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Por: Museu da Pessoa, 27 de abril de 2014

Daniele gostava da cidade mas encontrou sua vocação no interior

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Daniele gostava da cidade mas encontrou sua vocação no interior

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Meu nome é Daniele Aparecida Serrão, nasci em Manaus, no dia 14 de fevereiro de 1976. Fui criada pelos meus tios e avós, lá no interior. Eu só nasci em Manaus e fui pra Itapiranga, interior, município de Manaus.

É, pra mim, eu acho que eu lidei muito bem com isso, porque a minha tia que me criou, ela me ensinou muita coisa. Então, hoje, eu já procuro ver que foi até bom passar por tudo isso, agora, eu acredito que eu faço a diferença. Eu sou uma das pessoas na sociedade que faz a diferença. Acho que a minha história, ela até serve pra muitos que vivem apegados a esse sofrimento a se desapegar e perdoar, porque a minha mãe biológica nunca me falou exatamente porquê que ela não quis me criar e criou os meus irmãos. Ela nunca me falou.

Eu estudei até a metade do fundamental lá no interior, vim pra Manaus com 13 anos, pra viver com essa mãe biológica.

Eu continuei estudando e já fui mesmo trabalhar. [IEBEM] era um programa infantil, eles pegavam essas crianças e arrumavam um trabalho dentro do distrito, que é a área industrial de Manaus. Trabalhava durante o dia, horário comercial e à noite, ia pra escola.

Eu me sentia muito presa, porque é o que a gente é no distrito, na verdade, é uma grande prisão, você passa o dia todinho preso dentro de uma empresa, ali você tem horário pra tudo, pra ir ao banheiro, pra sair, pra comer. Eu era uma criança, 13 anos, então eu me sentia muito presa. E dentro das empresas tem o grêmio, onde eles selecionam as moças pra representar esse grêmio, desfilando e eu fui uma dessas. Então eu passei a viajar muito com eles, desfilando e representando a fábrica. Eu era a rainha do grêmio

Eu achava muito interessante. Gostava mesmo, gostava. Acho que eu trabalhei o tempo no distrito que eu gostei. Depois, eu compreendi que não era bom mais continuar, que eu tinha que sair para me dedicar aos meus estudos. Como eu falei, o distrito tira toda a sua liberdade, porque muitas vezes a gente...

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Plano Anual de Atividades 2013 – Pronac 128976 Whirlpool

Depoimento de Daniele Aparecida Serrão

Entrevistada por Marcia Trezza e Eliete Pereira

Manaus, 27/04/2014

WHLP_HV022_Daniele Aparecida Serrão

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Mariana Wolff

P/1 – Daniele, nós vamos começar a entrevista, fala o seu nome completo.

R – Daniele Aparecida Serrão.

P/1 – Você nasceu onde?

R – Eu nasci em Manaus, na capital.

P/1 – Quando? Qual a data?

R – Eu nasci dia 14 de fevereiro de 1976.

P/1 – Qual o nome dos seus pais, Daniele?

R – O meu pai, eu não sei o nome dele. Eu não fui reconhecida por ele. A minha mãe é Raimunda Serrão.

P/1 – E ela trabalhava?

R – Trabalhava. Trabalhava na área industriária.

P/1 – Que tipo de indústria?

R – Ela trabalhava no distrito, em uma fábrica de bicicletas, Caloi.

P/1 – Que lembrança você tem dela, Daniele?

R – Da minha mãe?

P/1 – Quando você era criança, depois mais tarde.

R – Olha, eu tenho pouca lembrança da minha mãe, porque eu não fui criada por ela mesma. Fui criada pelos meus tios e avós, lá no interior. Eu só nasci em Manaus e fui pra Itapiranga, interior, município de Manaus.

P/1 – Com quem você foi pra lá, quem te levou?

R – Ela mesma, ela me levou e me deixou lá. E retornou pra Manaus.

P/1 – Ela deixou você na casa de quem?

R – Ela me deu pra uma família, uma família me criar. E essa família já me passou pra outra família, ai meu tio, que foram os meus tios que me criaram, fez ela ir me buscar na casa dessa família… É uma longa história.

P/1 – Mas é isso que a gente quer ouvir.

R – Aí parece que houve uma confusão familiar, né, parece que o meu tio forçou ela a ir me buscar. Ela foi, mas já não me encontrou nessa família, na qual ela tinha me entregado, já tava com outra pessoa. Aí quando foram me buscar, parece que eu tava doentinha, aí o meu tio me resgatou e me criou até os 13 anos.

P/1 – Esse tio...

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