P1 – Boa tarde senhor José Paulo.
R – Boa tarde.
P1 – Eu vou pedir pro senhor falar o seu nome completo, local e a data de nascimento.
R – José Paulo Ferrer. Local de nascimento eu nasci em São Paulo até aqui na Promater, na Joaquim Eugênio e data é dois de fevereiro de...Continuar leitura
P1 – Boa tarde senhor José Paulo.
R – Boa tarde.
P1 – Eu vou pedir pro senhor falar o seu nome completo, local e a data de nascimento.
R – José Paulo Ferrer. Local de nascimento eu nasci em São Paulo até aqui na Promater, na Joaquim Eugênio e data é dois de fevereiro de 48.
P1 – E quais são as suas lembranças... Que bairro que o senhor cresceu e quais são as lembranças mais antigas que o senhor tem desse bairro?
R – Eu cresci, entre os nove e os 20 eu morei na Liberdade que é mais ou menos perto daqui. A lembrança era de um bairro que a minha rua, por exemplo, quase não tinha carro, né? Eu tenho foto antiga de quando eu tinha dez anos, 15 anos, que tem um carro ou nenhum carro na rua. Hoje tem a FMU lá do lado de onde morávamos, né, e não tem onde não tem carro. Então teve essa grande diferença, né? Outra coisa eu não sei... Tinha campinho de futebol pra cá, pra lá. Onde hoje é a 23 de maio tinha dois, três campos de futebol que a gente usava e esses campos sumiram. No Glicério a gente descia às vezes pra jogar bola tinha meia dúzia de campos onde hoje tem o INSS do Glicério. Do meu bairro, né, agora não sei se você queria saber da Paulista.
P1 – Então, falando da Avenida Paulista, o que o senhor lembra assim, mais antiga lembrança?
R – Por exemplo, com tia minha tomando bonde que descia pela Angélica, era o bonde Angélica. Então a Paulista era mais uma veia assim, não... Em pequeno não tenho lembrança.
P1 – Tentava conviver.
R - Depois no tempo do colégio a gente andava por aqui, tinha amigo que morava na Angélica, eu morava na Liberdade a gente ia às vezes deixar o... Vinha farrear na Augusta, essas coisas, né? Mas aí já é anos 68, 67.
P1 – E se o senhor for definir o que é a Avenida Paulista pra São Paulo assim (___?)
R – Bom, ela é... Sem falar em cartão postal que é o óbvio, né, ela tem uma espécie de espinha dorsal, ela é um espigão assim. Então toda a parte moderna da cidade praticamente está na Paulista, tá na região. Claro, tem outras partes modernas mais longes, mas que estão justamente longe, Berrini e tal. Fica meio fora do circuito da maioria das pessoas.
P1 – E você costuma vir pra Avenida Paulista em qual ocasião?
R – Muito. Muito. Fim de semana venho... Os cinemas são aqui, né? Eu moro no Cambuci, minha namorada pertinho do Hospital das Clínicas, então é um caminho que eu faço quase sempre, quase todo dia. É isso.
P1 – E assim, tem alguma história que o senhor viveu, assim um causo pitoresco, algo engraçado...
R – Não lembro, né? Até tem coisas assim, de madrugada me pedirem dinheiro, mas isso são coisas... De você dar e depois perceber que era malandragem. Eu passando pela, mais ou menos lá pelo Mc Donald´s da Joaquim Eugênio o cara com atitude de desesperado, que a mulher tava dando a luz, que o carro tava sem gasolina tal. Você vai na onda e depois você percebe: “É um golpe”.
P1 – E o que o senhor mais gosta da Avenida Paulista?
R – Eu gosto dessa vida cultural. Você tem SESI, tem o SESC, tem Itaú Cultural, os cinemas, né? Tem o Trianon... Se bem que eu não viria tão longe pra andar no Trianon, por exemplo. Moro do lado do parque da Aclimação. Mas essa parte cultural aí é toda concentrada aqui. Só os teatros que estão mais pra baixo pro Bexiga, mas a... Também tem teatros pra cá, pra lá, então... Então é isso, essa área cultural.
P1 - Área cultural. Maravilha. Tem mais alguma coisa que o senhor queria falar que eu não perguntei?
R – Tomara que a Paulista continue sempre assim, né?
P1 – É. Jóia. Obrigada senhor José Paula.Recolher