Meu nome é Ronei de Jesus Pereira, nascido em dois de setembro de 1970, numa cidadezinha do interior de Minas, Entre Rios.
Na verdade, eu nasci em Entre Rios meio que por acaso. Todos os filhos - nós somos sete irmãos - foram partos naturais, com parteira. E no meu, ela teve complicações no p...Continuar leitura
Meu nome é Ronei de Jesus Pereira, nascido em dois de setembro de 1970, numa cidadezinha do interior de Minas, Entre Rios.
Na verdade, eu nasci em Entre Rios meio que por acaso. Todos os filhos - nós somos sete irmãos - foram partos naturais, com parteira. E no meu, ela teve complicações no parto; eu fui gerado, segundo contam, com os pés colados no ombro. Minha mãe precisou ir para o hospital de Entre Rios; contam que ela foi transportada em cima de uma cama, porque tinha que atravessar o rio.
Quando a gente foi para Belo Horizonte, a gente foi morar de aluguel. Morava meu pai, minha mãe e sete filhos numa casinha; só tinha uma janelinha de fundo, eram dois cômodos, e dormia todo mundo ali, meio que amontoado. Foi bastante sacrifício.
A gente ganhava na época os cadernos do governo, aqueles cadernos de brochura, e levava para escola no saquinho de arroz. Eu acho que toda essa dificuldade fez com que a gente quisesse melhorar, progredir e buscar algo melhor.
Quando a gente veio para Luís Eduardo, eu tinha ficado três anos na Matarazzo, sem tirar férias. Depois de três anos, quando eu estava querendo sair, consegui tirar vinte dias de férias. No meio desses vinte dias, essa empresa, Dalu, fez o contato. Abandonei as férias em Minas e fui para São Paulo, negociamos contrato. Eu me lembro que um dos diretores perguntou assim: “Mas você conhece Luiz Eduardo?” Aí eu falei: “Olha”… Na época era Mimoso do Oeste, em 96. “Eu passei na BR, me lembro de ver uns galpões”, que eram os galpões da Cotia. “Então você conhece Mimoso do Oeste, porque é só aquilo ali mesmo”. E aí a gente veio. A gente veio sem ter noção de pra onde a gente estava vindo. Parece que o destino conduz a gente.
A gente sempre esteve em cidade grande, muitas vezes a gente é apenas mais um no meio da multidão, e aqui a gente conseguiu, de uma certa forma… Não vou dizer conquistar bens materiais, porque eu nunca fui muito ligado a isso, mas proporcionou pra gente a oportunidade de conquistar algumas coisas e principalmente de se engajar um pouco na sociedade e ser útil ao próximo.
Consegui montar uma loja de material de construção. Eu e minha esposa tocamos ela até 2016, só que como pulverizou muito, muita concorrência, em 2014 voltei para o mercado de trabalho. Gerenciei uma casa de eventos aqui, durante uns dois anos, e em 2015 fui convidado para ir para o Sindicato dos Produtores Rurais.
Em 2001 eu tive contato com a doutrina espírita, que acho que foi algo que acrescentou muito na minha vida. Cheguei a ser palestrante espírita; hoje não estou muito ativo, mas procuro no dia a dia praticar os ensinamentos. No final de 2004 tive contato com a Associação de Pais e Amigos Excepcionais; em 2005 eu passei a fazer parte da diretoria. Dedico a essa instituição boa parte do meu tempo. Estou na minha segunda gestão como presidente da APAE de Luís Eduardo.
A minha esposa, ela brinca que me usou. Meu irmão namorava uma amiga dela e eles iam a uma festinha. Ela queria fazer ciúmes para o ex-namorado e aí eu fui fazer companhia para ela. Só que a gente já está junto aí há uns 34 anos. É uma parceira de vida!
Eu acho que a felicidade da gente está em coisas muito simples. Se a gente faz um retrospecto dos momentos que a gente mais foi feliz, é algo muito simples. Você estava no churrasco muito simplesinho, tomando uma cerveja, nada sofisticado, mas é questão de afinidade, de estar com as pessoas que gostam. E é isso que marca a vida da gente.Recolher