Dona Eliane Ribeiro da Silva, entrevistada pelos alunos da escola Marieta Pereira de Macedo, contou que nasceu no dia 08 de Setembro do ano de 1981, no município de Pindorama GO, que passou a ser do Estado do Tocantins, em uma fazenda juntamente com seus pais e seus nove irmãos, na casa dos seus a...Continuar leitura
Dona Eliane Ribeiro da Silva, entrevistada pelos alunos da escola Marieta Pereira de Macedo, contou que nasceu no dia 08 de Setembro do ano de 1981, no município de Pindorama GO, que passou a ser do Estado do Tocantins, em uma fazenda juntamente com seus pais e seus nove irmãos, na casa dos seus avós, e relata que seus vizinhos mais próximos eram seus familiares, como: Tios e primos, porque outro tipo de vizinhança morava muito longe, para irem até eles, teria que ser a cavalo.
Ela contou que seus pais trabalhavam em lavouras.
Ela contou que quando era criança gostava muito de brincar com seus irmãos e primos, onde os mesmos subiam em serras, pegavam aquelas concas de buriti, levavam para o alto da serra e desciam montados, e que hoje seus tios relatam que no lugar em que eles realizavam essas brincadeiras nem mato nasce no lugar.
Quando criança, dona Eliane vivia machucada de subir e descer serras, adorava tomar banhos em córregos e subir em árvores. Teve um dia que dona Eliane subiu em um pé de abacate muito alto para se esconder de sua mãe para não lavar a louça, ela ficou o dia todo procurando, e que ela só desceu da árvore sete horas da noite, mas adiantou nada, mesmo assim teve que lavar a louça e ainda levou uma surra.
Relata ainda que a festa que sua família mais se reúne é em datas comemorativas como o natal e aniversário principalmente de sua mãe e avó.
O seu pai e avós são falecidos, relata ainda que sua maior convivência foi com sua avó.
A mesma relata que, a sua contribuição na construção da nossa escola Marieta Macedo, foi da seguinte forma, quando ela veio para a cidade de Porto Nacional, a escola funcionava na casa de Dona Terezinha, na época era a merendeira, aí foi quando partiu da comunidade construir uma sala de aula aqui no bairro, as ruas eram todas sem asfalto, a maior parte era mato, existiam simplesmente ruas abaixo da escola, mas, acima onde ela morava nem rua tinha tudo era mato, e a mesma morava em um barraco de tábuas e foi uma das primeiras moradoras de bairro, juntamente com sua mãe e sua tia, onde ela fala que as mesmas não gostaram de ficar no local e foram embora, deixando- a sozinha.
Foi então que partiu a construção da sala de aula, pois as crianças eram muito pequenas para irem para uma escola distante, então, a comunidade se juntou voluntariamente, com materiais e mão de obra, mas como os materiais usados para construção não eram bons, veio á época das chuvas e acabou derrubando a escola, com esse acontecimento, os funcionários tiveram que passar esses alunos para uma igreja, para que os mesmos pudessem ter aulas, mas, a mesma ideia não deu muito certo, pois no momento que as crianças acabaram de sair da igreja onde os mesmos estavam tendo aulas, o teto desabou, pela graça de Deus ninguém se machucou. Depois disto terem ocorrido, os alunos tiveram que ficar alguns dias sem aulas para que os alunos não ficassem tão prejudicados os mesmos tiveram alguns dias de aula ao ar livre debaixo de um pé de pequí.
Retornaram então à sala de aula anterior onde os voluntários já tinham arrumado o telhado e com tudo isso, foi onde o prefeito da cidade resolveu construir a escola. A mesma relatou que, a luta foi muito grande durante esse período, pois de alguns de seus filhos estudavam nesta escola. Pois ela tem sete filhos e disse que todos eles estudaram nesta escola. Houve também a época que a escola abriu uma turma do EJA, a dona Eliane foi umas das alunas dessa turma, ela relata que na época ela tinha bebê de colo, e que trazia para a escola a mesma colocava deitado em um travesseiro para dormir, foi uma fase muito difícil para sua vida, mas mesmo com as dificuldades, a mesma não desistiu do sonho de concluir o ensino médio.
Dona Eliane disse que foi casada durante dezessete anos, mas separou recentemente, e que seu esposo nunca deixou trabalhar. A mesma disse que teve seu primeiro filho aos quinze anos e isso foi muito difícil para ela, e sempre orienta sua filha que nunca tenha filho cedo como ela teve, e que se ela pudesse voltar no tempo ela mudaria a historia da sua vida. Ela relata que na época dela as crianças começavam a ir para escola aos sete anos de idade, muito diferente de hoje que as crianças começam a estudar aos três anos de idade ela disse que era bagunceira na escola, mas sempre tirava notas boas, e que sua matéria preferida era artes, e ate hoje ela ama fazer desenhos e pintar. É tanto que a mesma ama fazer artesanato de materiais recicláveis e lembrancinhas.
Ela relata que seu maior medo é na questão dos adolescentes se envolverem com drogas não só seus filhos, mas todos em geral, pois na sua época não tinha tanto esse tipo de coisa, pois os mesmo tinham mais respeito com seus pais e pessoas mais velhas, as amizades de antes eram mais sinceras e que hoje em dia as crianças não querem mais viver a sua infância como antes, com brincadeiras como: esconde-esconde, jogar peteca, pular amarelinha, etc. Hoje as mesmas só querem saber de navegar a internet, assistir TV, e também observa que existem adultos influenciando as crianças a cometer atos indevidos, que antigamente nos não nos envolviam.
Uma das dificuldades que ela teve que enfrentar foi a perda do seu pai, e que no inicio do ano de dois mil e dezoito ela ficou muito doente ao ponto de passar quinze dias na cadeira de rodas sem conseguir nem ir ao banheiro sozinha, dona Eliane relata ainda que esse foi um dos piores momentos de sua vida mas tem ainda um grande sonho que é ser caminhoneira, e que ainda vai lutar por esse sonho.Recolher