Desbravadora

Meu nome de batismo é outro. Antigamente os padres mandavam na cidade, e o padre queria que eu fosse Maria e batizou assim. Mas no registro não ficou assim. Meu nome é Maria; não está no registro, mas é Maria. A origem de minha família é como de muitos brasileiros, que é portuguesa. Eu so...Continuar leitura

Meu nome de batismo é outro. Antigamente os padres mandavam na cidade, e o padre queria que eu fosse Maria e batizou assim. Mas no registro não ficou assim. Meu nome é Maria; não está no registro, mas é Maria.
A origem de minha família é como de muitos brasileiros, que é portuguesa. Eu sou a vigésima segunda filha de meu pai. Quanto eu nasci eu já tinha sobrinhos, um monte de irmãos. As pessoas moravam todas juntas, mas quando se reuniam pras festas era uma grande bagunça. Até hoje é muita gente.
Eu fui acostumada numa casa que não tinha mais homens, porque meu pai morreu e só havia irmãs na casa na época, então eu acostumei a fazer todos os serviços de homens. Quando eu casei, que eu já estava em Fortaleza, meu marido se assustava porque eu sabia fazer tudo que na época deveria ser algo de homem.
Eu mudei muito pelo Brasil, morei em vários Estados. Eu acho isso muito interessante. Quando chego num Estado em que não conheço ninguém, isso me dá vida. Era como seu eu fosse desbravar. Meu marido trabalhava no Banco do Brasil e para crescimento pessoal dele a gente se mudava muito. Isso atrapalhou um pouco a vida da minha filha, porque deixava amigos, lugares, mas foi uma vida de desbravar lugares e pessoas mesmo.Recolher