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Personagem: Anna Paula Feminella
Por: Museu da Pessoa,

Não me dobrei nem com a medula partida

Esta história contém:

Não me dobrei nem com a medula partida

O acidente aconteceu em novembro na minha casa, eu era casada. A gente pediu para um pedreiro construir uma coluna de tijolo, cimento e ferragem e essa coluna serviria para botar o chuveiro de beira de piscina. Havia uma piscina, e também pedimos para colocar o gancho da rede. A gente não percebeu que esse pedreiro não colocou a ferragem, a que consolidaria a coluna, ele só botou cimento e tijolo.

O meu marido estava inaugurando a rede, estava deitado, quando eu botei uma perna para subir na rede junto com ele, por trás de mim (eu não caí da rede), veio a coluna e me soterrou, 150 quilos ficaram em cima de mim.

Eu era bastante forte, consegui me segurar assim e a lesão aconteceu só no final da medula, se não, ela podia ter sido mais grave. Até deu um créquezinho aqui na cervical, que me deixaria tetraplégica, mas então no final de 2003, recém dirigente sindical liberada, eu me tornei paraplégica.

Meu corpo todo se alterou a partir dessa experiência do acidente, então eu tinha pernas musculosas e o braço não era tanto assim, era normal. Mas as minhas pernas afinaram de repente, eu ganhei 10 quilos na cadeira de rodas, eu comecei a trabalhar no Sindicato, eu ficava 14 horas no sindicato trabalhando. Eu mergulhei na relação de trabalho para não me ver nessa nova condição.

Quando eu me acidentei, como eu tive que fazer uma cirurgia nas costas bastante importante e não tinha movimento das pernas, inclusive um pedaço do meu quadril, o osso do meu quadril serviu para recompor uma vértebra quebrada, eu me sentia uma mulher que tinha cabeça e braços, e todo o resto estava paralisado, né.

Então, o dia seguinte da cirurgia eu pensei assim: “Eu já tive depressão, se eu entrar em depressão vai ser pior pra mim e pior para todo mundo que tá ao meu redor”. Diante disso, desde o primeiro dia após o acidente eu comecei a tomar antidepressivo, para poder ter força.

Após três meses e fui pro Sarah Kubitschek, hospital destinado ao...

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Projeto Medley

Depoimento de Anna Paula Feminella

Entrevistada por Fernanda Regina Ferreira e Lila Schneider

(Via zoom)

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Camila Inês Schmitt Rossi

[00:00:00]

P/1 – Qual o seu nome completo, a data e a cidade que você nasceu?

[00:00:06]

R – Eu me chamo Anna Paula Feminella, eu nasci no dia 1º de novembro de 1972, em Florianópolis

[00:00:17]

P/1 – Quais eram os nomes dos seus pais?

[00:00:20]

R – Meus pais se chamam Elizabeth Coelho Feminella e José Feminella Neto.

[00:00:30]

P/1 – E o que eles faziam?

[00:00:34]

R – Minha mãe é vendedora, sempre trabalhou em casa e como empreendedora informal. Meu pai é contador, trabalhava no Diário Oficial de Santa Catarina, hoje ele é aposentado.

[00:00:51]

P/1 – Você tem irmãos?

[00:00:54]

R – Eu tenho dois irmãos, eu sou a mais velha da família, dos irmãos. Tem o Fábio Feminella, que tem 2 anos e meio mais novo que eu, e o Marcos Feminella.

[00:01:10]

P/1 – Como é que era sua casa de infância, você se lembra?

[00:00:15]

R – Lembro, a casa de infância ainda é a casa da minha mãe, onde minha mãe mora. É num bairro chamado Capoeiras em Florianópolis, a minha infância inteira eu passei lá, vivi até os 22 anos em Capoeiras, que fica na região continental da Cidade de Florianópolis, muito perto da Ponte Hercílio Luz. A minha casa era de alvenaria, tinha três quartos, sala, cozinha e era um conjunto habitacional, chamado COHAB, né. Então todas as casas da rua se parecem muito, com o tempo elas foram sendo alteradas, mas a minha é uma das que preservou a fachada ainda.

[00:02:04]

P/1 – E como era o seu bairro na época?

[00:02:08]

R – Então, meu bairro, eu acho que se chamava Capoeiras porque tinha muito terreno baldio. Então atrás da minha casa tinha muito barro, tinha vários terrenos onde a gente transformava em lugar pra andar de bicicleta. Então a gente fazia uma pista de bicicleta, então a minha infância...

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