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História
Por: Museu da Pessoa, 28 de setembro de 2020

Esperar na areia / a chegada da baleia

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Esperar na areia / a chegada da baleia

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Dizem que alguns dias, antes do dia três de agosto de 1974, uns dias antes, o povo de Barcarena começou a perceber algo que boiava, na maré, algo muito grande e eles pensavam que era boto, cobra grande, chegaram a dizer que era um submarino, pelo tamanho, pela maneira como boiava e afundava novamente.

Então, quando o meu pai viu, ele ainda não tinha certeza do que era, mas ele já chamou pessoas pra ajudar.

Eles começaram a busca no dia dois, por volta da tarde, assim, era tardezinha e eles começaram a busca pelo animal, né? A caçada.

Esperar onde ia boiar, onde seria a próxima aparição do animal.

E aí eles conseguiram pescar mesmo, pegar, já era o dia três.

No dia três de agosto de 1974, foi quando eles conseguiram capturar o animal.

E, apesar de ser um filhote, que tinha apenas oito metros e dez toneladas, mas para as embarcações, que eram pequenas, na época e a falta de equipamentos adequados, eles tiveram dificuldade para trazer para a beira, para deslocar o animal, para trazer para a praia.

Que foi onde o animal foi cortado, repartido, para a população.

Mas foi uma caçada, realmente, bem interessante.

Apesar de que, hoje em dia a gente conta como um fato heroico do meu pai, mas ele já, assim, depois de muitos anos, chegava a dizer que hoje ele não faria mais isso.

Que ele teria deixado o animal, por ser um filhote, ele teria deixado ir embora, teria ajudado.

Mas também ele fala que o animal já estava muito machucado, por causa das pedras, por algum motivo o animal já estava cansado e morreria, de qualquer maneira.

Também foi isso que levou eles a caçarem, a matarem e a repartir para o povo se alimentar, mesmo.

E o povo comeu a carne da baleia.

As pessoas estavam lá para pegar a gordura da baleia, para usar como medicamento.

Tanto é que tem um relato engraçado de um rapaz da Localidade da Estrada, que a gente chama,... Continuar leitura

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Entrevista de R1 Apolaro do NascimentoEntrevistada por P1 TorigoeBarcarena, 28 de setembro de 2020Projeto “Memória de Barcarena”Entrevista número HYD_HV015Transcrita por Selma PaivaP1 – Obrigado por ter vindo, antes de mais nada. Obrigado por sua presença. Eu queria perguntar, então, o seu nome completo, local e data de nascimento...R1 – Meu nome é Lia Apolaro do Nascimento, nasci no ano de 1976, em Barcarena, Pará, no dia dezessete de agosto desse ano e sou barcarenense, moro aqui, sempre morei.P1 – E qual é o nome da sua mãe?R1 – Minha mãe se chama Atanásia da Costa Apolaro, ela é de São Sebastião de Boa Vista, tem setenta e três anos. Está viva.P1 – Está viva ainda? E os seus avós por parte de mãe? Qual que é o nome deles?R1 – Antônio... que é da minha mãe, esse aí é o materno, né, que você está perguntando? Meus avós maternos são Alberto Bandeira e Davina Bandeira. São de São Sebastião da Boa Vista também.P1 – Do Pará?R1 – Pará. Marajó. Ilha do Marajó.P1 – E você os conheceu em vida?R1 – Não, não conheci meus avós. Tanto é que eu tinha avós que eu considerava avós, mas eram pessoas de Barcarena, né, com quem eu convivi, que eram da... do interior, onde meus pais moraram, assim que casaram, então eles eram os avós que eu conheci, que eu considerava, né, como avós. P1 – Você não os conheceu, mas a sua mãe contou sobre eles? O que eles faziam? Como eles eram? R1 – Sim, meu avô e minha avó eram muitos religiosos, responsáveis pela festa de Santo Antônio, em São Sebastião da Boa Vista. Meu avô era organizador da festa e ele era muito conhecido também por ser... ele tinha um trabalho, assim, muito de cuidar das pessoas através de remédios naturais, então eles chamavam por ele de enfermeiro Bandeira. E ele era muito conhecido por isso, meu avô Alberto. E a minha avó era quem preparava toda a parte da festa, de decoração, de alimentação, tanto é que ela veio a falecer logo... Continuar leitura

Título: Esperar na areia / a chegada da baleia

Data: 28 de setembro de 2020

Local de produção: Brasil / Barcarena

Autor: Museu da Pessoa

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