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Por: Museu da Pessoa,

E eu era uma menina

Esta história contém:

E eu era uma menina

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Na primeira vez que eu dancei eu tinha 12 anos, a minha professora, a Nena usou todo mundo, só que tinha uns mais velhos, né? A gente era meninada, mas fazia... E o trabalho era um trabalho assim, né, de pesquisa, a gente estreou no Teatro Marília, nessa época, Belo Horizonte tinha só o Teatro Marília, Teatro Francisco Nunes, eu acho que o Palácio das Artes, Fundação Clóvis Salgado vem meio nessa mesma época, mas o mais perto da minha escola era o Marília, pois eu morava na rua Ceará. Por isso que eu não sei o que eu sentia de tanta alegria - eu ia a pé! Dançando veio uma crítica para mim, que falava assim: “Dudude, você está dançando muito bem, você só está contando tudo” porque a gente contava, dança é uma das ferramentas é manter o pulso, aí eu fazia um a contagem, dançando com a boca assim, mexendo. Nunca esqueci desse comentário, foi embora, nunca mais contei e agora se eu conto é de propósito . Aí nesse conjunto, tinham os irmãos Perdeneiras, olha só, então esse núcleo, vários que estavam ali continuaram esse fazer dança, esse fazer arte, né? Esse trabalho da Nena provocou assim um “Ah!”, porque até então eram aquelas danças, assim, você vai em cidade do interior a dança que está na pauta, sempre tem uma escola de dança clássica, eu fico olhando o Brasil, falo assim: “Gente, não podia ter uma escola de dança Afro?”, de street dance, ou dança de rua, na rua, por que que o clássico está sempre ali na nossa sociedade? Aí a Nena vai para Bahia e quando ela volta da Bahia ela está transmudada: ela não mudou, ela transmudou, porque aí ela já queria uma escola de dança brasileira, ela queria trazer informações para gente montar esse corpo flexível brasileiro, sem maquiar ele para uma ideia estrangeira, mas também pegando as técnicas de outras terras, fazendo uma salada antropofagia total. Minha irmã Fernanda estudava no Arnaldo, e aí ela vira para a Nena e...

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Dados de acervo

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Projeto Belo Horizonte Surpreendente

Depoimento de Dudude Herrmann

Entrevistada por Lucas Torigoe

Belo Horizonte, 13 de setembro de 2019

Código: PCSH_HV817 _ rev.

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Fernanda Regina

Revisado por Paulo Rodrigues Ferreira

P/1 – Qual é o seu nome inteiro, Dudude? Onde você nasceu, e em que data?

R – Bem, eu vou começar assim: eu nasci em Muriaé, Minas Gerais, Zona da Mata, que hoje eu a denomino de “Zona do Pasto”. Nasci batizada de Maria de Lurdes Arruda Tavares e vim para Belo Horizonte com três anos de idade. Então, tenho parcas memórias de Muriaé, mas sempre vou lá. E casei muito nova, com 20 anos. Aí, por uma desatenção e falta de experiência, mudaram meu nome no casamento para Maria de Lurdes Tavares Herrmann. Mas, desde a tenra idade, eu me chamo Dudude, me chamaram de Dudude, Maria de Lurdes, Dudude, Dudude, Dudude, e eu respondo por Dudude. E quando eu fiz o meu primeiro trabalho, assim, digamos, profissional, não é? Quando começaram a aparecer produtores - isso nos idos dos anos 80 - aí a produtora colocou Dudude Herrmann. E aí eu fui deixando ser, não é? Não pensava muito, nunca pensei em ser alguma coisa, por isso que até hoje eu penso o que eu posso ser (risos), quando vêm essas crises de subsistência e sobrevivência, não é? Então, assim... Está meio aberta a minha vida, nessa flexibilidade da adaptabilidade de ser no mundo, frente à necessidade de comer, vestir, morar, viver, encontrar. E aí eu atendo por Dudude, de tempos em tempos atendo por Dudude Herrmann, de tempos em tempos atendo por Maria de Lurdes Tavares Herrmann. Mas a Maria de Lurdes Arruda Tavares é a minha origem, pai e mãe.

P/1 – Então você está sendo Dudude Herrmann, é isso?

R – É, eu acho que estou sendo mais Dudude do que Dudude Herrmann, não é? Mas vamos lá. Dois nomes: um apoia o outro. Quando é Dudude, voa muito sozinho, não é? (risos).

P/1 – E como é o nome inteiro da...

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Título: E eu era uma menina

Local de produção: Brasil / Belo Horizonte

Autor: Museu da Pessoa

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