Ah o Natal... como eu adorava essa data. A começar pelo clima que era sempre quente, mas sempre caia uma chuvinha à tarde. Era bom pegar aquela chuva, o calor secava a gente rapidinho.
O clima em casa também era sempre emocionante. Começava o mês de dezembro SEMPRE com o anúncio da minha a...Continuar leitura
Ah o Natal... como eu adorava essa data.
A começar pelo clima que era sempre quente, mas sempre caia uma chuvinha à tarde. Era bom pegar aquela chuva, o calor secava a gente rapidinho.
O clima em casa também era sempre emocionante. Começava o mês de dezembro SEMPRE com o anúncio da minha avó: “Este ano não vai ter Natal! Não vou fazer ceia, nem adianta insistir!” Claro que dias antes do feriado, íamos correndo às compras para preparar tudinho conforme nossa tradição de família.
Por falar em compras, o Natal era época de renovar o enxoval de casa e de ganhar roupa nova. Minha irmã e eu sempre acompanhávamos minha avó e tia nas compras pelo centro de São Paulo. Até hoje não sei como a gente conseguia andar tanto com tão pouca idade. Também não sei quando perdi esse pique todo.
Chegada a véspera do Natal, fazíamos a maior faxina na casa. Minha avó e minha tia passavam o dia cozinhando e minha função era fazer rabanadas, um dos únicos pratos que sei fazer até hoje! Aí todos iam se arrumar e esperar a hora de atacar o banquete. Momentos intermináveis eram esses, a gente ficava morrendo de fome e vendo vários pratos suculentos na mesa, mas minha avó não deixava a gente comer antes da meia-noite. O jeito era esperar.
O Natal mais incrível foi quando eu tinha uns 11 anos e passamos no Playcenter, antigo parque de diversões de São Paulo. O parque abriu em pleno 25 de dezembro e ainda estava com uma promoção na qual um ingresso valia dois! Foi um dos únicos passeios feitos com a família toda: fomos eu, irmã, irmão, mãe, pai, tia e avó. O parque estava super vazio, a ponto de ter que esperar formar grupo para ligar determinado brinquedo. Lembro do meu irmão, na época com uns 7 anos, morrendo de medo no cinema 3D, que chacoalhava a cadeira. Minha mãe teve que sair com ele, pois começou a chorar. Que vergonha tive dele, fingi que nem conhecia.
Lembro também que eu estava me sentindo o máximo pois já tinha altura para andar em todos os brinquedos. Inclusive, acho que fui em todos eles mais de uma vez, uma tremenda raridade, pois quem já foi ao Playcenter sabe que as filas duravam em média umas três horas, então só dava para ir em quatro brinquedos e olhe lá.
Devo ter colocado toda a comida da madrugada anterior pra fora, mas foi o Natal mais feliz da minha vida!
Há três anos não temos mais Natal em casa, mas onde minha avó estiver, com certeza todos precisam esperar até meia-noite para aproveitar a ceia.Recolher