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Personagem: José Reis da Silva
Por: Museu da Pessoa,

Memórias de um eletricista em Ribeirão Preto

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Memórias de um eletricista em Ribeirão Preto

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Meu nome é José Reis da Silva, nasci em cinco de fevereiro de 1946, em São Roque de Minas, Minas Gerais.

Eu conheci meu avô e avó materna. Vou falar mais da minha avó porque meu avô morreu bem rápido. Eu era bem criança quando ele faleceu. Tinha uns dez anos, só. Agora, com minha avó, eu convivi com ela por muito tempo. Eu fiquei sem mãe aos nove anos e foi ela quem me criou. Eu morei com ela até casar. É uma senhora que morreu bem antiga, com 103 anos, e ela criou mais ou menos uns oito netos, todos órfãos, porque as filhas dela faleciam. Eu fui um deles. Eu e mais dois irmãos. E mais os primos. Isso, em Passos.

Eu saí de São Roque muito novinho. Meu pai era garimpeiro - o garimpo era de diamantes – e quando deu uma rareada, ele veio. Nos mudamos para Capitólio e de Capitólio viemos para Passos. Veio a família inteira, quase todo mundo veio para Passos. E foi onde minha mãe faleceu. Pra falar a verdade, eu nem lembro de São Roque, eu saí de lá com uns três anos de idade. Já Passos, eu me lembro bem porque eu fiquei lá até casar. Eu fui criado em Passos.

Minha avó era uma senhora, assim, sabe, antiga? Naquela época... Mas ela era muito cuidadosa. Ela cuidava, além dos netos que moravam com ela, dos filhos de todo mundo. Tanto que ela perdeu quase todos os filhos, antes dela morrer. E morreu muita gente, muitos filhos dela, mas ela era tipo uma matriarca. Qualquer problema que você tivesse, ela tinha uma palavra pra resolver, sabe? Ela era tranquila, assim. Me ajudou muito, eu, meus irmãos e muita gente. Ninguém esquece dela.

Eu nem sei precisamente de onde ela era, mas ela contava que era de pra lá de Belo Horizonte e falava que ela era neta de escravos. Ela contava muito sobre a mãe dela, sobre a avó dela, que tinha sido escrava e essas coisas que não têm, principalmente sobre o negro, muito escrito. É, mais, palavra, mesmo. Um passa para o outro. Mas ela falava muito sobre isso e sempre dava conselho...

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ENTREVISTA DE JOSÉ REIS DA SILVA

ENTREVISTADO POR DANILO EIJI LOPES

RIBEIRÃO PRETO, 4 DE JUNHO DE 2019

PROJETO VEDACIT

ENTREVISTA NÚMERO PCSH_HV774

TRANSCRITO POR SELMA PAIVA

P/1 – Para o nosso registro, eu queria que você falasse o nome completo, a data e o local de nascimento.

R – Meu nome é José Reis da Silva, nasci em cinco de dois de 46, em São Roque de Minas.

P/1 – Antes, também, da gente ir pra sua história de vida, eu queria falar um pouco das suas origens. O senhor conheceu os seus avós?

R – Eu conheci o avô materno. E a avó materna.

P/1 – Me conte um pouco sobre eles.

R – Vou falar mais da minha avó porque meu avô morreu bem rápido. Eu era bem criança quando ele faleceu. Tinha uns dez anos, só. Agora, minha avó eu convivi com ela muito tempo. Porque eu fiquei sem mãe aos nove anos e ela que me criou. Então, eu convivi com ela até eu casar. Morava na casa dela. É uma senhora, também, que morreu bem antiga, com 103 anos e ela criou mais ou menos uns oito netos, todos órfãos, porque as filhas dela faleciam. Eu fui morar com ela. Eu fui um deles. Eu e mais dois irmãos. E mais os primos.

P/1 – Isso em São Roque de Minas?

R – Não. Isso em Passos. A gente já estava em Passos. São Roque eu saí de lá muito novinho. Meu pai era garimpeiro lá e então o garimpo – era de diamantes – deu uma rareada e então ele veio. Nós viemos para o Capitólio e, de Capitólio, viemos para Passos. Veio a família inteira, quase todo mundo veio para Passos. Aí foi onde minha mãe faleceu, eu morava em Passos.

P/1 – Você nem lembra de São Roque de Minas?

R – Nem lembro. Pra dizer a verdade, eu não lembro de lá. Eu saí de lá era uns três anos de idade.

P/1 – E de Passos?

R – De Passos eu lembro porque eu fiquei lá até casar. Eu fui criado em Passos.

P/1 - Nessa infância, sua avó, como ela era?

R – Ela era uma senhora, assim, sabe? Antiga, porque naquela época... mas ela era muito...

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