Cláudia Aparecida Barbieri, nome escolhido pela sua mãe, nasceu em Piracicaba, na Santa Casa de Misericórdia, no dia 7 de dezembro. Filha de Antônio Barbieri e de Rute José Aguado Barbieri é a mais velha de três filhos. Tem dois irmãos: Simone, que tem duas filhas – Clara, da qual é madrinha e Rafaela e José Antônio, que tem dois meninos, Enzo e Iago. É casada com Francisco, com quem mora. Infelizmente, como afirmou, não pode ter filhos, mas transfere seu amor e carinho pelas crianças nas figuras de seus sobrinhos e alunos da Escola Municipal “Padre Pedro Baron”, onde atua como diretora. Em sua infância teve o privilégio de conviver com os avós maternos e paternos, dos quais guarda com muito carinho as memórias de infância. Seus avós maternos – Paico e Feliciana – moravam num sítio, no bairro do Limoeiro, onde ela passava as férias quando criança. O avó Paico era bem alto e sempre que ia a casa dela levava doces e balas e contava histórias da vida dele; a avó Feliciana fazia jujus, que era disputados por ela e seus irmãos com as crianças do bairro. Seu avó paterno, Francisco, era mais bravo e gostava de contar as lendas como do Saci e do Lobisomem. Certa vez disse aos netos que encontrou um cavalo cheio de nós no rabo, coisa de Saci e de avô para assustar a criançada, em compensação sua avó Maria era mais tranquila. Passou uma parte de sua infância – até os 7 anos – numa casa que era de seu avô, em frente ao Largo da Capela São Luiz. Respeitava as regras de convivência e obedecia aos pais. Como seu pai trabalhava muito era ela quem ajudava a mãe em casa até no cuidado com os irmãos mais novos. Sua rotina era estudar, ajudar em casa, brincar com os irmãos e passear no sítio dos avós aos finais de semana. Quando estava com 8 anos a família mudou-se para a Avenida Francisco de Souza, na casa construída pelo pai onde morou até os 22 anos, antes de se casar. Era uma casa de esquina, a única na rua. Em...
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Cláudia Aparecida Barbieri, nome escolhido pela sua mãe, nasceu em Piracicaba, na Santa Casa de Misericórdia, no dia 7 de dezembro. Filha de Antônio Barbieri e de Rute José Aguado Barbieri é a mais velha de três filhos. Tem dois irmãos: Simone, que tem duas filhas – Clara, da qual é madrinha e Rafaela e José Antônio, que tem dois meninos, Enzo e Iago. É casada com Francisco, com quem mora. Infelizmente, como afirmou, não pode ter filhos, mas transfere seu amor e carinho pelas crianças nas figuras de seus sobrinhos e alunos da Escola Municipal “Padre Pedro Baron”, onde atua como diretora. Em sua infância teve o privilégio de conviver com os avós maternos e paternos, dos quais guarda com muito carinho as memórias de infância. Seus avós maternos – Paico e Feliciana – moravam num sítio, no bairro do Limoeiro, onde ela passava as férias quando criança. O avó Paico era bem alto e sempre que ia a casa dela levava doces e balas e contava histórias da vida dele; a avó Feliciana fazia jujus, que era disputados por ela e seus irmãos com as crianças do bairro. Seu avó paterno, Francisco, era mais bravo e gostava de contar as lendas como do Saci e do Lobisomem. Certa vez disse aos netos que encontrou um cavalo cheio de nós no rabo, coisa de Saci e de avô para assustar a criançada, em compensação sua avó Maria era mais tranquila. Passou uma parte de sua infância – até os 7 anos – numa casa que era de seu avô, em frente ao Largo da Capela São Luiz. Respeitava as regras de convivência e obedecia aos pais. Como seu pai trabalhava muito era ela quem ajudava a mãe em casa até no cuidado com os irmãos mais novos. Sua rotina era estudar, ajudar em casa, brincar com os irmãos e passear no sítio dos avós aos finais de semana. Quando estava com 8 anos a família mudou-se para a Avenida Francisco de Souza, na casa construída pelo pai onde morou até os 22 anos, antes de se casar. Era uma casa de esquina, a única na rua. Em frente passava o trilho e o trem de carga ainda circulava nessa época. Ali tinha a bica d’água, que existe até hoje. O gramado que foi revitalizado recentemente foi palco das brincadeiras com os irmãos e amigos. Brincavam na linha do trem e na bica d’água, onde tomavam banho. Depois que a linha foi desativada, foram instaladas manilhas para canalizar a água e ali era o melhor lugar para brincar de esconde-esconde. Na rua brincava de bola, carrinho de rolimã, de taco, de patins – que foi quando resolveu descer uma ladeira, levou um tombo e desceu rolando. Dentro de casa brincava de casinha e escolinha, sendo seus irmãos, as bonecas, o cachorro e o gato os seus alunos. Brincava com os primos nas reuniões de família, almoços, quando iam ao sítio, andar a cavalo. Certa vez levou um tombo do cavalo e ficou pendurada pela sela. A casa de sua infância já não existe mais, embora seus pais tenham voltado a morar lá depois da morte do avô. Eles demoliram a casa, que era muito antiga e construíram outra, onde vivem até hoje. Gosta de estar com a família até hoje e é muito unida com seus pais e irmãos para os quais sempre está presente. Lamenta que com o tempo a convivência com os tios e os primos tenha se reduzido, pois era muito comum brincarem e conviverem em especial quando se reuniam na casa dos avós. Não teve muitos brinquedos - só o pai trabalhava e a grana era curta. Ganhava presentes nas festas que a Dedini fazia para os filhos dos funcionários, entre eles bonecas e jogos. Nos seus 12 anos ganhou uma bicicleta no Natal, para brincar com os irmãos; guardou a primeira boneca que chamava Mãezinha, que depois deu para a afilhada, num Natal que ganhou um brinquedo bom que não era da Dedini. Os outros brinquedos era bola, panelinha, coisa de escolinha. Inventou um brinquedo ensinado pela avó – boneco de sabugo de milho, bolinha de gude, construir o taco, vai e vem e porquinho que eram os brinquedos que conseguiam construir.
Sonhava em ser médica pediatra, mas depois desistiu por conta de ver sangue e viajar de avião, que conseguiu realizar depois de adulta e ainda quer conhecer a Itália. Estudou da 1ª a 8ª série no José Romão que era considerada uma das melhores escolas de Piracicaba. Entrou aos 7 anos direto no primeiro ano. A escola exigia uniforme e nas aulas de Educação Física usava saia branca pregueada e shorts por baixo, Conga e não podia usar cabelo solto, era uma regra. Ia para a escola a pé e a mãe levava e ia buscar, começou a ir e voltar sozinha quando estava na 5ª série. Adorava estudar, sempre gostou muito. Fez o colegial na Escola “Monsenhor Jerônimo Gallo” e depois o magistério, seguindo então para a faculdade em Tatuí, onde cursou Pedagogia. Era uma aluna tímida quando criança, tinha um pouco de vergonha de ler, falar, participar, melhorou no ginásio e colegial por conta de outras atividades, inclusive apresentação de dança quando se apresentou com as amigas com uma coreografia da música “Não se reprima”, dos Menudos – fez o Rey. Suas matérias preferidas eram Língua Portuguesa - tinha boas notas de Redação e Artes, não gostava de muito de Matemática e Educação Física. De sua época de escola, recorda de quando ela e uma amiga - Martinha - na segunda série, gostavam do mesmo menino e um dia resolveram perguntar quem era a mais bonita. Ele disse as que duas viessem de cabelo solto no outro dia que ele falaria quem era a mais bonita. Chegou a escola de cabelos soltos e por isso foi para a diretoria, onde contaram a história e tomaram uma reprimenda por conta da travessura e quando ganhou um prêmio de melhor desenho. Recorda com carinho de duas professoras: Dona Benedita, do 1º ano, fez uma receita de brigadeiro gelado com os alunos, eles escreveram a receita e fizeram o doce na sala e a Dona Aparecida, do 4º ano, que montou o álbum Bem – me – Quer com as alunas; dos meninos foi o da Copa. E depois escreveram uma carta para pedir as figurinhas que estavam faltando. Ainda guarda esse álbum com ela. Sua vida escolar e as boas lembranças influenciou bastante em sua escolha profissional, mudando da ideia de ser médica para ser professora - a escola estava muito presente em sua vida, assim como o convívio com as crianças; foi cedo para o catecismo, foi catequista aos 10 anos e essas as experiências a levaram a profissão que exerce há mais de 22 anos. Cursou o Magistério que era gratuito na época e depois a faculdade de Pedagogia, fazendo a especialização em Gestão Escolar.
Teve uma juventude muito boa, começou a trabalhar muito cedo meio período de babá da vizinha e depois dos primos, foi registrada aos 15 anos em seu primeiro emprego formal – era secretária arquivista no Hospital dos Fornecedores de Cana. Trabalhava, estudava, saia com os amigos, fazia parte do grupo de Catequese, do Crisma, ia ao cinema, em bailinhos – brincadeiras dançantes nas casas dos amigos, na Lanchonete Jet Set e no Baixinho Lanches e no CAP – Clube Atlético Piracicabano, do qual ficou sócia aos 15 anos e frequentava piscina, brincadeiras dançantes, matinês. Estudou com vários pais de alunos que frequentavam os mesmos lugares. Suas músicas preferidas eram “Não se Reprima”, dos Menudos e “Macarena”, que não podia faltar nas festas. Foi uma jovem que respeitava e obedecia os pais “Aí se não respeitasse; o meu pai não era de bater, mas ele era bravo. Saia de casa com horário para voltar. Se passasse das 22 horas não tinha desculpa, ficava sem sair no próximo final de semana.” Declarou obedece até hoje, mesmo que não concorde pois o respeito é para sempre . Dois movimentos marcaram sua juventude – o das Diretas Já, que pedia pelo voto do povo pelo movo e o dos Caras Pintadas, quando os jovens pintavam o rosto de verde e amarelo e ganharam as ruas para protestar na época do impeachment do presidente Fernando Collor de Mello. Nessa época também passou a se engajar mais na parte política e chegou a viajar até Brasília num ônibus fretado para participar dos movimentos, muitos desses inspirados por Paulo Freire. Apontou como dificuldade o tempo muito curto entre sair do trabalho e ir para a faculdade em outra cidade, pois fazia seu trajeto de ônibus e muitas vezes tinha que optar pelo almoço, jantar ou banho para chegar a tempo.
Cláudia cita como as coisas mais importantes de sua vida a sua família, o marido, os pais, os sobrinhos e a escola. Nas palavras dela “A pandemia deu a oportunidade de valorizar mais a família e a convivência com os seus.” De acordo com seu marido, no entanto, a escola é a coisa mais importante – ciúmes de marido. Ela ainda tem sonhos a realizar: conhecer a Itália, especificamente Florença, de onde veio sua família paterna. De acordo com ela, é muito importante conhecermos nossas origens, a nossa história. Está se preparando economicamente e quando chegar a aposentadoria pretende ir ao país de seus antepassados.
Ao final, deixou uma mensagem aos alunos “Peço que vocês se empenhem nos estudos, se esforcem, está difícil mas não é impossível, vocês podem fazer o seu melhor. Respeitem e valorizem sempre seus pais e seus professores. Foi por causa dos meus professores, dos bons modelos e do respeito e obediência aos pais, mesmo que por vezes não concordando, valorizando a família e a escola que me sinto realizada. Vocês são muito capazes”.
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