P - Então, para começar Quental, queria que você dissesse o seu nome completo, local e data de nascimento. R - Meu nome é Jorge Eduardo Quental de Barros, conhecido, nome de guerra Quental, que sou de família... Meus avós são portugueses. Esse nome eu trago do meu avô Quental, que é da Il...Continuar leitura
P -
Então, para começar Quental, queria que você dissesse o seu nome completo, local e data de nascimento.
R - Meu nome é Jorge Eduardo Quental de Barros, conhecido, nome de guerra Quental, que sou de família... Meus avós são portugueses. Esse nome eu trago do meu avô Quental, que é da Ilha da Madeira. E sou carioca, nasci no Rio de Janeiro em 1962, março, dia 18.
P -
E toda a tua família é do Rio de Janeiro?
R - Não, o meu pai é paulista, mas conheceu a minha mãe no Rio e sempre moramos no Rio, Vila Isabel. Sempre morei em Vila Isabel, próximo ao Maracanã. Torcedor fanático do Fluminense, estava sempre indo lá para o Maracanã andando, que eu ia andando, que era perto de casa. Gostava muito de samba também lá no Rio. Terra de Noel Rosa, Martinho da Vila. E meu pai fez sempre carreira bancária. Meu pai entrou no banco como escriturário e saiu na área de diretoria do banco. 43 anos ele trabalhou no banco e minha vida foi essa. Foi da infância, adolescência foi no Rio de Janeiro mais na Zona Norte.
P -
Você ficou até que ano no Rio de Janeiro?
R - Até 23 anos, quando eu conheci a Conceição, que é a minha esposa. Eu a conheci, quando ela foi fazer um curso com a Cláudia Portela, que era professora de dança de balé
famosa, lá em Botafogo. No carnaval, ela ficou seis meses lá e nesse período tinha o carnaval. Ela estava em Botafogo que era perto do Sírio Libanês e eu fui nesse dia para o clube, para o Sírio Libanês. E quando cheguei lá, eu a conheci no clube. Aí continuamos a se conhecer nos outros dias. E aconteceu um negócio muito engraçado, muito interessante. Eu conheci ela no sábado de carnaval, no baile à noite, ela com a tia dela. Ela foi embora com a tia dela, falei assim “no dia seguinte vamos conhecer Copacabana, passear lá à tarde, que é interessante o carnaval.” Ela falou “vamos.” Fomos de tarde passear e começamos a namorar. Como era carnaval, ela achou que eu não queria nada e fama de carioca e ela daqui, do Ceará. E o que aconteceu? Eu marquei com ela para o dia seguinte, para a segunda-feira, a gente se encontrar de novo porque domingo à noite ela não quis sair. No dia seguinte quando eu liguei para a casa dela, ela tinha viajado para Bahia. Tinha ido embora, me abandonado. Ela não acreditou em mim.
P -
E aí?
R - Liguei para a tia dela no Rio de Janeiro, quando
ela atendeu
falei “cadê a Conceição?” “Conceição viajou para a Bahia.” Eu, “o que?” Eu já estava começando a ficar apaixonado, paixão à primeira vista, eu falei “e agora?” Ela falou assim: “Não, mas ela foi porque nós temos muitos parentes na Bahia, a mãe dela é baiana, o carnaval da Bahia também é muito interessante e de lá da Bahia ela vai para Fortaleza”. Falei “agora, estou lascado.” Eu falei para ela, “faça o seguinte, assim que ela chegar na Bahia, ela vai ligar para a senhora, não vai?” Ela falou “vai.” “Então, peça para ligar para mim.” Ela ligou. Por telefone eu consegui convencer ela a voltar. Ela trocou a passagem dela da Bahia para Fortaleza, trocou da Bahia para o Rio. Aí foi uma confusão danada porque a casa dela... O pai dela é médico daqui, pai dela é médico aqui. Na época, o pai dela era diretor da Vigilância Sanitária. Já tinha sido secretário da saúde, uma pessoa bem importante aqui, conhecida. Aí o pai dela ficou doido. Falou que ela era doida, como é que ela podia trocar passagem, voltar para o Rio por causa de um namoro, não sei o que. E ela segurou firme, foi isso que eu gostei nela, ela segurou firme o namoro, nós ficamos namorando de fevereiro, março... Foi carnaval, fevereiro, março, abril, maio e junho. Quando chegou junho, o pai dela parou de mandar dinheiro para ela, falou que ela tinha que vim passar as férias aqui, mas ele fez isso para segurar ela aqui. A gente não sabia, aí ela falou assim: “Então vou levar o meu namorado para o senhor conhecer.” Ele falou... Ele e a mãe dela: “Tá bom.” Aí eu vim...
P -
Você trabalhava na época?
R - Na época não, era só estudante. Não, trabalhava em banco, trabalhava em banco e era estudante. Estudava à noite, Comunicação Social na PUC. Aí fiz o vôo para cá, passar as férias aqui. Eu tinha que voltar depois das férias para voltar para o estudo. Aí quando
chegou aqui, o pai dela falou que ela não ia mais voltar. Era sério, era tipo coronel e tal, aqueles coronéis que tinha aqui antigamente. Ela não vai mais voltar e tal, não sei o que. Ela também muito apaixonada também, começou a chorar, não sei o que. Filha única, sete filhos, ela filha única mulher. O resto são seis homens. E os homens tudo olhando para a minha cara, bravo que só. Aí eu falei para ela: “Olha, eu não tenho condição de te sustentar, mas se você quiser morar na casa dos meus pais no Rio, até eu me formar, eu fico trabalhando no banco, você mora lá em casa comigo, a gente se casa. Se você quiser arriscar?” Ela falou que queria. Aí, graças a Deus, ela convenceu o pai dela. Aí nós casamos nessas mesmas férias aqui. Eu vim para passar férias, arrumaram paletó para mim, gravata, tudo. Eu casei e voltei casado para o Rio. O padrinho do meu casamento foi o Cid Guerreiro, aquele cantor Cid Guerreiro, baiano, que é primo dela de primeiro grau. Ele foi padrinho do casamento dela, mas não veio nenhum parente do Rio para o meu casamento. A minha mãe ficou contra, que eu era louco de casar com 23 anos. Que eu sou muito ousado, sabe? As coisas que e gosto de fazer eu sou ousado. Eu acho que, graças a Deus, por isso que eu consegui progredir profissionalmente. Aí cheguei no Rio, falei “mãe, agora se a senhora quiser que eu more no Rio, eu vou ter que morar em casa. Se a senhora também não quiser, eu moro aqui”, que o pai dela tinha... Tem uma casa grande aqui, a gente mora aqui, transfiro minha faculdade, vou viver aqui. Aí a minha mãe falou assim: “Não, venha”, porque ela estava com saudade. Mas quando chegou lá, começou a dar problema dela com a minha esposa. Começaram a não se entender bem. Ela achou que a esposa estava me roubando novo demais. Filho único, único homem dela. Aí começou essa problemática toda. Minha mãe já tinha a idade um pouco avançada. Aí o que aconteceu? Tive que decidir entre minha mãe e minha esposa. Aí, obviamente...
P -
Optou pela esposa.
R - A própria bíblia diz que o pai larga... O filho larga os pais... Se une em um só corpo, né? Eu falei “não, tenho que ficar com a minha esposa.” Não briguei com os meus pais, mas eu tinha que sair de lá. Aí vim tentar a vida aqui. Pedi demissão do Banco Nacional. Meu pai queria que eu fizesse carreira bancária porque ele foi bancário. Aí larguei, vim para cá. Quando cheguei aqui, graças a Deus, consegui emprego no Aché, como propagandista...
P -
Você já tinha ouvido falar do Aché antes?
R - Não, nunca tinha ouvido falar do Aché. Eu era novo, tinha 23 anos, estava começando a vida. Nunca tinha ouvido falar do Aché. Foi uma pessoa que apareceu lá que tinha... Aquela época, o Aché era assim. Para entrar no Aché, você ficava 15 dias fazendo um curso básico sem remuneração e eram 10 pessoas na sala e os dois melhores entravam para as duas vagas. Durante 15 dias, sem remuneração. Era um teste de Big Brother. (risos)
P -
Mas você viu essa oportunidade no jornal, como foi?
R - Não, eu acho que isso foi coisa de Deus porque... Tenho certeza porque apareceu um amigo na casa da minha sogra, onde eu estava hospedado. Eu estava procurando emprego em banco, cheguei a primeira semana passei procurar emprego em banco, que eu sabia fazer. Não estava conseguindo. Nessa mesma semana, chegou um amigo da família que não ia mais de um ano lá. E apareceu porque tinha uma menina da Bahia que ele gostava, que era prima da minha esposa, que estava aqui em Fortaleza. Ele que falou: Estive lá nesse local, no Aché. É uma empresa, parece que é grande, séria, você não quer ir lá tentar?” Falei “vou.”. Não sabia nem onde era. A minha esposa levou no carro dela, era lá na Jacarecanga, no prédio do Aché antigo. Cheguei lá, o curso já tinha começado na segunda-feira, cheguei na terça. Só que ele falou o nome do treinador na época, Gabriel. Ela falou “procura o Gabriel.” Cheguei lá embaixo, invés de procurar emprego, procurei o Gabriel. Por isso deixaram eu subir. Quando cheguei lá em cima, o Gabriel falou assim: “Não, mas não pode mais não. O curso já começou ontem.” Eu falei “meu amigo, cheguei do Rio esse semana, estou recém-casado, preciso de emprego, estou... Por favor, me ajude. Deixa eu tentar.” Ele falou “bom, você é bom de memória?” Eu falei “sou.” “De memorização”, “sou.” Ela falou “se você fizer o teste de ontem, que foi um produto ontem e mais o de hoje, para poder engajar na equipe que está aqui tentando emprego, eu deixo você. Mas se você não tirar nota acima de sete nos dois dias, nas duas próximas que vai fazer amanhã juntas, aí você está fora.” Eu falei, “eu topei.” Aí tirei mais de oito nas duas. Aí consegui continuar no curso, curso de duas semanas, e passei entre os dois, graças a Deus. Aí comecei como propagandista, paletó e gravata, trabalhei no Centro da cidade.
P -
Isso foi em que ano?
R - Isso foi em 1985. Paletó emprestado na época. Eu cheguei aqui com uma mão na frente e outra atrás.Tudo que eu tenho hoje, devo a Deus e ao Aché ,porque o Aché, tudo que eu tenho hoje, tenho apartamento próprio, casa boa. Os meus filhos estudam em boas escolas, tudo isso eu digo, todo mundo sabe disso, foi devido o meu trabalho no Aché. E aí fui propagandista, depois fui treinador, depois fui supervisor de treinamento, depois fui gerente de treinamento. Fiquei um bom tempo no treinamento, que eu gosto muito da área de treinamento. Depois passei para a área de vendas, área comercial, de liderar equipe. Aí me apaixonei também pela área de liderança de equipe e fiquei sete anos nessa área e agora, finalmente, consegui a gerência regional e estou como gerente regional dessa região de nove estados bem pertinho um dos outros, né? (risos) Com extensão pequena, para não dizer gigantesca.
P -
Mas o Aché mudou muito do tempo que você entrou para hoje?
R - Mudou muito. Quando eu entrei, foi a época que o Aché estava dando um dos primeiros benefícios dele, que não tinha carro, não tinha nada disso, que foi a Unimed. Na época que eu entrei, foi a época que o Aché deu Unimed
para os familiares.
P -
Assistência médica?
R - Assistência médica Unimed, deu ao nível Brasil. Eu acho que foi um dos primeiros benefícios que o Aché deu. Em termos de benefícios hoje, acho que todo ano acrescenta algum benefício. O Aché tem evoluído muito nessa área. Em termos de treinamento, evolução enorme de treinamento. Eu me lembro que tinha um funcionário do Aché, que era um dos diretores, que era o Paschoal, eu vi uma fita dele, uma conversa dele lá numa reunião que eu fui à São Paulo, que eu fui seis vezes à São Paulo em treinamento. Em uma delas, ele falou que no começo, não sei se foi o Felipe que falou, se foi seu Vavá, falou que usava... Quando o aparelho de slide quebrava, usava um elástico. O Aché não tinha dinheiro naquela época, condição assim de resolver rápido as coisas. Não tinha caixa. Isso foi logo no começo. Estava contando de 30 anos atrás, no começo. Ele botava um elástico para ajeitar. Eles mesmos eram os treinadores, o Vavá, o Natálle, o Paschoal. Então, hoje quando a gente vê o treinamento, onde nós estamos aqui no hotel, um hotel praticamente cinco estrelas com todo...
P -
O conforto.
R - Todo conforto, toda tecnologia. O Aché proporcionando Power Point, tudo isso. Agora estamos para receber um note book. Tecnologicamente o Aché evoluiu. Em termos de treinamento, o Aché evoluiu.
P -
E a equipe de vendas, também mudou muito?
R - A qualidade dela mudou.
P -
Em que sentido?
R - Antigamente, a gente tinha funcionários que se qualificavam muito na questão de propaganda. Na área de propaganda, o Aché qualificava bem na propaganda, mas ele não tinha uma visão, assim abrangente ele não tinha.. Estou dizendo a maioria, não todos. Para você pegar um para ser supervisor, você pegava ele por ser um melhor propagandista e, às vezes, ele servia para supervisor que é função diferente. Quando você sai de propaganda... Propagandista é propagandista, é vendedor de idéias. E quando você pega ele para ser supervisor, passa a ser administrador de empresa, passa a ser treinador, passa a fazer um planejamento, organização, controle. Passa a ser líder. É dificílimo ser líder. Então, ele tem que ter uma visão muito grande e era difícil a gente pegar pessoas do campo, propagandista que tivesse essa visão. Claro que são pessoas, como saiu muitas delas, mas era mais difícil. Hoje não. Hoje, a gente já tem como trazer um trabalho de base, que quando a gente chega hoje, se eu perguntar na minha equipe, você tem condição de promover alguém agora? Eu tenho condições de promover dois na minha equipe no Ceará, tenho condição de promover uns três em Piauí e Maranhão, uns dois no Pará, uns dois na Amazônia. Hoje, tenho vários.. Um leque de pessoas propagandistas capacitados a serem gerentes distritais. A entrada de um projeto de treinamento rápido para gerente porque alguns estão fazendo faculdade, outros não estão em faculdade, fazem curso no Sebrae. A questão de desenvolvimento, a gente dá uma ilustração, uma orientação sobre liderança participativa, trabalho em equipe. A gente fala sobre relações humanas. Então, nós temos nos atualizado mais. O Aché tem motivado a gente a se atualizar mais do que antigamente. Antigamente era mais focado só no feijão com arroz da propaganda. Hoje já a visão é mais abrangente. O Aché evoluiu como administração de empresa
no tempo certo, na hora certa. Eu nunca critico as antigas, a antiga administração, nem critico a nova, porque foi uma evolução. A antiga tinha uma forma de agir que era o ideal para aquela época e a nova é ideal para a época de hoje. Eu sou uma pessoa muito flexível, eu acho que por isso que estou no Aché até hoje e gosto do que faço e da onde estou.
P -
E lidando com pessoas bem diferentes, de diversos estados?
R - Principalmente agora.
P -
Você podia contar para gente, então, um pouquinho mais que especificidades dessa região, dos desafios que o propagandista tem da região Norte? Que deve ser diferente do que no Sudeste, no Sul.
R - Para se ter uma idéia, por exemplo, para vim para uma reunião dessa, pessoa que sai de Porto Velho, ela vai ter 12 horas de viagem. Tem que fazer escala em Brasília, ficar quatro horas no aeroporto em Brasília para depois vir para cá porque não tem outro vôo. Então, tem dificuldades de locomoção. No Pará, tem cidades para visitar, tem que ir de barco, passar noites no barco viajando, depois voltar à noite no barco viajando para visitar uma cidade com 16 médicos. No interior, às vezes, roda 100 quilômetros para chegar numa outra cidade para visitar seis médicos. A região nossa, nosso interior não tem estradas boas. São poucas estradas boas. Têm lugares que tem... Muitos não são, né? São esburacadas. Por exemplo, daqui para Sobral, que é uma cidade perto, 200 quilômetros aproximadamente, que é uma cidade muito boa do Ceará.Inclusive, o prefeito de lá,o irmão do Ciro Gomes, o Cid Carvalho, lá a gente vê que o negócio está bem dsenvolvido, a cidade desenvolveu muito, mas a estrada daqui para lá é péssimo. É cheio de buraco. O cara demora horas para chegar por causa da buracada. Então, quer dizer, a questão da seca aqui no Nordeste, outra questão que dificulta. Os propagandistas do interior, para mim, são heróis porque na época do sertão, aguentar o calor do interior, é herói. Eu costumo dizer, é herói, porque não é brincadeira. Eu trabalhei viajando muito como gerente no interior, trabalhei no Ceará inteiro e não é brincadeira. Fui para cidades como Iguatu e também Piauí que é um pouquinho frio. (risos)
P -
Verdade. Mas mesmo assim são muito motivados?
R - Isso que é o grande diferencial. Eles conseguem ser motivados e se auto-motivar, tanto...
P -
E da onde você acha que vem isso, essa motivação?
R - Isso que eu ia falar. Eu entendo que tanto faz parte da gerência e da empresa, eles recebem muito bem a motivação da empresa. Quando a empresa deu ar condicionado no carro foi uma festa, quase parou a filial. Então, todos os benefícios porque nós, já me considero meio nordestino, me considero um cearoca. Mistura de cearense com carioca, até o sotaque é misturado. A vida aqui é diferente da vida do Sul. A vida mais sofrida. Principalmente quanto mais para o interior você vai, mais sofrimento tem, mais você vê. Então, o povo nordestino é um povo sofrido, Norte principalmente até. E esse sofrimento parece que deu... Assim, uma sensibilidade maior aos estímulos motivacionais, os benefícios. Então, qualquer benefício, qualquer estímulo motivacional, para eles gera uma satisfação muito grande porque a maioria deles teve uma infância sofrida. E eles também são auto-motivados. Eles mesmos tem uma característica de se motivar facilmente, dele ser alegre. Você vê que o cearense é comediante gaiato de graça.Chico Anísio, o ...
P -
O Tom Cavalcante.
R - Tom Cavalcante, o da Criança Esperança...
P -
O Renato Aragão.
R - Renato Aragão.O Falcão. Eles são palhaços de graça. Nasce comediante.
P -
E essa alegria é transposta para as campanhas?
R - São transpostas para campanhas, para o campo.Hoje, Graças a Deus, nossos receituários está crescendo bastante, nossas vendas estão crescendo e eu acho que grande parte disso, que eu sempre falei que o propagandista tem que ser um artista. Eu sempre... Gostei muito quando entrei... Eu me apaixonei pela área dessa nossa profissão, que é propagandista, a minha profissão é propagandista. O me cargo é de gerente, mas a minha profissão é propagandista por causa que a profissão onde você tem que ser artista. Você tem que ser artista na frente do médico. Você, às vezes, está com problema em casa, tem que chegar, você não pode transferir esse problema, você não pode entrar de cara fechada. Você tem que entrar para persuadir o médico, para alegrar o médico, para motivar o médico receitar o seu produto. Então, você tem que entrar com alegria, com satisfação, vibração. Tem que ser maleável. Tem, às vezes, tem que contar uma piada. Então, isso tudo ajuda o propagandista daqui a ter sucesso porque eles são artistas. Eles conseguem incorporar a função de propagandista não... Eu não diria que eles são muito técnicos, mas eles são muito artistas, entendeu? Porque a função do propagandista ideal é ser técnico e artista. Então, nós temos trabalhado pela parte técnica. Tudo que tem feito de curso, eu gosto de ler muito de ler livro, fazer curso, para passar para eles a parte técnica porque a parte artística já tem.
P -
Tá. (risos) E tem alguma campanha que marcou mais nesses teus anos aqui de Aché? Um trabalho, uma campanha, que foi um desafio e que vocês tiveram muito sucesso, que você se lembra?
R - Não, várias campanhas foram extraordinárias. Várias campanhas de produtos, não tem assim, como destacar algum. Eu me lembro que a primeira, quando eu fiz, fui propagandista, quando entrei, eu fiz o lançamento do Novacort, que lembro até hoje. Faz uns 15 anos isso. Era, cada página que virava era um cor de uma tinta, uma bisnaga de tinta que saía, que era a cor de uma das substâncias, das três substâncias do Novacort, que por coincidência, agora é meu produto. Voltou a ser meu produto da linha 4. Aí me lembro, cada líquido saía, a junção das três cores fazia pomada de Novacort. Eles fizeram um link com a bisnaga e a pomada e o creme. E essa propaganda pegou muito. Foi a primeira propaganda de visual age, assim, de mudar páginas do Ache. Foi muito interessante isso daí. Apesar daquela época não ter um marketing forte, mas tinha um marketing inteligente. Fez uma campanha extraordinária. Hoje, tecnologia de marketing é muito... Com a informatização e tudo mais. Então, mas hoje as campanhas são espetaculares. Campanhas de hoje, essa do elefantinho é espetacular. Hoje, a verba de eventos que nos ajuda
no relacionamento com o médico. Eu creio que o Aché está sempre no caminho certo, mas hoje ele está conseguindo de adaptar bem a necessidade de mercado porque o mercado hoje está muito competitivo, muita briga pelos produtos com a concorrência e o Aché está conseguindo se nortear bem nessa condução, né?
P -
Você falou um pouco do propagandista, da função do treinamento e o gerente regional, o que ele faz?
R - O regional?
P -
É. Como que é a tua rotina?
R - O regional, ele é mais um administrador de empresa. Vamos dizer, a prioridade dele... Duas funções básicas, no meu entendimento. Estou começando agora, posso até não ter uma noção geral, estou começando... Estou a três meses só como regional, mas a primeira coisa eu sinto é que ele tem que ser... Três coisas: Primeiro lugar, administrador de empresa. Ele tem que saber administrar toda a região, em termos de cadastro médico, situações que ocorrem de troca de medicamentos, de vendas, de tudo que envolve controlar bem o receituário, motivar as pessoas e ter uma liderança que as pessoas possam confiar nele, tem a confiança mútua. Que ele saiba conduzir o grupo, atingir os objetivos. Faço uma administração por objetivos, tipo Peter Brooke, ensina. Uma gerência por objetivos. E motivo bastante as pessoas e principalmente hoje, o gerente regional tem uma função que até o gerente, assim, regional, que hoje tem uma função maior na região e até pouco tempo atrás não tinha, que é o de ser coach, ser treinador. Ele precisa saber treinar os GD’s dele, os gerentes distritais. Ele precisa saber treinar os gerentes distritais, desenvolver o talento
para que eles possam ser bom gerentes no campo. Eu considero que um bom gerente regional hoje é aquele que tem bons gerentes distritais e bons gerentes distritais são aqueles que tem bons propagandistas. Ele não pode ser julgado para a gente ser bom, tem que ser julgado pela equipe ser boa, que nós somos um time.
P -
E o que você deslumbra para o futuro? Para o Aché e para você?
R - Não, para o Aché, o Aché está com a causa ganha. Sempre teve. O Aché sempre nasceu para ter sucesso, por fatores... Ousadia, o Aché sempre... Desde o começo houve muita ousadia por parte do seu Adalmiro, da direção, no Natali, rapazes foram muito ousados e conseguiram com a ousadia deles, muita inteligência, conseguiram fazer o Aché dar a primeira arrancada e dar aquele grande desenvolvimento, chegar na ponta. E agora, com esses novos diretores que estão vindo com muita bagagem, Sérgio Vasconcelos, o Paulo de Tarso na área de demanda, o Nestor na área de treinamento, todos comandados pelo Sérgio Vasconcelos, pelo Bandeira de Melo, que são pessoas que tem uma bagagem enorme de conhecimento, que vieram realmente agregar valor e nortear a empresa nesse momento, de tanta competitividade. Pelo que ele sente hoje no presente, o futuro do Aché está garantido, e eu espero estar com ele. Pelo menos até os 60 anos para me aposentar.Se for o caso. (risos)
P -
Eu não sei se você gostaria de falar mais alguma coisa, que tem uma última pergunta para você.
R - Não, o que eu queria falar era isso, que eu me alegro de ser acheano, me alegro da profissão que eu consegui, dou graças a Deus porque quando eu fiz teste para saber, na escola, no segundo grau, teste vocacional, as duas vezes que eu fiz deu música. Deu música em primeiro lugar disparado, só que eu não sei tocar instrumento nenhum e sou péssimo para cantar. Eu tentei cantar no coral da igreja não, no grupo da banda da igreja, só cantar, mas desafino demais. Tom sobe, tom desce errado. Só cantei uma vez e desisti. Então, eu realmente tinha uma dificuldade saber o que eu ia ser como profissional. O que eu vou ser? Eu fazia faculdade de Comunicação Social na PUC, depois fui para Educação Física. Eu realmente não sabia com 20 anos, 18 anos, o que eu ia fazer. Eu tinha muitos desejos, mas não tinha aquele negócio mesmo que batesse no coração. E quando eu entrei no Aché, que eu vi o Aché, que precisa de uma pessoa que gosta de estudar muito. Eu gosto muito de estudar, gosto de ler muito. Tenho ousadia para enfrentar desafios. O Aché se encaixou bem comigo e hoje eu digo com orgulho ser da profissão de propagandista. Inclusive eu até criei o símbolo do propagandista, que hoje está na mão do Nestor, que eu criei. Um símbolo que mostra o propagandista falou assim: “É um profissional divulgando a ciência”, que o propagandista é um profissional divulgando a ciência.
P -
Você gosta muito dos símbolos? Você estava me contando antes que você sempre cria para...
R - Gosto muito dos símbolos. Nós Sempre tiramos o símbolo da nossa pátria, a bandeira. Eu acho que o símbolo sempre mostra alguma coisa importante e agora para essa equipe nova, o símbolo do Unidos da Norte, que é uma região muito grande. Então, Unidos da Norte para unir todos esses nove estados num pensamento só, num objetivo só, num trabalho de equipe. Aí botei Unidos da Norte. Botamos o número quatro e botamos uma águia em cima, levantando o símbolo, levantando a equipe, baseado naquela história da águia ser a única... O único animal ave, que consegue... Que enfrenta a tempestade. Nos Estados Unidos, quando há uma tempestade, as corujas, os pardais, as pombas, todos as aves, elas se escondem, morcego, tudo se esconde nas árvores, por causa da tempestade que vai cair. A águia, segundo a história que eu ouvi,
ela enfrenta a tempestade para poder ultrapassar a tempestade e quando chegar lá em cima, às vezes ela perde pena, sai chega assim debilitada, mas quando elas chega lá em cima, se recupera com o sol brilhando, com ar puro e ela tem a visão grande que nós precisamos ter, principalmente os gerentes distritais, regionais, por causa da nossa região que é grande. Nós temos que.estar sabendo o que está acontecendo em Manaus, em Belém.
P -
A visão do conjunto.
R - Tem que ter a visão do conjunto e uma visão ampla, que a águia tem. Por isso que eu pensei nesse símbolo. Tinha outros símbolos também. Desde
que eu comecei, sempre botei um símbolo para cada equipe e fiz um símbolo propagandista, que se você puder ver com o Nestor, é bem interessante.
P -
Ah, legal. Vamos ver também. E para terminar, eu queria que você dissesse o que
achou dessa experiência de contar um pouquinho da tua história?
R - Eu acho que isso estava faltando no Aché, estava faltando esse registro da história dos acheanos históricos ou até novos acheanos que estão começando, que vão ser o futuro da empresa. Porque nós também, voltando ao assunto, nós também como líderes, nós temos que desenvolver essas pessoas... Também temos que ter o papel de mentor, de desenvolver essas pessoas que vão ser o futuro da empresa. Se a gente não desenvolve... Eu acho que nenhuma pessoa deve ser promovida se não tiver alguém para promover o lugar dela. Então, precisamos desenvolver essas pessoas, esses profissionais.Qual foi a pergunta?
P -
O que você achou de ter contado um pouco a sua história?
R - Ah, sim. Então, eu acho muito importante registrar isso porque outras pessoas vão ver, vão ler e vão poder aprender porque a gente sempre aprende alguma coisa com outra pessoa. Qualquer pessoa que vai ensinar, um coach, um mentor que vai ensinar, primeiro lugar, tem que ser um grande aprendiz. Tem que ser um eterno aprendiz porque se tu não aprender, tu não ensina nada. Então, esse livro que vocês vão fazer, vai ser livro, né? O que vocês fizerem, todo registro que fizerem vai ser importante para nós no presente e no futuro. Vai agregar valor a história que eu vou ouvir de outras pessoas que vou ler, eu vou aprender e o Aché merece isso. Eu acho que o Aché como empresa merece e como seus funcionários merecem. Isso, sem dúvida, é uma das 50 empresas melhores empresas para se trabalhar. Como ela ganhou aquele título, ganhou por mérito porque é realmente difícil a gente encontrar uma empresa. Na faculdade que a gente faz, eu estou fazendo Administração e Marketing, a faculdade, quando a gente fala as coisas que tem no Aché, a forma que ele trabalham o Aché. A gente não fala, assim, detalhadamente, porque a gente nem pode fazer isso, mas quando a gente fala de algum benefício que o Aché dá, ou fala de algum trabalho, como a equipe comemora alguma festa, o pessoal fica impressionado.Nós já estamos aqui bem avançados.
P -
Século XXI. (risos)
R - Século XXI.
P -
Está certo.
R - Está bom?
P -
Está, muito obrigado, Quental. Tua entrevista foi ótima.
R - Obrigado.Recolher