Dona Maria Aparecida – GUERREIRA - é a palavra que a representa muito bem, filha de João Vigares e Rita Alecrim, tem seis filhos e nove netos, ama as músicas do Roberto Carlos, sua preferida é "O Portão". Essa persistente mulher aprendeu a trabalhar cedo e se lembra muito bem quando, em s...Continuar leitura
Dona Maria Aparecida – GUERREIRA - é a palavra que a representa muito bem, filha de João Vigares e Rita Alecrim, tem seis filhos e nove netos, ama as músicas do Roberto Carlos, sua preferida é "O Portão". Essa persistente mulher aprendeu a trabalhar cedo e se lembra muito bem quando, em sua juventude, nas horas de descanso, ariava panela de ferros com sabão de cinza caseiro, e nos faz lembrar do ditado: ‘‘mineiro quando descansa carrega pedra’’.
Eu em meu serviço tenho a honra de ser vizinha dessa personagem tão peculiar que, mesmo em meio a tantas dificuldades e barreiras que a vida lhe impôs, em momento algum desistiu, pelo contrário, olhava o problema de cabeça erguida e seguia em frente. Bem, vou lhes explicar melhor a história de minha amiga.
Dona Maria Aparecida hoje tem 59 anos e já passou por muitas coisas em sua vida, ela se estabeleceu em nossa cidade aos 14 anos com seu marido Heitor Vicente de Aguiar vindos de Itambacuri, para trabalhar no sítio do Sr. Paulo Emerick, estabelecendo residência na comunidade da Santa Rita.
Após alguns anos mudaram-se para o nosso município, aqui ela trabalhou na lavra de caulim, contudo, após dois anos eles voltaram para a comunidade da Santa Rita, trabalhando nas lavouras e no curral do Sr. Paulo Emerick, lá, grávida de oito meses, com a ajuda de seus filhos auxiliava seu marido em seus trabalhos, até que no dia 04 de maio de 1962 ao término de suas atividades ela e seus filhos foram para sua casa mais cedo enquanto seu marido ainda realizava algumas atividades.
Passado algum tempo ela nota sua demora e juntamente com a filha mais velha vão em busca dele nas casas vizinhas até que ouvem um reboliço por perto, quando se aproximam mãe e filha vêm o marido sendo segurado por um homem enquanto outro empunha uma arma e então ambas pedem para que não atirem nele por piedade de seu estado e por sua filha estar presenciando a cena e, mesmo assim, o criminoso
atira acertando e matando Heitor, tal terrível acontecimento faz com que nossa querida personagem perdesse seu bebê que estava prestes a nascer e martiriza sua filha mais velha que fica chocada ao presenciar o assassinato do pai.
Com a ajuda do dono da terra onde trabalhava nossa guerreira amiga, em meio ao turbilhão de acontecimentos que se sucederam em sua vida, se muda para a cidade e passa a trabalhar em casas de família como empregada, criando seus filhos com dificuldade com o auxílio de seus vizinhos e de sua muito querida amiga, comadre Zenide, que para ela foi como uma mãe, de sua cunhada Lucilina, que a amparou em todos os momentos difíceis e também do Sr. Antônio Xavier da Costa, conhecido como Lico, que cedeu a ela o terreno onde construiu sua casa e do Sr. Paulo Emerick que está lhe dando apoio sobre sua aposentadoria,
que segundo ela é um dos acontecimentos mais aguardados em sua vida, pois aí então ela poderá descansar e aproveitar sua família que é o seu maior bem.
É. Nossa personagem batalhou muito ao longo dos anos e está quase se aposentando e me narrou nesse pequeno bate papo que eu não poderia me esquecer de colocar aqui que ela agradece a todos que juntamente sofreram com ela e que caminharam junto com ela auxiliando-a nos momentos difíceis de sua vida, em especial a Deus que tem ouvido suas orações e que mesmo nos momentos em que ela pensou que não ia conseguir, não deixou que ela desistisse de sua caminhada.Recolher