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Por: Museu da Pessoa, 25 de setembro de 2020

Conversa de pescador?

Esta história contém:

Conversa de pescador?

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Nesse tempo, a gente não tinha televisão ainda.

Era.

Algum que tinha televisão era à bateria, quando começou as televisões de bateria.

Aí era aqueles que tinham dinheiro, que tinha dinheiro e a gente mais pobre não conseguia comprar.

A gente não tinha como.

.

.

a gente ia procurar dormir cedo.

Quando o velho não estava pelo mato caçando, estava conversando com a gente, contando caso e história, essas coisas.

Era.

E a gente escutando.

E, quando dava, a gente estava era dormindo! Porque a conversa era longa.

Muita coisa ele viu: Matinta Pereira assobiando no caminho, o lobisomem.

Foi.

O lobisomem eu vi mesmo, porque eu estava com meu tio no mato.

Eu estava com dez anos mais ou menos, quando a gente viu o roncado do porco e ele.

.

.

ele sentiu a gente.

Sentiu a gente, mas a gente estava alto pra ele pegar.

E meu tio não atirou também porque sabia que, se ele atirasse, ele vai morrer lá na casa dele, ele não escapa do lobisomem.

E lá onde a gente atira, ele não fica.

É história do pessoal, que contava assim, essas coisas.

Lobisomem pegava as mulheres no caminho assim e roía toda a saia dela, mordia tudinho.

Aí a mulher o pegava, que ela ia sempre fazer o carinho, o catar e tal e olhava os dentes dele, estava tudo cheio da coisa do pano.

Isso é história que a gente via os outros contar, né? Esse pessoal da antiguidade, como meu pai dizia.

Meu tio ia fazer essa caçada de noite, dava-se o nome, assim, de lanternar.

Aí ele disse: "Vamos, vamos lá botar, que está muito bonito lá o negócio, aí com certeza a paca vai varar lá".

Aí nós fomos, quando nós vimos aquele porcão roncando.

Nós estávamos, assim, em cima, na altura disso aqui, era bem-feitinho lá, mas aquele negócio roncando, roncando.

Foi.

Meu tio olhou... Continuar leitura

Dados de acervo

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Entrevista de Raimundo Cordeiro Espíndola Entrevistado por Lucas TorigoeBarcarena, 25 de setembro de 2020Projeto Memória de BarcarenaEntrevista número HYD_HV012Transcrito por Selma Paiva P1: Senhor Onofre, obrigado pela presença do senhor, tá? Obrigado pelo tempo.R1: Ok.P1: E qual que é o nome do senhor, onde o senhor nasceu e que dia que foi?R1: Meu nome de batismo, como se diz, porque o apelido de Onofre... é um apelido, né? Que sempre a gente tem esse apelido em casa, como se diz. Raimundo Cordeiro Espíndola. Eu ainda digo assim, quando eu vou assinar... quando alguém vai assinar, eu ainda digo: "D-O". Porque senão tem gente se escreve Espíndula, ((riso)) aí não cola. Meu documento está Espíndola. Então é isso. Onde eu nasci? Pois é, nasci na boca de um riozinho por nome Guajará da Serraria no Rio Mucuruçá direto. Que esse que é o Mucuruçá que vai, que o Rio Barcarena que diz era o Rio Mucuruçá. Aquela segunda ponte que passa, quem vai pra Barcarena, é esse riozinho.P1: E que dia foi? Que dia que foi?R1: Ah, que dia? O dia mais feliz do ano, dia 12 de junho de 1950. (risos) Dia dos Namorados ainda, pra acabar de inteirar.P1: O senhor nasceu no Dia dos Namorados?R1: Dia dos Namorados, foi.P1: E qual que é o nome da mãe do senhor?R1: O nome da minha mãe era Albina Santiago Cordeiro. Pai... é... Rapaz, esqueci o nome do meu pai. Apolinário... Apolinário Marques Espíndola.P1: E o como é que é a família da sua mãe? Eles são de onde, seus avós?R1: A família da minha mãe, os pais dela são de Irituia, Guamá, muito longe. Irituia é um lugar aí pra cima, no Guamá, muito longe, é.P1: Você se lembra o nome deles, como é que eles eram?R1: É... me lembro do nome do meu avô, que era Eutíquio. Eutíquio. Agora, sobrenome eu não sei. Não estou lembrado, né? Da avó era Maria Filomena.P1: O senhor conheceu os dois?R1: Só a velha, o velho eu não conheci. Quando eu me entendi, ele já tinha morrido.P1: E a sua avó, como é... Continuar leitura

Título: Conversa de pescador?

Data: 25 de setembro de 2020

Local de produção: Brasil / Barcarena

Autor: Museu da Pessoa

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