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Por: Museu da Pessoa, 19 de setembro de 2011

Não esquece de trazer o doce

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Não esquece de trazer o doce

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“Cannoli é uma coisa que nos abençoa muito; é um forte nosso. Comecei nos meados de 1970, quando eu ia trabalhar na Rua Javari. Ali tinha aqueles campeonatos ‘dente de leite’, na época, que passavam no canal 11, TV Gazeta: Peirão de Castro, Eli Coimbra. Ali eu fazia a minha venda: primeiro naquele jogo dos meninos. Só depois é que comecei a explorar a várzea. Andei muito por essa São Paulo de ônibus; pegava os ônibus da época, metrô, trem para me locomover com aqueles tabuleiros. E fiquei famoso com isso. Tanto que eu vou à Mooca, trabalho naqueles campos de terra batida e os caras: ‘É o cannoli, é o cannoli!’ Eu vi que vendia e comecei a frequentar os jogos de vários times: o Guilherme Giorgi, tinha o Rádio, o Têxtil, o Flor, na Vila Formosa, o Americano, União, o Paraguaçu. São campos a que eu vou até hoje, campos que são muito conhecidos na periferia. Sampaio Moreira, ali onde é o Centro Educacional do Tatuapé, vários campos. E eu fui pegando gosto pela várzea. Tem mais segurança, te dá mais liberdade. Outro dia mesmo eu trabalhei lá no campo do Cecília Meireles; Magnólia, lá na Vila Maria. O campo do Lagoinha também, fui lá fazer um jogo da Copa Kaiser. Copa Kaiser é um torneio que tem todos os domingos pela manhã. Tinha quase 4 mil pessoas lá; é um volume de gente que você não imagina. Você vai no campo do Nacional no domingo; lá na Arena Kaiser, em frente ao CT do São Paulo, em frente ao CT do Palmeiras, ali na Barra Funda, ninguém sabe disso, mas chega a juntar 5, 6 mil pessoas todo domingo de manhã. E vendedor tem que ir onde está o movimento, não é? Eu vou para vários campos: Zona Norte, Leste. Trabalho na Copa Negritude, ali na Cohab I em Itaquera. Sou muito conhecido pelos cannoli. A várzea é um ponto de encontro de amigos, pessoas que vão, onde aqueles veteranos de 50 anos têm os torneios Master; eles vão lá, tem aqueles campeonatos, eles se juntam, se reúnem,...

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P/1 – Bom, senhor Antonio, primeiramente, muito obrigado por participar aqui do nosso projeto. Em nome da equipe do Museu da Pessoa nós agradecemos a sua participação e colaboração para nós contarmos essa história tão importante. Para começar eu gostaria de perguntar para o senhor o seu nome completo, o local e a data de nascimento.

R – Eu nasci no dia um de janeiro do ano de 1950. Nasci aqui em São Paulo no Hospital e Maternidade do Brás, ali na região do Belém, Celso Garcia, antigo juizado de menores, que hoje não existe mais, posteriormente Febem. Mas nasci ali, sou paulista, meu finado pai era espanhol, minha finada mãe era portuguesa.

P/1 – O seu nome completo?

R – Antonio Pereira Garcia.

P/1 – E o nome dos seus pais?

R – Meu pai era Ignácio Fernandes Garcia, e a mamãe era Francisca Maria Pereira Garcia.

P/1 – O senhor tem irmãos ou irmãs?

R – Tenho uma irmã, casada, Aparecida Fernandes Garcia.

P/1 – E ela é mais velha ou mais nova que o senhor?

R – Mais nova que eu.

P/1 – E qual era a atividade profissional dos seus pais?

R – A mamãe era do lar, sempre trabalhou no lar. Quando moça trabalhou em algumas firmas, Matarazzo. E o meu pai trabalhou durante 34 anos e seis meses na indústria Francisco Matarazzo, ali no Belenzinho, na Rua da Intendência, se não me falha a memória, número 177. Papai trabalhou ali por 34 anos e seis meses, ele era chefe da manutenção. Em um determinado dia ele optou por fechar os 35 anos quando garantiria a aposentadoria integral, querendo chegar nos 35 anos que era por lei. Com 30 anos chamaram ele, ofereceram para ele de 70 a 80%, mas ele era um homem cheio de vigor e saúde e falou: "Não, eu vou até o final que eu quero ganhar os 100%". Quando faltavam seis meses para ele completar esses 35 anos, um determinado domingo que ele trabalhava ali para fazer a manutenção daqueles maquinários, ele foi com vários companheiros de trabalho para fazer a manutenção para que...

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Título: Não esquece de trazer o doce

Data: 19 de setembro de 2011

Local de produção: Brasil / São Paulo / São Paulo

Entrevistador: Lucas Ferreira de Lara
Entrevistador: David Sampaio
Autor: Museu da Pessoa

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