No dia 26 de setembro, recebemos a visita da D. Maria do Carmo para ser entrevistada.
D. MARIA do Carmo é uma senhora de 62 anos, ela é uma pessoa meiga, nasceu em Pernambuco e passou sua infância lá.
D. Maria do Carmo não conheceu sua mãe nunca na vida, o pai dela casou-se com uma mulher e ...Continuar leitura
No dia 26 de setembro, recebemos a visita da D. Maria do Carmo para ser entrevistada.
D. MARIA do Carmo é uma senhora de 62 anos, ela é uma
pessoa meiga, nasceu em Pernambuco e passou sua infância lá.
D. Maria do Carmo não conheceu sua mãe nunca na vida, o pai dela casou-se com uma mulher e ela ficou morando com o pai e a madrasta.
A madrasta mandava D. Maria do Carmo ficar com as crianças.
A madrasta dela era boa, mas não deixava ela brincar, nas horas vagas fazia seus brinquedos e as suas próprias bonecas, elas eram de sabugo de milho.
Na sua infância ela gostava de estudar, mas teve que sair da escola para ajudar a sua madrasta.
D. Maria do Carmo, veio de Pernambuco para Santos em 1961.
Ela veio morar com a tia e trabalhar em casa de família.
No seu emprego, ela fazia faxina nas casas e antes de encerar, tinha que passar palhinha no chão para tirar a cera velha.
Depois ela teve a filha e veio morar no bairro Rádio Clube.
Ela disse que as ruas eram de barro e só haviam casas na Avenida Brigadeiro Faria Lima, não tinha comércio e nem telefone.
Quando alguém ficava doente, tinha que telefonar lá da pracinha Jerônimo La Terza para chamar a ambulância.
Quando ela ia trabalhar, deixava a filha na casa da Tia e caminhava até o supermercado Barros para pegar o único ônibus que passava.
Depois que construíram a nossa escola, que nós descobrimos que antes era um campo de futebol, D. Maria do Carmo disse que foram melhorando as ruas, construindo mais casas e o comércio foi aparecendo.
Quando a escola ficou pronta, a filha da
D. Maria do Carmo, Helena, que estudava na Escola próxima ao Jardim Botânico Chico Mendes, veio estudar na nossa escola.
A Escola antes não tinha esse corredor onde fica a nossa sala.
As carteiras eram grudadas e as cadeiras também.
A filha dela usava um avental todo branco, para vir à escola.
Ela não tinha aula de Música e a Educação Física, era fora do horário.
A roupa de Educação Física das meninas era uma saia branca com pregas, camiseta branca, short vermelho, meia e conga branca.
As professoras eram muito bravas.
D. Maria do Carmo falou que tinha que comprar todo o material da filha, pois o governo não dava nem um lápis.Recolher