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Por: Museu da Pessoa, 1 de junho de 2017

Desinventando e inventando

Esta história contém:

Desinventando e inventando

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Eu me chamo Washington Luís Olivetto, Washington Olivetto. Nasci na cidade de São Paulo, no dia 29 de setembro de 1951. Meu pai, muito jovem, resolveu não mais estudar para ganhar dinheiro. Foi ser vendedor, coisa que sem dúvida nenhuma mexeu muitos anos depois com a minha vida. Lígia, a irmã de meu pai, tinha uma obsessão por mim, por ser o único sobrinho. O casal Lígia e Armando não tinha filhos, então, eu era muito paparicado. Meu tio Armando era um fanático por futebol, por isso eu virei corintiano! Quando a minha irmã estava pra nascer, eu tive um problema que virou uma vantagem: uma enorme febre que não se sabia o que era e que me deixou quase um ano sem andar. Foi quando eu aprendi a ler e a escrever, com quatro pra cinco anos.

Eu estudei num colégio de freiras no primário. De lá eu saí para um colégio de padres, os Agostinianos. Como eu lia muito desde criancinha, escola pra mim sempre foi muito fácil. Tanto que eu entrei em tudo quanto era faculdade com 17 anos de idade, sem ter estudado. Quando acabei o ginásio, cometi um erro. Como todos os meus amigos iam pro curso Científico, eu fui. E fui um fracasso rotundo no primeiro ano! Quando chegou no segundo semestre, eu percebi que seria reprovado e me transferi para o curso Clássico de um colégio chamado Colégio Paes Leme, na Rua Augusta, que tinha umas meninas lindas na classe e só tinha coisa que eu gostava. Fui muito feliz por muito tempo. Eu lia muito e era uma coisa que desembocou na minha profissão: um bom fazedor de frases, o que, naturalmente, encantava quem eu queria encantar, fossem possíveis namoradinhas ou mães de namoradinhas. Eu era um menino de classe média, muito média, muito bem abastecido de privilégios de meninos de classe mais alta porque somava os esforços do meu pai com os paparicos da minha tia. Aí eu já saía muito. Eu já tinha uma relação muito forte com a galera da música popular. E fui ficando amigo de todo mundo.

Quando eu era pequeno,...

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Programa Conte Sua História

Depoimento de Washington Olivetto

Entrevistado por Rosana Miziara

São Paulo, 01/06/2017

Realização: Museu da Pessoa

PCSH_HV586_Washington Olivetto

Transcrito por Karina Medici Barrella

Revisado por Raquel de Lima

P/1 – Vou pedir para você começar do jeito mais prosaico: seu nome completo, local e data de nascimento.

R – Vamos lá. Meu nome completo, de vez em quando nem eu lembro... Eu me chamo Washington Luís Olivetto. Esse Luís, desde criança, eu meio que “desinventei”. Nasci na cidade de São Paulo, no dia 29 de setembro de 1951. É até curioso, porque dia 29 de setembro é o dia de São Miguel Arcanjo, aquele anjo que fez a anunciação. Portanto, eu só podia ser um publicitário, né? E curiosamente também, dia 29 de setembro é, no mundo inteiro, Dia do Anunciante. Ou seja, eu fui atropelado pela minha circunstância de vida. O meu nome Washington Luís, antes que você me pergunte, foi uma maluquice do meu avô Paulo Olivetto que era fã do presidente do Brasil, Washington Luís Pereira de Souza e passou a infância do meu pai convencendo meu pai que se um dia ele tivesse um filho, deveria ter o nome Washington Luís.

P/1 – Então, vamos começar. Já que você falou do seu avô paterno, como é o nome dos seus pais?

R – Meu pai morreu com o nome Wilson Olivetto, mas foi registrado com o nome Virso Olivetto. Meu avô era um caipira de Piracicaba que tentou falar Wilson e falou Virso. Minha mãe se chama Antônia Santorso Olivetto, isso é parte e pai. Parte de mãe, meu avô se chamava Gerardo Santorso e a minha avó, Lucia Santorso.

P/1 – Vamos falar um pouquinho sobre o seu pai e a sua mãe. Seu pai nasceu no interior ou nasceu em São Paulo?

R – Meu pai já nasceu em São Paulo. Meu avô Paulo nasceu em Piracicaba e meu bisavô Paulo teve a péssima ideia de nascer pobre em Portofino, na Itália, onde não existem pobres. Quando você nasce pobre em Portofino, mais do que um pobre, você...

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Título: Desinventando e inventando

Data: 1 de junho de 2017

Local de produção: Brasil / São Paulo

Autor: Museu da Pessoa

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