CAETANO DE CAMPOS
Em 1964 tinha eu meus seis anos de idade e acabado de ingressar no primeiro ano do Caetano de Campos. Eu que vinha de um externato de bairro em Pinheiros, com poucos alunos, onde brincávamos de pegar tatu-bola num canteiro durante os recreios e a professora, Dona Isaura, era tamb...Continuar leitura
CAETANO DE CAMPOS
Em 1964 tinha eu meus seis anos de idade e acabado de ingressar no primeiro ano do Caetano de Campos. Eu que vinha de um externato de bairro em Pinheiros, com poucos alunos, onde brincávamos de pegar tatu-bola num canteiro durante os recreios e a professora, Dona Isaura, era também diretora e recepcionista. Era ela quem recebia as crianças que chegavam nas mãos de seu pais.
O Caetano, como nós alunos o tratávamos na intimidade, era um sonho. Prédio imponente de três andares, com fachada ampla parecendo um templo grego, com colunas, paredes alvas imitando mármore e janelas altas, bem no coração da cidade, cercada por alguns marcos arquitetônicos, cartões postais, até hoje.
Estavam e estão ali do lado, o imponente Edifício Itália, com seu perfil longilínio, todo metálico, imponente e moderno, com seus elevadores velozes, hi-tec dos anos 60/70. O prédio mais alto da cidade que até hoje nenhum outro ousou ultrapassar. Ao seu lado, na continuidade da Ipiranga, o Copan, obra de Niemayer, verdadeira serpente-cidade com seus 5000 habitantes, gente da fama e da lama, que visto de cima, parece formar uma interrogação com o Hilton, como a perguntar de onde vens.
Na outra esquina da São Luis, aquele edifíco neo-clássico construído em viés com o alinhamento da avenida, virado de frente para o Caetano, como se estivesse reverenciando nossa escola. Ainda nessa calçada o Edíficio Ester também em frente. Soube que foi e é referência da arquitetura moderna dos anos 40. Pena estar tão degragado.
Do outro lado da praça, nos fundos de nossa escola, alguns outros prédios de construção imponente, onde, a exemplo de toda São Luis, representavam os melhores edificios residenciais de São Paulo, com moradores constantes das colunas sociais e alguns, inclusive, das policiais, como não poderia deixar de ser.
Ainda me lembro, aliás não só eu como o Eduardo e a Márcia nos lembramos, de algumas lojas das imediações, principalmente na Barão e na 24 de Maio. Estavam ali algumas das lojas mais finas de São Paulo: Casa Los Angeles, Bruno Minelli (ainda alfaiataria), Casa Manon, London Fog, Breno Rossi, Bruno Blois, R Monteiro, Kopenhagen etc.
Hoje, quem vê esse mar de barracas de marreteiros nessas calçadas, não faz nem idéia do que foi isOntem, li no Estadão (no site), que será iniciada a construção da maior torre de escritório da Europa em Moscou, com 370 metros de altura.
Não tão alto assim, pouco menos de um terço dessa altura, mas muito representativo para a nossa cidade é o Edíficio Itália, que curiosamente, até agora pouco se comentou dele aqui no site.
O EDIFÍCIO ITÁLIA E O BARÔMETRO
Passei meu tempo de primário inteirinho contemplando aquele prédio. Bem de frente ao meu colégio. Na chegada à escola, dava de cara com ele. Na saída das aulas, dava de cara com ele. Também, como poderia passar despercebido A sua imponência, a sua elegante fachada metálica moderna chamava a atenção. Ademais, como já disse, era o mais alto – e continua sendo – edifício da cidade.
Havia ingressado no ginásio e por coincidência as janelas da minha sala de aula, no terceiro andar, davam de frente para ele. Então não tinha jeito. Em todo intervalo de aula, da minha carteira, olhava as janelas e ele estava lá. Sempre majestoso. Arriscava olhá-lo até mesmo durante as aulas. Nas matérias interessantes era uma olhadela bem rápida para não desviar tanto a atenção do professor. Mas nas chatas, eu contemplava mais longamente o prédio e viajava em meus pensamentos. Como ele deveria ser por dentro? Como seriam aqueles escritórios todos, possivelmente de grandes empresas, pois só via gente bem vestida entrando nele? Será que algum dia conseguirei conhecê-lo melhor? Ou quem sabe até trabalhar lá? E as aulas iam passando e o ano letivo também.
Daí vinham as férias e por um tempo eu me afastava da presença física dele. Mas mesmo nas férias, vira e mexe aparecia a sua visão na tevê, em imagens aéreas de São Paulo, às vezes em algum noticiário, ou mesmo em cartões postais com vistas panorâmicas do centro da cidade, que eu acabava encontrando em alguma banca de jornal. E até mesmo nas capas e reportagens ufanistas sobre Sampa, das revistas Cruzeiro e Manchete. E até hoje é assim. Ele sempre aparece como imagem institucional da cidade. A cara e a identidade da nossa cidade.
Uma ou outra informação mais detalhada do prédio me chegava pelos jornais. E tudo que era artigo referente a ele eu acabava lendo. Então sabia que lá no topo havia um restaurante com vista de toda a cidade e que era um dos mais caros do Brasil. Até pensei em um dia ir lá tomar uma Coca-Cola, ou um guaraná, ou até mesmo uma Caçulinha ou uma Cerejinha. Até podia ser. Mas meus colegas me diziam que eu era louco, que eu não tinha dinheiro prá isso, que devia ser o olho da cara.
Os anos na escola íam passando e a possibilidade de conhecer aquele prédio, que já havia virado obsessão, nunca acontecia.
No terceiro ano do ginásio, nossa professora de ciências determinou que os alunos constituíssem grupos de 3 ou 4 e que cada um desses grupos desenvolvesse algum experimento científico que constasse no nosso livro "Iniciação à Ciência". Então pensei: taí minha grande chance de conhecer o Edifício Itália.
Reuni meus dois melhores amigos de sala, o Alcyr, tão preguiçoso quanto eu e o Huang Chiin, chinês de Formosa. O Chiin era um verdadeiro gênio. Foi quem salvou nosso grupo. Pus então meu oculto plano de aproveitar o pretexto para conhecer o prédio em marcha: propus para meus amigos e para a professora construir um barômetro (aparelho medidor de pressão atmosférica), igualzinho ao que aparecia no livro. Bastante simples, feito de um vidro âmbar de Toddy (nem sei se ainda existe), com água até sua metade. Na sua boca larga, removida a tampa, colocava-se uma membrana de látex de balão de festa de aniversário, bastante esticada e presa com barbante, bem tensionada. Colada a essa membrana um canudinho de refresco, cuja extremidade livre se sobrepunha a uma régua escolar, que servia como uma agulha indicando as variações de pressão com as mudanças de altitude. Agora, precisaríamos apenas escolher um lugar alto para o nosso experimento. Pensaram no que pensei? Claro, no Edifício Itália, bem ali na nossa frente. Mais de cento e cinqüenta metros de variação de altura, sem precisar gastar dinheiro de condução para algum lugar longe da escola.
Exposto o projeto, deixamos o chinês cuidando da parte pesada, a confecção do "aparelho" e pedimos à professora uma carta solicitando autorização para subirmos ao topo do prédio. Eu, no íntimo, vibrava com tudo aquilo e procurava esconder ao máximo meu diabólico estratagema, dando todo caráter científico à coisa.
Dia determinado, lógico que escolhi um dia ensolarado, nos dirigimos a uma das portarias do prédio, com todo o cerimonial exigido para o momento. Eu estava nervoso e acho que até gaguejei para falar com o porteiro. Nos apresentamos com a carta e explicamos que se tratava de um estudo científico para o colégio. O porteiro chamou o zelador do prédio, que nos conduziu por um elevador até um certo andar de onde tomamos outro para o último andar. Curioso, não vi se havia algum elevador direto. Isso me trouxe uma pequena decepção. Mas o objetivo era o topo. E aí fomos nós.
Lembro que descemos num hall que para mim era no último pavimento. Mas era a entrada do caro restaurante do qual eu havia lido alguma coisa. Fiz que me enganei de porta e entrei no recinto, aproveitando para olhar tudo que podia, pois sabia que seria retirado dali rapidamente. Fiquei maravilhado com aquilo. Acho que nunca tinha visto algo igual. Aquelas mesas, as toalhas, os talheres, o balcão do bar cheio de garrafas de bebidas caras na prateleira ao fundo e lógico as janelas amplas, verdadeiras vitrines, que circundavam todo o salão, desvendando a vista fantástica da cidade.
O zelador tratou logo de corrigir nossa rota e nos conduziu por uma escada lateral até uma laje, onde havia um grande terraço descoberto, cercado de grade e a vista mais fantástica ainda que eu pude ter de São Paulo, pois ali via-se a cidade e o céu juntos. E o dia era lindo, ensolarado. Era Sampa inteirinha prá mim. Meus olhos se encheram com aquilo tudo. Fiquei embevecido. Como a cidade é bonita dali de cima
Mas tinha que disfarçar pois nossa missão era exclusivamente de cunho escolar. E eu pouca importância dava para o nosso "barômetro" e me lixava se ele acusava alteração de pressão ou não, pois a "minha" missão estava sendo cumprida. Sei que enquanto o Chiin, compenetrado pela grande responsabilidade de fazer o bendito "aparelho" funcionar, ficou o tempo todo fazendo medições, eu e o Alcyr, ficamos percorrendo o terraço inteiro, "definindo os locais para medição", sob a observação do zelador. Eu explicava para ele que tínhamos que ter muitas medidas diferentes para podermos tirar a média e conseguirmos um resultado fiel (coisa de estatística, né).
Ficamos ali uns quarenta minutos. E vi a cidade de todos os ângulos, até tentando identificar os prédios que avistava ao horizonte. Procurei até pela minha casa, mas o máximo que pude ver da região foi o já espigão da Paulista, com seu monumental Conjunto Nacional e o relógio da Willis (esse que o Itaú, que compra tudo, comprou também) no alto. Eu me senti "altamente" gratificado a mais de cem metros de altura.
Tempos depois, soube que o Chiin se naturalizou brasileiro (talvez graças a linda vista panorâmica de Sampa, no Ed. Itália) e é hoje um grande engenheiro químico (talvez graças ao "barômetro). O Alcyr é um grande dentista, com consultório não no Edifício Itália, mas na não tão menos importante Avenida Faria Lima. E eu, pude realizar o meu sonho de ver Sampa ali do alto.
Abraço prá você, Chiin, aonde você estiver e ao meu sempre grande amigo Alcyr, de todas as horas.
to tudo. Lugar de profissionais liberais bem sucedidos e da elite empresarial de São Paulo
OURO QUE FOI NÃO SEI PRÁ ONDE
Não lembro bem se era 65 ou 66. Mas era por aí. Havia um repórter na TV Tupi, a Globo da época, que lançara uma companha "Dê ouro para o bem do Brasil". Era o José Carlos de Andrade, o "Tico-Tico". Famoso repórter-furão, destaque da então imprensa jornalística, sempre com notícias bombásticas, assuntos polêmicos. Um dos mais respeitados jornalistas dos Diários Associados, do qual a TV Tupi fazia parte.
Como era ele, o Tico-Tico, que encabeçava a campanha, lógico que todos nós só poderíamos vê-la com a maior seriedade. Nos meus seis ou sete anos de idade não tinha plena noção do que se tratava essa campanha. Imagino que era pela reconstrução de alguma coisa referente à revolução de 64, ou algo parecido.
Só sei que meus pais, como bons imigrantes imbuídos de uma eterna dívida com a pátria que os havia tão bem acolhido, acharam que deveriam dar o seu quinhão contributivo. Lá estava eu então na fila do saguão dos Diários Associados, na rua Sete de Abril, com a minha modesta contribuição aurífera, mas para mim de grande significância.
Lembro bem daquele anel de ouro que eu tinha ganhado da minha mãe. Era pequeno, uma miniatura de um anel que o meu pai usava. Tinha o brasão da bandeira de Portugal esmaltada e era, como dizia a minha mãe, do mais puro ouro português. Até o último instante da doação, ele esteve alí no meu dedo. Foi com uma certa dor que o removi, para depositá-lo na urna postada no fundo do saguão. Um gesto maculado de extremo tom cívico, como a ocasião exigia e a campanha propagava. Meu sacrifício pessoal em prol de algo que devia ser bom para o país.
E não só eu e meus pais fomos sensibilizados pela campanha. A fila no saguão era enorme. Crianças e adultos, todos acorreram para dar sua contribuição. Uma cena muito viva na minha memória era a montanha de cerca de um metro de altura, constituída dos mais diversos tipos de jóias: braceletes, correntes de pescoço, anéis (acho que com brazões de todos países e até sem brasões), pulseiras, relógios. Era como se aquele amontoado de jóias nos dissesse: "veja, você também é um cidadão honrado".
Fomos embora prá casa, aliviados de termos cumprido com a nossa parte. Meus pais, orgulhosos de terem podido ajudar e, lógico, eu também - apesar de lamentar a ausência daquele anel que tanto gostava no meu dedo.
Quanto a campanha, parece que foi de grande sucesso. Não sei bem pra quem. Dizem que o dinheiro que foi apurado com o ouro, foi uma montanha, como a que eu tinha visto no saguão. Mas que desapareceu, voando como um "Tico-Tico".
O HINO DA ESCOLA
Lá se vai o tempo em que a criançada tinha que cantar não só o Hino Nacional como também o próprio hino da escola na sala de aula. E o da minha era muito mais bonito que o Hino Nacional. Não é falta de patriotismo não. Não me interpretem assim. É, isto sim, uma honesta declaração de amor.
Pelo menos para mim, que me orgulhava de estar ali, dentro daquele uniforme azul marinho e branco,
naquela que era sabidamente por todos nós, uma das melhores escolas públicas de São Paulo,
quiçá do país. Essa supremacia pode até ser contestada, mas no quesito hino, o nosso era, tenho certeza, imbatível.
Éramos obrigados todo início de semana a cantar o Hino Nacional de pé no lado esquerdo da carteira. Ficávamos ali postados, tão fixos que até a respiração sumia. Só sentia o pulsar mais intenso do coração, como que ritmando a nossa melodia. E então entoávamos a canção com aquele monte de palavras difíceis (plácidas, brado retumbante, fúlgidos, penhor, impávido, lábaro, clava, êta), que até hoje, algumas, tenho que olhar no dicionário.
Parece que essas palavras tinham o dom de nos dar uma erudição. Tinham o dom de nos tirar do limbo da ignorância, tornando-nos sábios e retóricos como um Rui Barbosa. É, como Rui Barbosa, pois ele era nossa referência do supremo saber, da excelência do conhecimento humano. Isso dito pelo nosso professor de história, um sujeito de pouco mais de metro e meio, que se gabava de dizer que o Rui (desculpem a intimidade), a “Águia de Haia”, também era um sujeito de pequeno porte mas de uma inigualável inteligência. Aí é que morava a verdade de tão tendenciosa e obsessiva referência daquele professor: a vingança dos baixinhos.
A letra do Hino Nacional para nós, imberbes alunos, sempre foi algo um tanto automático e confuso. Pronunciávamos aquelas palavras sem sabermos o real significado e até nos perdíamos nas estrofes. Às vezes, saltávamos palavras, às vezes era a estrofe inteirinha trocada. Tinha uma em particular que sempre nos pegou de surpresa. Aquela:
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido .....Sempre trocada pela: Brasil, de amor eterno, seja símbolo.
Acho que até hoje, por cantar com muito menos freqüência, acabo tropeçando nessas estrofes. E sei que não estou sozinho nisso. Confessem Vocês bem que se confundem também. Não tentem me enganar Sei disso.
Basta repararmos nos jogos de futebol da seleção. Reparem nos poucos jogadores que cantam o Hino, como eles acabam balbuciando essas estrofes, tipo enganando o telespectador. Tá certo, vocês vão me dizer que jogador de futebol não é referência. É verdade Mas então, reparem em dia de solenidade cívica, quando tem político cantando o Hino. Reparem se eles também não tropeçam nessa parte. Vocês vão continuar dizendo que eles também não são referência. Posso até concordar.
Para não mais passar vergonha me enganando nas estrofes, acabei desenvolvendo uma técnica mneumônica (esta palavra não está na letra do Hino), que lhes direi no fim do texto, se tiverem paciência de ler até lá.
Mas o fato é que essa confusão acontece mesmo. E tanto é verdade, que agora tiveram uma grande sacada. Nesses eventos, na hora do Hino,
aparece um cantor popular para salvar a pátria da vergonha da letra errada. E a coisa até que fica curiosa. Digo curiosa para não incorrer em nenhuma polêmica, pois há os que gostam. Mas que no mínimo é engraçado, isso é mesmo A gente acaba vendo, digo, ouvindo o Hino em ritmo de bossa nova ou samba-canção. Aí vai do gênero do artista convidado. Já vi a Gal Costa e o Gilberto Gil cantando para o grande público. Mas fico pensando no dia que convidarem o Daniel ou o Leonardo ou o Zezé de Camargo e o Luciano (dois viúvos e um casal). Já pensou num show
“Os Três Sertanejos” (considerar a dupla como um único artista), nas Termas de Santa Bárbara (pertinho de Avaré). E eles cantando o Hino na abertura do show no ritmo que os consagrou. Qualquer semelhança com Carreras, Pavarotti e Domingos em Caracala é uma tremenda fertilidade imaginativa.
Porém a coisa tá mais prá abertura de luta de boxe internacional, naqueles famosos cassinos de Las Vegas, com algum artista cantando o hino americano embrulhado na bandeira listrada dos Esteites. E o hino americano nem é tão difícil assim, pelo menos para os americanos.
Mas, enfim, com toda a controvérsia dessas modernidades, a moda parece que pegou mesmo. E às vezes é até melhor ouvir o Hino da boca de algum cantor mais afinadinho, que tocado por aquelas bandas da polícia militar que mal e porcamente teve tempo de ensaiar alguns poucos acórdes.
Todavia, voltando aos meus tempos de estudante,
se o Hino Nacional de tanto entoarmos acabamos gostando, o Hino da Escola, esse sim, cantávamos com imenso prazer, pois a sua letra, além de muito mais simples, sem aquelas palavras empoladas,
estava muito mais próxima da nossa realidade. Ela falava do templo do ensino que era a nossa escola. Ela falava do aprendizado da ciência e da virtude. Era profética. Falava de um destino mais brilhante. E nós éramos o futuro
O ato de cantar o Hino da Escola (sim, com letra maiúscula) era um orgulho cívico escolar profundo. Era a identidade maior com a nação caetanista. E não era uma letra cantada por qualquer um, não. Era de exclusividade de nós alunos daquele local sagrado. Era a reverência maior a entidade que tinha essa árdua missão, essa sim, de nos tirar do limbo da ignorância e formar cidadãos na concepção da palavra.
Lá se vai o tempo em que as crianças cantavam os Hinos (o Nacional e o da escola). Aliás, lá se vai o tempo em que as escolas públicas tinham hino. Ou os tempos em que as escolas eram públicas. E a vida pública tinha ensino
Saudades da minha escola Saudades daqueles tempos
Salve escola que tanto adoramos
Salve ó templo do bem e do saber
De teu seio fecundo esperamos
A ciência e virtude sorver
E o progresso se funda no ensino
E no ensino o Brasil se fará
Mais brilhante será o seu destino
O futuro da pátria aqui está
Obs. A dica para não mais se enganar nas estrofes do Hino Nacional é a seguinte: É preciso sonhar intensamente para ter o amor eterno. Notaram. Primeiro vem o sonho intenso; depois o amor eterno.Recolher