EMEB Hermínio Pinheiro Júnior.
Depoente: Jorge Costa
Professora: Enedir Aparecida Melo
Turma: 4º ano – matutino
Depoimento Senhor Jorge Costa
O Senhor Jorge Costa nasceu em Lages e sua família tem origem na cidade de São Francisco de Paula, no Rio Grande do Sul. Era neto de escravos e...Continuar leitura
EMEB Hermínio Pinheiro Júnior.
Depoente: Jorge Costa
Professora: Enedir Aparecida Melo
Turma: 4º ano – matutino
Depoimento Senhor Jorge Costa
O Senhor Jorge Costa nasceu em Lages e sua família tem origem na cidade de São Francisco de Paula, no Rio Grande do Sul. Era neto de escravos e conta que sua avó foi pega com cachorro, pelo capitão do mato. Relatou que morava na rua São Joaquim, em Lages, num loteamento com mais seis famílias. Na infância brincava na rua com carrinhos de madeira, até às vinte e duas horas, todas as noites. Teve uma infância sofrida na época escolar, lembrou que ele e os irmãos usavam um calçado chamado conga, a qual era revezada entre eles. Comentou com um sorriso no rosto que o lanche que levava para a escola era polenta e café preto, preparado pela mãe.
- Que tempo bom! Disse ele.
Estudou no antigo normal, no colégio São Judas. Contou que seu material e lanche eram transportados em embalagens de arroz.
Começou a trabalhar bem cedo, vendendo picolé, pastel e engraxando sapatos para auxiliar na renda familiar. O seu pai era funcionário público, e por necessidade de pessoal para trabalhar no Corpo de Bombeiros, o sr. Jorge auxiliou uma vez em um resgate, onde ele teve o primeiro contato com a profissão, decidindo assim tornar-se bombeiro. Relatou também que um de seus irmãos entrou primeiro para a corporação e após ele também foi para Florianópolis, cursar a academia de bombeiros. Lembrou-se do carro com cobertura de lona, que transportava os trabalhadores ao qual chamavam de “cata jeca”. Em sua juventude o senhor Jorge frequentava festinhas nas casas dos amigos, onde alguns levavam alimentos e outros o aparelho de som.
Conheceu sua esposa no hospital onde ela trabalhava pois ele como bombeiro, estava por lá com frequência. Casaram-se, foram morar em Itajaí e tiveram duas filhas. Tempos depois, por problemas de saúde da esposa, retornaram à Lages e o senhor Jorge foi transferido para a corporação da cidade vizinha de Lages, chamada São Joaquim. Contou que um momento marcante da sua vida, foi o nascimento de sua primeira filha, pois na época estava frequentando academia do corpo de bombeiros e não pode estar presente, pois precisava garantir um futuro melhor para a sua família.
Lembrou que um dos obstáculos marcantes foi o fato poder vir para Lages, ver a família, por estar em serviço. Disse que é importante estar sempre preparado para enfrentar os problemas e não criar outros. Descreveu-se como uma pessoa solícita, que gosta muito de estar em grupo conversando, socializando, auxiliando quem dele precisa. Disse que se pudesse mudar algo do passado, seria o pouco tempo que dedicou a família. Falou que seu sonho era poder continuar trabalhando como bombeiro, apesar de sua aposentadoria. Após terminar seu depoimento, realizou algumas brincadeiras com os alunos, para que refletissem sobre a importância e a necessidade de aprender a ouvir um comando.Recolher