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Por: Museu da Pessoa, 18 de setembro de 2004

Não posso me queixar da vida

Esta história contém:

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P/2 - Bom dia, senhor Abidon.

R - Bom dia.

P/2 - A gente queria primeiro que o senhor falasse o seu nome completo, local a data de nascimento?

R - O meu nome é Abidon Ribeiro da Costa. Eu nasci em Sete Lagoas, Minas Gerais, no ano de 1924. Dia 15 de abril.

P/2 - E o nome dos seus pais?

R - Raimundo Ribeiro da Costa e a minha mãe Antônia Ribeiro de Abreu.

P/2 - Fala um pouco dos seus pais, quem eram eles?

R - Quem eram eles? Como pobres que eram, eram pessoas excelentes. Eu nunca tive conhecimentos de maus tratos pelo meu pai ou pela minha mãe. Sempre foi muito correto com a família e a gente viveu até a data do desaparecimento do meu pai, no ano de 1936, quando ele desapareceu e nunca mais foi visto, nem nunca mais localizamos o paradeiro dele.

P/1 - Que idade que ele tinha quando ele desapareceu?

R - Ele tinha 45 anos.

P/1 - E ele fazia o que? Qual era o trabalho dele?

R - Ele trabalhava em lavoura, em fazenda no interior.

P/1 - E aí como é que foi esse desaparecimento? E a sua mãe trabalhava no que?

R - A minha mãe era doméstica em casa, né? Aqui ela trabalhava na zona atacadista lá do Mercado como “escolhedeira” de feijão, de milho, de arroz. Aquela coisa no armazém geral.

P/1 - E onde foi que ele desapareceu?

R - Ele desapareceu aqui de São Paulo, na Vila Talarico que nós fomos para uma fazenda lá no interior, num lugar por nome de Joá, na Companhia Paulista e ali ficamos naquela fazenda oito meses, toda a criançada, né? Então a minha mãe se destinou a vir para São Paulo com a família. E ele, por sua vez, estava trabalhando na fazenda. Então ela trouxe os filhos para São Paulo porque aqui eu tinha uma irmã que morava aí na Rua Olavo Egídio em Santana. Então ela veio pra cá. Nós não tínhamos aonde ir, como ir e como viver em São Paulo e viemos assim “a toque de caixa”, como diz o outro. Aí quando chegamos aqui ela não tinha como arranjar um amparo pra família. Não sabia...

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Dados de acervo

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Projeto Museu Aberto

Entrevistado por Bárbara Tavernard e Marllon Chaves

Depoimento de Abidon Ribeiro da Costa

Local Museu da Pessoa

São Paulo 18/09/2004

Realização Museu da Pessoa

Depoimento MA_HV096

Transcrito por Augusto César Mauricio Borges

Revisado por Fernanda Regina

P/2 - Bom dia, senhor Abidon.

R - Bom dia.

P/2 - A gente queria primeiro que o senhor falasse o seu nome completo, local a data de nascimento?

R - O meu nome é Abidon Ribeiro da Costa. Eu nasci em Sete Lagoas, Minas Gerais, no ano de 1924. Dia 15 de abril.

P/2 - E o nome dos seus pais?

R - Raimundo Ribeiro da Costa e a minha mãe Antônia Ribeiro de Abreu.

P/2 - Fala um pouco dos seus pais, quem eram eles?

R - Quem eram eles? Como pobres que eram, eram pessoas excelentes. Eu nunca tive conhecimentos de maus tratos pelo meu pai ou pela minha mãe. Sempre foi muito correto com a família e a gente viveu até a data do desaparecimento do meu pai, no ano de 1936, quando ele desapareceu e nunca mais foi visto, nem nunca mais localizamos o paradeiro dele.

P/1 - Que idade que ele tinha quando ele desapareceu?

R - Ele tinha 45 anos.

P/1 - E ele fazia o que? Qual era o trabalho dele?

R - Ele trabalhava em lavoura, em fazenda no interior.

P/1 - E aí como é que foi esse desaparecimento? E a sua mãe trabalhava no que?

R - A minha mãe era doméstica em casa, né? Aqui ela trabalhava na zona atacadista lá do Mercado como “escolhedeira” de feijão, de milho, de arroz. Aquela coisa no armazém geral.

P/1 - E onde foi que ele desapareceu?

R - Ele desapareceu aqui de São Paulo, na Vila Talarico que nós fomos para uma fazenda lá no interior, num lugar por nome de Joá, na Companhia Paulista e ali ficamos naquela fazenda oito meses, toda a criançada, né? Então a minha mãe se destinou a vir para São Paulo com a família. E ele, por sua vez, estava trabalhando na fazenda. Então ela trouxe os filhos para São Paulo porque aqui eu tinha uma irmã que morava aí na Rua Olavo...

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