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Por: Museu da Pessoa,

Muitas histórias têm mudado através da minha

Esta história contém:

Eu sempre tive essa característica de liderar, de trazer para junto as pessoas, de atrair pessoas para o meu grupo. Então eu sempre tive isso até nas brincadeiras, eu sempre fui assim. Eu sempre tive essa característica de unir, de trazer, de chamar as pessoas para junto. E depois eu descobri que isso tinha a ver com o meu perfil de liderança. Eu sempre tive um desejo de cuidar de pessoas, de estar junto delas. Só que como eu vivia muitos dramas familiares, eu não conseguia me encaixar. Eu não tinha lugar em lugar nenhum, estava sempre buscando alguma coisa.

Desde que eu cheguei aqui, sempre gostei muito de São Paulo, para mim sempre foi uma cidade que tinha muito a ver com as minhas características, esse meu lado empreendedor. Mesmo diante de toda a luta conturbada, eu sempre trabalhei, sempre criava algumas coisas, eu desenvolvi várias coisas de trabalho, coisas manuais. São Paulo sempre foi uma cidade que eu gostei muito, de grandes oportunidades, de oportunidade também até de conviver com pessoas.

A força que eu tenho hoje é por conta de toda a minha história. Hoje eu trabalho com o pessoal doente, dependente químico, que foram abusadas, marcadas pela dor. E eu consigo conversar, entender, abraçar, ajudar, acompanhar todo esse povo, porque isso trouxe uma experiência para a minha vida, então na verdade ela foi uma escola. Eu vivi uma escola da vida, e essa escola me mostrou a que ponto chega o ser humano, a família desestruturada, desajustada, disfuncional, para onde ela leva. E hoje eu consigo abraçar o menino e entender a situação que ele vive, até onde ele chegou. Hoje eu desenvolvo um trabalho social com dependência química nas casas de recuperação em grupos de apoio. Eu consigo hoje me colocar no lugar deles, ter empatia, algo que não é tão fácil se você não viveu. Eu aprendi a ser humana, a olhar a pessoa com outros olhos, enxergar dentro dela. Talvez, se eu não vivesse tudo que eu vivi, eu não seria essa pessoa....

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Dados de acervo

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P/1 – Então eu vou pedir para você, por favor, se apresentar...

R – Certo...

P/1 – Falando seu nome completo, a sua data e o local do seu nascimento.

R – Certo. Ok. Pode ser agora?

P/1 – Sim, por favor.

R – Eu sou Maria do Carmo, sou de Jaguaretama, Ceará. Minha data de nascimento é 14 de abril de 1965. Tenho 54 anos.

P/1 – E Maria do Carmo, quais os nomes dos seus pais?

R – O nome do meu pai é João Genésio Bezerra, da minha mãe é Maria Otacília Xavier Bezerra.

P/1 – Conta a origem da sua família, como é que eles se conheceram? O que você sabe da história deles?

R – Olha, eu não sei muito sobre a história deles, né, eu sei só que eles se casaram e tiveram 11 filhos, a qual eu sou uma delas, mas vivos, né, só sobreviveram 6 filhos, os outros morreram.

P/1 – E eles se conheceram, assim, você sabe pouco dessa história dos dois, de como eles se conheceram, mas eles se conheceram e se casaram ainda no Ceará ou, enfim, em outras partes?

R – Não, eles se conheceram no Ceará, se casaram e começaram a vida deles numa cidade próxima dessa que eu nasci, chamada Senador Pompeu. E meu pai era comerciante, dono de uma padaria na época, teve aí esse monte de filhos, acho que não tinha televisão (risos) e eu acho que eles ficavam só fazendo filho, porque tiveram muitos filhos. E meu pai era um alcoólatra, ele veio de uma situação de vício, meu pai tinha problema também com jogo, era viciado em jogo, álcool e por conta disso tiveram muitos problemas na minha infância, porque ele se tornou uma pessoa bastante violenta, ele era bastante violento e ele servia a uma religião lá que a gente na época até brincava que ele tinha bíblia, chamava de São Cipriano, que na verdade era uma seita, né, que ele aderia a vida dele. Eu acho que não sei se por conta disso ele se transformou numa pessoa bastante violenta, né, o álcool também trouxe bastante dificuldade na nossa família.

P/1 – E Maria do Carmo,...

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