MINHA VIDA (EM CAPITULOS)
Hoje eu vou contar a história de minha vida, dividida em capítulos
Capitulo I – Aurora
Minha vida está dividida em duas partes: Consciente e Inconsciente.
Da segunda não poderei contar muito, só posso dizer que acredito que sejam muitas existências que se manifestam em lampejos por vezes incompreensíveis.
Então, falarei do que entendo, do nosso mundo tridimensional, melhor dizendo, desta existência física, que já ultrapassou dos cinquenta anos, divididos em incontáveis fragmentos que aqui tentarei agrupar.
Nasci numa pequena vila do interior do Paraguai, numa região despovoada denominada Chaco, à beira do Rio Paraguai.
Lá vivi até os seis anos em companhia de meus avós paterno. Minha mãe falecera quando eu ainda dava meus primeiros passos. Meu pai mudou-se para a Capital, Asunción, a procura de melhores rendas.
Formávamos um pequeno e barulhento grupo: meu irmão mais velho, dois primos e eu. Fazíamos as travessuras próprias da idade durante o dia e à noite ouvíamos com a respiração suspensa e olhos esbugalhados as \\\"estórias\\\" de assombração que nosso avô contava com indizível paixão...
...torpor...sonolência...
Acordar já com anos a mais, num lugar que, pela geografia, deveria ser de algum cenário saído de algum filme, visto (raramente) na única televisão do bairro instalada num quintal vizinho que o dono, em troca de alguns centavos, nos permitia assistir.
Seria bem diferente esse Carnaval de 1966.
Capitulo II – “Guanabaranidades”
Cavalcanti, bairro suburbano, ao pé do morro Em Cima Da Hora, ao lado da Escola de Samba que leva o mesmo nome do morro; a cidade? a Maravilhosa!
Meu pai já viva há alguns anos na velha Guanabara.
Como vim parar aqui?
Fim de 1965, meus avós, como se fosse combinado, partiram para a Eternidade praticamente juntos. Primeiro ele e depois ela o seguiu.
Após as despedidas de praxe, meu irmão e eu, fomos ter com nosso...
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MINHA VIDA (EM CAPITULOS)
Hoje eu vou contar a história de minha vida, dividida em capítulos
Capitulo I – Aurora
Minha vida está dividida em duas partes: Consciente e Inconsciente.
Da segunda não poderei contar muito, só posso dizer que acredito que sejam muitas existências que se manifestam em lampejos por vezes incompreensíveis.
Então, falarei do que entendo, do nosso mundo tridimensional, melhor dizendo, desta existência física, que já ultrapassou dos cinquenta anos, divididos em incontáveis fragmentos que aqui tentarei agrupar.
Nasci numa pequena vila do interior do Paraguai, numa região despovoada denominada Chaco, à beira do Rio Paraguai.
Lá vivi até os seis anos em companhia de meus avós paterno. Minha mãe falecera quando eu ainda dava meus primeiros passos. Meu pai mudou-se para a Capital, Asunción, a procura de melhores rendas.
Formávamos um pequeno e barulhento grupo: meu irmão mais velho, dois primos e eu. Fazíamos as travessuras próprias da idade durante o dia e à noite ouvíamos com a respiração suspensa e olhos esbugalhados as \\\"estórias\\\" de assombração que nosso avô contava com indizível paixão...
...torpor...sonolência...
Acordar já com anos a mais, num lugar que, pela geografia, deveria ser de algum cenário saído de algum filme, visto (raramente) na única televisão do bairro instalada num quintal vizinho que o dono, em troca de alguns centavos, nos permitia assistir.
Seria bem diferente esse Carnaval de 1966.
Capitulo II – “Guanabaranidades”
Cavalcanti, bairro suburbano, ao pé do morro Em Cima Da Hora, ao lado da Escola de Samba que leva o mesmo nome do morro; a cidade? a Maravilhosa!
Meu pai já viva há alguns anos na velha Guanabara.
Como vim parar aqui?
Fim de 1965, meus avós, como se fosse combinado, partiram para a Eternidade praticamente juntos. Primeiro ele e depois ela o seguiu.
Após as despedidas de praxe, meu irmão e eu, fomos ter com nosso pai. Aprendi o idioma Português; vi, maravilhado, pela primeira vez, o imenso oceano; conheci o maior estádio do mundo; visitei o Cristo Redentor; conheci o Vinicius, o Raul Maluco Beleza e o Velho Guerreiro. Tudo ao vivo. Fiz também muitas peraltices.
...novo adormecimento...novo despertar...
Já adolescente, de novo Paraguai, desta vez a Capital Asunción.
Capitulo III – Asunción
Pequenina cidade com mania de grandeza. Lá há toda tecnologia (\\\"importada\\\") que há nas grandes capitais mas, há também um monstro chamado Alfredo Stroessner.
No viço da adolescência despertou a rebeldia.
Adios Asunción! Sentirei Saudades.
Para onde ir?
A contragosto da família, mochila nas costas e...
...América do Sul e Central...
Capitulo IV - Na pista do Che, lendo Ziraldo no Pasquim com Millôr, Caminhando e falando das flores.
Cordilheira...deserto...condores...Amazonas...Guerrilhas...boxe...embar-ques...e desembarque em Sampa de Adoniran.
Muita gana, boa formação moral e muita vida para viver.
Garotas...futebol...praia...garotas...samba...garotas... Que vidão!
Garotas...uma delas levou a melhor: eu, marido e futuro papai.
Houve ciúmes, faltou leite, arroz, futebol, samba e até emprego, mas fé em Deus (que é brasileiro!) e, lá vamos nós rumo ao futuro que é sempre hoje mesmo.
Capitulo V - Hoje mesmo
Cinquenta e uns anos, filhão com mais de trinta, meus cabelos já brancos (muitos), trabalho, futebol, samba, Rock (de novo!) e ELA!
...ah, voltei para a escola, já não só para aprender, mas agora também para ensinar, para compartilhar com a juventude (esperança da nação) o aprendido.
Onde?
Após uma derrapagem, varias capotagens e o fundo do rio Jaguarí-Mirim, Bragança Paulista e região me acolheram.
Hoje sou chamado de querido, pai, professor entre outros adjetivos. Incógnito, sorrio.
Epilogo - (In)Consciência
...e amanhã a consciência fará parte desta inconsciência, então haverá uma nova Consciência para dizer que estou cumprindo minha missão...
Até esse dia, o de concluir minha missão, expresso minha gratidão a esta Terra Brasilis que me adotou como filho, faço isso em forma de canção (Guarânia) que transcrevo a seguir:
Brasil, Brasil, Brasil,
Tierra tan soñada
tierra tan hermoza
tan maravillosa,
radiante y viril
soy un mensajero
de un país cercano
Paraguay tu hermano
que trae en su canto
un Salud! al Brasil
Brasil, Brasil, Brasil,
Mi Guarania canta
a tu hermozo Samba
trayendo en el alma
su Amor para tí
y vibra en las cuerdas
de esta mi guitarra
el cariño inmenso
que siento por tí.
Yo traigo en los labios
las dulces canciones
que en tu homenaje
hoy te canto así:
Brasil, Brasil, Brasil!
Esta Guarnia foi composta por meu pai.
Qualquer dia desses eu canto para vocês.
F I M
Pedro Troche Gonzalez
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