Entrevista com a professora Andréa Fernanda Leitão.
1. Quando e onde você nasceu? Era um espaço urbano ou rural? Se você não mora mais nesse lugar, quais lembranças guarda dele?
Nasci em 21 de abril de 1975 na cidade de Bernardino de Campos, interior de SP, a cidade era pequena e vive exclusivamente da agricultura, mas minha família morava na área urbana. Cresci na cidade vizinha, Ourinhos, que era maior. Não vivo mais na minha terra natal desde 2003.
Guardo muitas lembranças da minha infância e adolescência da minha terra natal, principalmente as de escola, das amigas e das festas juninas da igrejinha que havia ao lado da minha casa.
2. Fale sobre seus país. A quais atividades eles se dedicavam?
Meu pai se chamava Noé, ele era corretor de grãos em São Paulo em um lugar que se chamava Santa Rosa. Ele comercializava batata, feijão e milho neste local. Ele faleceu em 1981 com a idade de 42 anos devido a cirrose hepática.
Minha mãe se chama Aparecida Lucia. Enquanto casada com meu pai, ela cuidava da casa e dos filhos, e todos a chamavam de Cidinha. Depois de ficar viúva aos 28 anos, ela se mudou para Ourinhos- interior de SP e depois de algum tempo se casou com um descendente de japoneses. Então todos passaram a chama-la de Lucia, começou a trabalhar com ele na área de terapias orientais. Massagens terapêuticas, Do in, Shiatsu e atua nesta área até hoje.
3. Como foram seus primeiros anos de vida? Como eram as brincadeiras de infância?
Sou de uma família muito humilde, morava com meus avós, cresci em uma cidade pequena, o local que eu morava as ruas ainda eram de barro, meus avós tinham uma pequena criação de animais como vacas, cabritos, cavalos e algumas galinhas, além de plantar algumas coisas para nosso consumo como batata doce, milho, cana e quiabo. Não tínhamos televisão, andávamos descalços na rua para não estragar o chinelo, e quando chovia era a maior alegria pois as brincadeiras eram em poças de água que...
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Entrevista com a professora Andréa Fernanda Leitão.
1. Quando e onde você nasceu? Era um espaço urbano ou rural? Se você não mora mais nesse lugar, quais lembranças guarda dele?
Nasci em 21 de abril de 1975 na cidade de Bernardino de Campos, interior de SP, a cidade era pequena e vive exclusivamente da agricultura, mas minha família morava na área urbana. Cresci na cidade vizinha, Ourinhos, que era maior. Não vivo mais na minha terra natal desde 2003.
Guardo muitas lembranças da minha infância e adolescência da minha terra natal, principalmente as de escola, das amigas e das festas juninas da igrejinha que havia ao lado da minha casa.
2. Fale sobre seus país. A quais atividades eles se dedicavam?
Meu pai se chamava Noé, ele era corretor de grãos em São Paulo em um lugar que se chamava Santa Rosa. Ele comercializava batata, feijão e milho neste local. Ele faleceu em 1981 com a idade de 42 anos devido a cirrose hepática.
Minha mãe se chama Aparecida Lucia. Enquanto casada com meu pai, ela cuidava da casa e dos filhos, e todos a chamavam de Cidinha. Depois de ficar viúva aos 28 anos, ela se mudou para Ourinhos- interior de SP e depois de algum tempo se casou com um descendente de japoneses. Então todos passaram a chama-la de Lucia, começou a trabalhar com ele na área de terapias orientais. Massagens terapêuticas, Do in, Shiatsu e atua nesta área até hoje.
3. Como foram seus primeiros anos de vida? Como eram as brincadeiras de infância?
Sou de uma família muito humilde, morava com meus avós, cresci em uma cidade pequena, o local que eu morava as ruas ainda eram de barro, meus avós tinham uma pequena criação de animais como vacas, cabritos, cavalos e algumas galinhas, além de plantar algumas coisas para nosso consumo como batata doce, milho, cana e quiabo. Não tínhamos televisão, andávamos descalços na rua para não estragar o chinelo, e quando chovia era a maior alegria pois as brincadeiras eram em poças de água que se formavam nos pastos em frente de casa. Brincávamos muito de taco, pular corda e esconde-esconde, bolinha de gude e de escolinha. Mas a minha brincadeira favorita era de casinha, pois o ápice da brincadeira era quando nós mamães fazíamos o almoço, de forma improvisada a comidinha era feita em uma lata de leite em pó, e o cardápio era os legumes que tínhamos no quintal, como couve, cenoura e ás vezes abobrinhas.
Muitas vezes a comidinha estava crua e sem sal, mas aquele era o nosso momento favorito.
4. Como foi seu primeiro contato com a escola? Houve curiosidade, medo, ansiedade?
Iniciei no pré aos 5 anos, tinha aquela lancheira clássica de plástico e garrafinha. Foi um início tranquilo, pois uma das nossas brincadeiras já era de escolinha. Sempre fui tranquila nesta questão de escola
5. Você lembra da sua primeira escola e seus professores/as?
Sim, lembro da escola pois morava em frente. Minha primeira professora se chamava Dilma, ela me marcou bastante e temos contato pelas redes sociais até hoje
6. Como iniciou seu contato com o mundo da leitura? Quais obras e autores marcaram essa iniciação?
Quando iniciei na 5° série, a professora de Português nos levou na biblioteca. Me lembro perfeitamente do nome do primeiro livro que eu li, era da coleção Vaga –lume “ Zezinho, o dono da porquinha preta”. A bibliotecária da escola era muito carismática e eu gostava muito de estar lá, gostava das dicas de livros e do ambiente, então eu era uma frequentadora assídua
7. Sobre a vida escolar. Como era o aspecto disciplinar? Como o bom e mau comportamento era visto, premiado, condenado ou punido?
Sofri muito com bullying na escola, devido ao meu sobrenome Leitão, e devido a isso tive vários conflitos, principalmente com os meninos. Eram muitas provocações da parte deles e eu respondia com agressividade, e geralmente quem sofria as punições era eu, sempre levando bilhetes da escola para casa e minha mãe sendo chamada na escola por conta destas confusões. Analisando hoje, vejo que a escola foi muito omissa nesta questão do bullying
8. Sobre o cotidiano da sala de aula. Quais atividades e disciplinas/matérias mais marcaram você e por quais razões?
Como mencionei antes, havia muitas confusões por causa do bullying, e tive muitos momentos difíceis na sala de aula por causa disso devido ás provocações. As disciplinas que eu mais gostava eram de História, pois eu sempre gostei de conhecer tudo sobre o passado, principalmente no período do Renascimento.
Geografia, pois nossa professora já havia viajado para outros países e sempre nos contava e mostrava objetos dos lugares que visitou.
Arte pois sempre me identifiquei e gostava de fazer coisas relacionadas a criatividade ( não é a toa que hoje sou professora de Arte e fotógrafa)
9. Sobre as atividades extraclasse (jogos, passeios, viagens, saídas a campo, visitas a museus). Quais dessas atividades você lembra?
Como eu estudava em uma escola num lugar onde todos eram muito pobres, não tivemos nenhum passeio, saída de campo, nem visitas a museu. Não tínhamos nem educação física. A única coisa que tivemos foi a viagem de formatura do 8° ano, ode fomos para um parque aquático de águas termais.
10. Quando você percebeu que gostaria de ser professor/a?
Quando estava no 6° ano, eu gostava tanto de uma professora ( Ela se chamava Telma) que busquei me informar qual caminho deveria seguir para ser professora, e fui me informar para entrar no magistério. Mas como o mundo dá voltas, eu não consegui me inscrever e acabei seguindo por outros caminhos.
11. Onde você cursou a sua graduação e como foram esses anos?
Cursei a minha licenciatura em Arte na Furb. Foram anos difíceis, conciliando a rotina de mãe, dona de casa e trabalho. O pior foi mesmo conciliar com o trabalho, pois na época eu viajava muito e isso afetou bastante meus estudos.
12. Quais professores/as e experiências mais marcaram sua trajetória acadêmica?
Tive muitas experiências incríveis na universidade, mas o que mais me marcou foi uma viagem a SP para visitar a exposição de Salvador Dalí. Não tive nenhum professor em especial que me marcou
13. Na faculdade você passou a ter algum referencial teórico-pedagógico? Se sim, qual/is?
Sim, sempre usei como referência a Proposta Triangular de arte educadora Ana Mae Barbosa
14. Fale sobre a sua volta para a sala de aula, como professor/a? Quais eram suas expectativas de recém-formado?
Foi um misto de medo, insegurança e dor de barriga. Eu imaginava que teria uma outra postura como professora, porém foi totalmente diferente, então para não ficar tão nervosa e insegura, deixei as coisas fluírem e as coisas saíram bem.
15. Quais os principais desafios percebidos no início da carreira docente?
Meu maior desafio foi de não ter noção de como e onde começar, e ter alguém para me ajudar, me orientar com conteúdo, planejamentos, conduta em sala de aula e outras coisas.
16. O que mais o entristece no mundo escolar e o que mais gera contentamento ou realização?
Me entristece a falta de parceria e empatia de alguns professores com seus colegas, e o que mais me realiza é chegar em sala de aula e ser recebida pelos meus alunos com abraços e beijos
17. Você poderia das suas práticas pedagógicas? Existe alguma que você poderia descrever?
Em arte eu trabalho bastante com imagens, jogos e atividades que prendem a atenção e instigam a curiosidade dos alunos. Um exemplo é o jogo do artista que uso bastante com os anos iniciais, onde coloco os alunos em dupla para fazerem uma produção artística a partir deste jogo.
18. Para finalizar. Quais conselhos ou dicas você poderia dar estudantes de graduação da sua área que estão se preparando para a carreira docente?
Uma dica é serem mais sérios ao entrar em sala de aula, eu fiz a besteira de entrar sorrindo e muitas vezes tenho dificuldade em controlar os alunos com conversas
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