Certa vez, participei de um processo seletivo interno para função de Gerente da Agência Filatélica. Eu estava muito empolgada, pois além de aumentar o meu salário, estaria trabalhando numa área encantadora, cercada por um amplo ambiente de informações. Então, a primeira coisa que fiz foi p...Continuar leitura
Certa vez, participei de um processo seletivo interno para função de Gerente da Agência Filatélica. Eu estava muito empolgada, pois além de aumentar o meu salário, estaria trabalhando numa área encantadora, cercada por um amplo ambiente de informações. Então, a primeira coisa que fiz foi pesquisar sobre filatelia, tudo que era relacionado a esse assunto me interessava. Li e escrevi muito sobre o assunto, a fim de fixar os conhecimentos, além de aprender a matéria, eu acreditava que também estaria estudando para a prova. Lembro como hoje, cheguei empolgada no dia da prova de seleção, pois a 1ª fase foi composta por prova escrita, redação e apresentação da interpretação de um texto. Passei por essa fase e sai frustrada, pois não caiu nada sobre filatelia. A minha sorte é que, modéstia à parte, sempre fui boa em redação e interpretação de texto, aí a apresentação foi fácil. Eu era consciente de que tinha feito uma boa prova, mas fiquei triste quando os outros participantes riram de mim achando que fui boba de procurar saber sobre filatelia, pois nenhum deles tinham estudado sobre o assunto. Teve um colega que disse assim " A prova nunca seria sobre filatelia, pois seria muito óbvio. Só vou procurar saber sobre o assunto se eu passar na seleção, caso contrário para que eu vou querer saber do assunto. Você perdeu seu tempo" - a maioria riu da minha atitude de estudar antes.
Pois bem, o tempo passou e veio a data da 2ª fase (entrevista). É claro que eu não tinha mais estudado nada sobre filatelia, mas o conhecimento estava armazenado em minha memória. Cinco pessoas foram classificadas para esta etapa final, dentre elas estava o amigo que fez a crítica e eu. Fui a 4ª participante a ser entrevistada, mas, antes, percebia a cara de espanto dos meus colegas que foram entrevistados primeiro que eu - fiquei sem entender.
Então, chegou a minha vez, lembro-me de está nervosa e de achar que não tinha muitas chances, pois os meus colegas participantes eram bons, bem preparados, comunicativos e etc. Estavámos em "pé de igualdade". Era consciente que precisava fazer algo diferente para superá-los, mas o quê? Tentei manter a calma e entrei na sala de entrevista. À mesa, estavam os 03 (três) avaliadores, pessoas competentes e capacitadas (tanto é que 02 (dois) deles ocupam funções importantíssimas na Regional - Diretor e Diretor Adjunto). Observanvam-me atentamente - aí era que o nervosismo persistia em ficar, porém não tinha outra alternativa senão encarar a situação e tentar manter o controle, pois eu queria muito aquela função. Ela representava muito para mim: crescimento profissional, ampliação dos conhecimentos, permanência na capital, aumento salarial e etc.
Incialmente, as perguntas foram básicas, do tipo: quais suas pretensões na Empresa? Qual seu ponto de vista sobre a Empresa? e etc.
Continuei a responder as perguntas, até que comentei que estudei muito sobre filatelia, mas que o assunto não foi mencionado na 1ª etapa, que inclusive fui alvo de bule pelos colegas e que ainda estava ressentida pela atitude deles, mas entendia o ponto de vista de cada um. Então, uma avaliadora disse-me assim: "Sua pesquisa não foi em vão, pois você terá oportunidade de demonstrar os seus conhecimentos sobre o assunto. Vou fazer a última pergunta: O que você entende sobre filatelia? Fale sobre o assunto." Lembro-me como hoje, fique toda arrepiada, pois naquele momento vi a oportunidade de fazer o diferencial sobre os demais participantes, vi que minha busca pelo assunto não foi em vão, entendi o porque da fisionomia de espanto dos meus colegas, que foram entrevistados antes de mim, ao sairem da sala - eles sabiam que eu era a única que sabia mais profundamente sobre o assunto. Falei com muito entusiamos sobre tudo que aprendi, sobre o novo mundo que conheci através da filatelia. Naquele instante, vi que as minhas chances de ser aprovada em 1º lugar na seleção eram grandes, pois sai daquela sala com a sensação de missão cumprida, finalmente, tinha conseguido fazer "o diferencial".
E assim foi! Fiquei classificada em 1º lugar e em 09/10/2013 (acho que foi essa a data) assumi como Gerente da Agência Filatélica de Sergipe. A partir de então, outras oportunidades surgiram. Fui Coordenadora Comercial e atualmente estou como Coordenadora de Vendas.
Lição da história: devemos está preparados para tudo, pois não sabemos o que a vida nos reserva. Nunca é muito aprender a mais!Recolher