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Por: Museu da Pessoa,

Empreendedorismo é empoderamento

Esta história contém:

Eu sempre gostei de estudar, de todos os meus irmãos a única que tem formação superior fui eu, e fui a que tive menos oportunidades. Se por na balança, quando meus irmãos nasceram já estava mais fácil para estudar, mas na minha época não, era muito difícil, era muito sacrificado, mas eu gostava muito. Meu pai, porque não teve estudo, minha mãe também, incentivavam a gente para estudar, assim, no sentido de “tem que estudar”.

Minha mãe falou: “Precisa estudar, mas precisa trabalhar também”. Aí eu fui morar na casa de uma mulher para poder estudar, só que a ideia dela era que eu ficasse vinte e quatro horas lá, trabalhando. Quando ela viu que a minha mãe não ia deixar eu ficar sem estudar, fomos procurar escola. Ela passou na frente do Colégio São Luís, aí eu falei: “Olha uma escola aqui”, aí ela olhou para mim e falou tipo: “Meu, você acha que você vai estudar aí?!”. Foi muito engraçado, porque ali ela me desafiou. Era assim: levantava às seis da manhã para fazer café, botar as crianças para ir para escola, arrumava o apartamento, era um apartamento gigante, e era eu e uma outra moça, a Divina, a cozinheira. Eu não tinha muito a oportunidade de sair, porque era muito trabalho, a gente ia dormir quase onze horas, meia-noite, todo dia, mas eu aproveitava quando ela saía de casa para dar umas andadas, e nessas tava no final do ano, eu falei: “É a minha oportunidade de procurar escola”, aí eu fui lá no São Luís. Aí eu cheguei e falei: “Moça, como que faz para estudar nessa escola?”, aí ela falou: “Aqui é pago, vai lá na secretaria”, aí eu falei: “Mas não tem como pobre estudar nessa escola?”, eu fiquei debatendo com a mulher da secretaria, aí ela falou: “Vai lá na sala do Padre que ele vai conversar com você”. O Padre Quevedo tava naquela época no São Luís. Aí eu fui lá, falei: “Moço, eu queria...

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P/1 - Irani, então primeiro boa tarde, queria te agradecer, queria agradecer você ter aceitado esse convite, a sua disponibilidade para estar aí no Museu para está entrevista e para a gente começar eu queria que você se apresentasse, dizendo o seu nome completo, a data e local do seu nascimento.

R - Boa tarde, meu nome é Irani Dias - eu falo Irani Dias, é Irani Aparecida Pereira Dias, mas eu me intitulo mais como Irani Dias - eu nasci em Malacacheta, interior de Minas Gerais, e o dia?

P/1 - Isso.

R - Dia sete de dezembro de 1971.

P/1 - Certo. E Irani, quais os nomes dos seus pais?

R - Geraldo Soares Dias e Alaíde Mendes Pereira.

P/1 - E você sabe contar a história da origem da sua família? Como os seus pais se conheceram…

R - Meus pais eram lavradores. Meu pai vem de uma descendência eu acredito que de quilombolas, não cheguei a estudar, mas pelas coisas que ele contava, que vivia no mato, que comia raiz e fugia para o mato, essas coisas, eu imagino que seja, se não for está muito próximo. A família da minha mãe é de origem mais, eu acredito que portuguesa, porque… Pelos traços, né? Traços mais finos, e tinha muitos portugueses naquela região, que eram os proprietários das terras. E se conheceram na lavoura, as famílias se conheciam. Eu sei muito pouco do passado, minha mãe conta muito pouco. Meu pai fala mais dessa ida dele para o mato, de ficar morando no mato, de comer raiz, essas coisas, caça, mas tenho poucas… Assim, eu lembro de coisas de quando eu era menor para frente, mas do passado deles assim, bem pouco.

P/1 - Mas você sabe dizer se eles eram de Minas ou se em determinado momento eles foram para lá…?

R - Não, eles eram de Minas, nasceram lá, na cidade de Teófilo Otoni, que é bem perto de Malacacheta.

P/1 - Sim. E ambos trabalhavam na agricultura, trabalhando no campo ou tinham atividades diferentes?

R - Não, sempre no campo, na agricultura. Eles plantavam a meia, né? Então eles plantavam a roça e...

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