e tal, “Porque não faz assim e tal”, só que o pessoal não tinha essa experiência que nós tínhamos aqui na Reduc. Aí “Você não quer vir pra cá?” “Mas isso aí é coisa de dois dias” “Então vem, traz o seu equipamento aí e tal”. Aí eu falei pro gerente, o gerente foi e liberou a passagem de avião, daqui mesmo já fui pro aeroporto e peguei o avião. Cheguei em Curitiba, frio, com roupa de manga comprida, né? Aqui um calor danado, chegava lá aquele frio imenso...
P/1 - ... veio da praia...
R - ... meu Deus do céu. “Rapaz, não vou pro aeroporto não, o que tem aí pra beber pra me dar”. Tomei lá dois goles de conhaque e disse “Vamos lá para Curitiba para poder resolver isso, porque eu não aguento isso aqui não, tá muito frio”. Cara que veio do Nordeste, piauiense, lugar que se frita ovo na calçada, entendeu? Numa terra de oito graus negativos, oito graus positivos de frio, “Não, não, nós vamos primeiro preparar você” aí que veio luva, gorro, jaquetão, calça de luva, meia, tudo apropriado. Decerto que eu fiquei 45 dias, que eu tive que mudar todo o vestuário, que eu fiquei direto lá na repara, em Curitiba. É uma coisa gostosa porque eu fui para fazer uma coisa, nós fizemos, realmente eu fiz, “Não, fica aí, ajuda a gente aí”, o gerente já se acertava aí. E eu fiquei lá trabalhando, mas o que parecia... e assim, tem outras histórias parecidas aí, de desafios mas que a gente superou numa boa.
P/1 – E Jackson, a gente já tá caminhando para o final, o que é ser petroleiro para você?
R – Rapaz, ser petroleiro é quase que... olha, eu vou te ser sincero, eu já... é quase que... não dá para descrever, é tudo cara. Porque é uma troca, né? Porque se eu vim pra cá, olha só, vamos analisar aqui: se eu vim pra cá do Piauí, puxando a cachorrinha, né? Sozinho, para estudar, para ser jogador de futebol e acabo por um destino qualquer, vou prá Petrobrás. E aí hoje eu tenho carro do ano, tenho fazenda, tô liberado para cuidar do sítio, tô com a família aí, tenho dois irmãos. Quer dizer, eu trabalhei mas tive recompensa. O que mais me impressiona em tudo isso, é que eu não conheço, eu não conheço até hoje, dentro dessa minha vida que eu tenho aí de estrada, uma empresa que qualquer área de atividade, dispõe de tanta tecnologia e conhecimento. Então, quando eu tava fazendo concurso prá Petrobrás, eu tinha passado prá Embratel, e o salário era maior. Eu lembro que quando eu fiz o estágio aqui, eu... na dúvida, moleque, sem experiência, eu perguntei “Rapaz, eu passei na Embratel, o que é que eu faço?” perguntei à ele. Ele era o mestre de elétrica, aí ele falou: “O que é que você quer? Você tá pensando em ganhar dinheiro agora ou em adquirir conhecimento?”. Eu sempre tive sede de conhecimento, até hoje, acabei de falar para você aí. Que o velho é aquele que tá atrás de conhecimento. Aí eu digo “Eu quero o conhecimento” “Então é aqui”. Então foi uma boa opção minha, porque até hoje você só aprende aqui dentro dessa Petrobrás. Primeiro porque ela te facilita, te dá condições. Depende de você. E aí meu amigo, foi a vontade mesmo. Então o conselho que eu dou para os jovens que estão buscando... aliás é aquele negócio, as pessoas estão tão imediatistas, que a gente não pensa nisso não. Mas eu acho que a gente tem que pensar um pouquinho no conhecimento, porque o dinheiro... tá, tudo isso e aí? Entendeu? Comprei uma fazendo para passar final de semana, eu passo final de semana no clube. Um carro do ano, você pode ter um carro mais simples e também, ir pra onde você quer. Quer dizer, dinheiro hoje, para mim, ele não é tudo mais não. Nunca foi também tudo. Ele era... ele tinha a sua importância, tem a sua importância, mas eu acho que aquela ganância... logo você tá jovem, quer buscar um primeiro emprego, então acho que tem que fazer uma escolha assim, do conhecimento. E ver se aquela empresa te propicia isso. E a Petrobrás nesse sentido, ela é exemplar. Então ser petroleiro hoje é ser orgulhoso de ser petroleiro, de ser Petrobrás. Porque a família minha Petrobrás hoje, não é só os colegas aqui não, dentro da minha família como eu te falei, tenho dois irmãos, então existe também uma família, um núcleo lá que é petroleiro. Então, que nem um saiu ainda. Tô lá feliz da vida.
P/1 – E Jackson, tem alguma coisa que você queira comentar aí que não foi dito e que eu não perguntei?
R – Acho que... aquilo que você não perguntou também eu falei (risos). Mas dizer... bem, falar de clube, né? Não adianta, minha cachaça é o clube agora. O clube hoje tem um objetivo junto com a refinaria. É ser, daqui há dois anos, um dos melhores clubes do Brasil. E ele não tá sozinho não. Nós tamos junto com a Reduc. Então o que eu posso dizer, a força de trabalho da Reduc especialmente, né? É que o clube ele tá à disposição para os colegas que são chamados para trabalhar, porque naquele estresse, que a gente sabe que é estresse, as coisas lá acontecem numa velocidade muito grande, entendeu? Que eles utilizem o clube para relaxar, porque o clube é companheiro desse sócio, e esse sócio é funcionário da Petrobrás e é sócio do clube. Nós três temos que ser os melhores daqui há três anos. É o desafio que nós temos, é o foco que nós elegemos como principal para tornar a vida bela, né? Com a Reduc melhor, isso significa tá mais segura, tá mais... as atividades tão mais tranquilas e o clube com mais áreas de lazer para esses sócios. Então o que eu quis dizer é isso.
P/1 – E para terminar eu queria que você falasse se gostou de ter participado do Memória Petrobrás, ter dado a entrevista.
R – Eu adorei. Adorei, sabe por quê? Porque foi mais uma chance de eu falar do amor, falar desse sentimento que eu tenho pela empresa. A empresa que me acolheu. Como eu falei, houve trocas, mas que os dois somaram, ganharam, né? A empresa ganhou um pouquinho da minha força de trabalho, eu estou mais velho, tenho mais dedicação, mas em compensação, eu adquiri conhecimentos, entendeu? E trouxe também prá minha família, fazer parte, porque eu elegi como na empresa. Então foi bom, eu acho isso legal, entendeu? Nunca tinha participado. Eu acho que isso deve continuar, até para que motive mais outros colegas e também é bom conhecer a história, né? É o conhecimento, tá vendo? Não adianta, a gente tem que deter o conhecimento. Então são essas histórias de pessoas do passado, pessoas que vivenciaram o início da Reduc ou da Petrobrás, que contam um pouquinho de cada coisa. Isso aí são conhecimentos que a gente tá passando, o conhecimento não pode ficar só com você, você tem que sei lá. Então é importante sim, esse nosso bate papo, é importante que vocês continuem e que não pare. Eu acho que a Petrobrás tá no caminho certo.
P/1 – Então tá ótimo Jackson...
R - ... eu tenho só a agradecer isso.
P/1 – Tá ótimo. Obrigado então pela entrevista.
R – Nada.
(Fim da entrevista)Recolher