Há 34 anos conheço "um cabra bom, Pernambucano arretado, de Serra da Cruz - Minoso - Pesqueira. Desde pequeno teimoso, encrenqueiro e zangado que só; quando os colegas de infância estavam reunidos para brincar e ele chegava, todos em coro diziam: É para brincar sem arengar.
Caçula dos homens...Continuar leitura
Há 34 anos conheço "um cabra bom, Pernambucano arretado, de Serra da Cruz - Minoso - Pesqueira. Desde pequeno teimoso, encrenqueiro e zangado que só; quando os colegas de infância estavam reunidos para brincar e ele chegava, todos em coro diziam: É para brincar sem arengar.
Caçula dos homens, de uma família de 7 irmãos, começou à trabalhar ainda muito jovem, para ajudar sua mãe nas despesas de casa, pois seu pai já não se encontrava entre eles. Inteligente e de excelente memorização, na escola tinha o respaldo dos professores, e muitas vezes estudava durante as aulas para sabatinas e exames. E muitas vezes, por conta disso, sua irmã ouvia: Olha O Joãozinho trabalha todo o vespertino, faz a recapitulação da matéria em aula, e ainda consegue tirar melhores notas que você. Isso mesmo O tão famoso e conhecido joãozinho Mas esse ao contrário do das anedotas, carregou muito balaio de feira, nas feiras livres de Arcoverde, cidade vizinha, onde eu nasci. Mas essa é outra parte da história. Ainda na infância começou à aprender, na escola técnica, o ofício de Marceneiro. E na adolescência já exercia a profissão que até hoje exerce como ninguém. Nunca levou desaforo pra casa, e certa vez, quando foi pedir um adiantamento para comprar um presente para a namorada; E o seu chefe disse que não daria, trabalhou dia e noite, terminou o serviço e disse: Terminei, quero meu dinheiro, vou me embora. Seu chefe espantado indagou: Mas joãozinho, esse serviço levaria dois dias para terminar?. -Trabalhei a noite toda, cadê meu dinheiro?. E assim seu João comprou o presente da namorada e aos 18anos casou-se com ela. Logo tiveram o primeiro filho e pouco tempo depois do meu nascimento, ele foi tentar a sorte em São Paulo. Profissional dedicado, não teve dificuldades para arrumar emprego e não demorou muito a família estava reunida novamente. Ganhei mas 3 irmãos, e seu João com muito esforço, acordando às 4:00hs.da manhã e indo dormir ameia noite. todos os dias; deu saúde, lar, educação e lazer para nós. Nessa época era difícil termos contado, durante a semana, devido ao horário. Então ele resolveu trocar de serviço e a família passou à almoçar, jantar e se ver todos os dias da semana.
Apesar de teimoso, encrenqueiro e zangado que só Jamais levantou a mão para nenhum dos filhos, às vezes dava uns gritos, pois como ele dizia: Você é movido a grito? Mas na maioria das vezes, ele sentava e dava aquele sermão. Até hoje não conheço ninguém que não tenha chorado com o sermão do seu João. Sua maior qualidade foi dar livre arbítrio aos filhos. Ele dizia: Pode ir, é melhor se arrepender do que fez, do que se arrepender do que não fez. E se não der certo nunca se esqueça que eu estou aqui pro que der e vier, pois aqui é a sua casa.
Gostaria de falar mais sobre meu pai, mas a página é pequena e o tempo também, por isso, só quero deixar claro que na próxima encarnação, que ser seu filho de novo.
Homenagem a João Luiz Alves da Silva, por Givanildo Alves da Silva.Recolher