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História
Por: Museu da Pessoa, 16 de abril de 2018

Equilíbrio, o primeiro passo

Esta história contém:

Equilíbrio, o primeiro passo

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Eu coloquei uma coisa na minha cabeça depois de uma fala do meu pai, numa época que ele estava doente. Era um café da manhã, estávamos minha mãe, meu pai e eu e ele falou assim: ‘‘Ju, assim que eu for embora, você é quem vai fazer o meu papel. Você vai tomar conta da sua mãe e da sua irmã". Na hora, eu nem levei a sério.

Mais tarde, eu tive que assumir esse papel de cuidar da minha irmã e da minha mãe, como se eu fosse mais forte. E, obviamente, não fui. Nem precisava ter sido, também - vejo isso hoje. E aí que começou a rolar a dermatite atópica na minha vida.

Quando eu fiz dez anos, descobri que meu pai estava com câncer, embora ele tivesse sido diagnosticado há muito tempo. Ele nunca se tratou até o momento em que o câncer já estava tão grande que não tinha mais o que fazer. Em nenhum momento eu pensei que poderia ter uma perda ali. Para mim, quem morria eram pessoas velhas. Nunca tinha visto alguém muito próximo e novo morrendo.

Lembro-me de uma ocasião em que fui ao hospital para pegar a chave da casa com a minha mãe. Lá vi meu pai e falei: "Oi, pai, como é que você está?". Ele respondeu: "O que você vai fazer agora?". Eu falei: "Meus amigos vão em casa para fazer trabalho da escola". Ele me chamou de Chimbica, um nome carinhoso e que a gente sempre usava, e pediu para eu ter cuidado. Eu não fiquei muito tempo lá. Depois de três dias, ele morreu e isso foi muito significativo para mim. Eu fico pensando que poderia ter ficado com ele naquele dia, mas eu não tinha essa noção de que ele iria embora. Para mim, não iria acontecer; não tinha como.

Toda a minha alergia foi por conta do meu lado psicológico, resultado dessa questão do meu pai. Foi a partir desse momento que as coisas foram ficando incontroláveis. Começaram a aparecer erupções e vermelhidão na minha pele. Foi o jeito que eu achei para colocar meus sentimentos para fora.

O jeito que o meu corpo acha não é chorar ou falar: vem...

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Show Feminina

Primeiro show profissional do Grupo Turquesa fora da faculdade, no Palácio das Artes. A temática era feminina e estavam presentes as 4 mulheres mais importantes da minha vida: mãe, irmã e as duas tias paternas. Tocamos a música “Triste, Louca ou Má", da banda Francisco el Hombre.

período: Ano 2017
local: Brasil / Minas Gerais / Belo Horizonte
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Aniversário

Eu e os meus pais na festa de aniversário de 3 anos, com temática da Moranguinho. A data é especial porque juntava muitas pessoas e eu gostava de estar rodeada de gente. Eu era muito apegada ao meu pai.

período: Ano 1996
local: Brasil / Minas Gerais / Barbacena
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Baronesa Maria Rosa

Cerimônia de coroação de Nossa Senhora, na Igreja Nossa Sra. Da Piedade, durante uma missa. Todos os alunos estavam vestidos de anjo e nós colocamos adereços na Imagem e cantamos músicas no coral. Essa foto me representa em vários aspectos: o meu lado angelical, teatral, lembra a menina que eu fui um dia. Eu estou sozinha na foto, longe dos meus colegas, e acho que é porque eu era uma menina sozinha.

período: Ano 1998
local: Brasil / Minas Gerais / Barbacena
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Domingo

É a minha primeira casa. Eu estou na varanda, num dia frio, usando meu conjunto especial de lã com um patinho e uma menininha bordados na frente. No lado direito da foto vemos a EPCAR (Escola Preparatória de Cadetes do Ar), onde meu pai trabalhava como protético. A escola era separada do meu prédio por um muro e quando meu pai precisava de alguma coisa, ele gritava e a gente passava pra ele pelo muro.

período: Ano 2000
local: Brasil / Minas Gerais / Barbacena
crédito: Acervo pessoal

Mariana

Primeira apresentação do Grupo Turquesa, no 4º Festival de Música Popular Livre de Barbacena. Nós ganhamos o prêmio Intérprete Destaque. O grupo surgiu de forma espontânea, na ocupação da Escola de Belas Artes da UFMG. As outras integrantes são Clara Dias, Lilian Santiago e Ranieli Barbosa. A música Mar Vermelho era de minha autoria e falava do desastre ambiental causado pela Samarco em Mariana. Os nossos vestidos brancos sujos de lama eram uma alusão ao crime ambiental.

período: Ano 2016
local: Brasil / Minas Gerais / Barbacena
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Gota d'Água

Meu primeiro trabalho como cantora em BH. Fui convidada pra fazer uma participação no show Tulio Dayrell Canta Chico e cantei Gota D’Água. Fiz um dueto com Tulio e eu estava muito nervosa, eu tremia tanto que precisava ficar trocando o microfone de mão pra plateia não perceber o meu nervosismo. Foi a minha melhor apresentação de canto até hoje. No Cine Teatro Brasil Vallourec.

período: Ano 2016
local: Brasil / Minas Gerais / Belo Horizonte
crédito: Acervo pessoal
tipo: Fotografia

Dados de acervo

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Programa Conte Sua História

Depoimento de Juliana Tostes

Entrevistado Denise Cooke e Carol Margiotte

Belo Horizonte, 16 de abril de 2018

Entrevista número PCSH_HV649

Realização: Museu da Pessoa

Revisado e editado por Bruno Pinho

P/1 - Juliana, primeiro a gente queria te agradecer muito por estar aqui com a gente contando sua história.

R - Obrigada.

P/1 - Eu queria começar perguntando para você o seu nome, o local e a sua data de nascimento.

R - Eu me chamo Juliana Milagres Tostes. Eu moro aqui em Belo Horizonte, mas sou de Barbacena. Eu tenho 24 anos e nasci dia 07/07/1993.

P/1 - E quais são os nomes dos seus pais?

R - Maria do Carmo Milagres (Corsi) [00:01:00] Tostes e Luiz Cesar Tostes.

P/1 - Você tem irmãos?

R - Tenho uma. Chama-se Ana Paula Tostes.

P/1 - E ela é mais velha ou mais nova?

R - Ela é mais nova. Ela vai fazer 20 anos agora em abril.

P/2 - Você sabe como os seus pais escolheram o seu nome?

R - O meu eu não sei. Acho que o meu foi à toa: ‘‘Juliana é legal’‘. Eu sei o da minha irmã. Tinha uma jogadora de vôlei que se chamava Ana Paula e o meu pai gostava muito de esportes. Então, disse: ‘‘vou chamar de Ana Paula’‘.

P/1 - E você sabe alguma coisa sobre o dia do seu nascimento, como foi?

R - Eu sei que eu nasci na Aeronáutica, na EPICAR, que é onde meu pai trabalha. Tem um hospital lá do lado e eu nasci lá. Era pertinho de casa, porque eu morava na rua do lado. Eu acabei saindo de lá, porque a minha mãe ficou um pouquinho só. Ela me teve, saí de lá e atravessei a rua e já cheguei na minha casa. Eu acho que é mais ou menos isso que eu sei do dia mesmo.

P/1 - E fala para a gente como foi passar a infância ao lado dessa base da Aeronáutica.

R - Foi, não sei nem dizer... foi muito emocionante. Toda vez que eu volto lá, é muito... é divertido, mas é difícil para mim, porque meu pai morou lá esse tempo inteiro com a gente e trabalhava do lado. A gente tinha essa ligação de quando ele...

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Título: Equilíbrio, o primeiro passo

Data: 16 de abril de 2018

Local de produção: Brasil / Minas Gerais / Belo Horizonte

Revisor: Bruno Pinho
Editor: Bruno Pinho
Entrevistador: Denise Cooke
Autor: Museu da Pessoa

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