Então, a Igreja dos Alagados surgiu assim: O Papa anunciou que vinha ao Brasil. O Papa anunciou que queria vir nos Alagados. Esses Alagados na Europa é conhecido! (...) Bom, aí, o Governo do Estado queria fazer um marco dentro da área dos Alagados para deixar no local. Aí combinou com o Dom Avelar, que era cardeal, como fazer esse marco e onde. Aí o cardeal me chamou e disse: “- O que é que acha? O governo quer construir uma igreja para o encontro com o Papa.” Eu disse: “ - Aí nos Alagados tem um morro bonito, com mangueira.”. E ele mandou uma comissão, conversaram comigo... (...) Aí nós fomos. Subimos a ladeirinha e tal… eu ajudei. Aí Dom Avelar combinou: “- Vamos fazer aqui nesse morro!” (...) Aí começa a obra. Todo domingo o bispo auxiliar vinha celebrar aqui na capela. Dom João de Souza Lima, ele era bispo emérito do Amazonas, de Manaus. Ele morou aqui como auxiliar de D. Avelar. Ele celebrava aqui. (...) Andava em cima das palafita. Daqui da capela até o padre Moura tinha que andar em cima das tábua. Aí o Papa chega, mas não chega, chega, mas não chega… Mês de maio e a obra não saia. Estava meio atrasada. Quando foi lá para o dia 5 de julho, fim de julho… fim de junho… São João… estava mais ou menos a obra. Naquele molhado ainda. Entregaram provisória. Botamos dentro da capela uns 30 bancos de madeira provisórios, e quando o Papa chegou, era aquela correria pra inaugurar a Igreja. Naquela sacadinha de tijolinho, o Papa saiu ali, pegou uma criança nos braço e levantou. Aí tinha um pote com água e o Papa abençoou o benzeu a igreja com essa água (...) Eu fiquei encarregado de decidir os convite, de distribuir os convite. Pra dentro da igreja iam só 300 pessoas. Então eu escolhi as idosas daquele bairro, as irmãs.. (...) Porque também toma muito sol lá fora. Era só 300 pessoas, por conta das credenciais. Esses papéis eram assinados pela polícia...
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Então, a Igreja dos Alagados surgiu assim: O Papa anunciou que vinha ao Brasil. O Papa anunciou que queria vir nos Alagados. Esses Alagados na Europa é conhecido! (...) Bom, aí, o Governo do Estado queria fazer um marco dentro da área dos Alagados para deixar no local. Aí combinou com o Dom Avelar, que era cardeal, como fazer esse marco e onde. Aí o cardeal me chamou e disse: “- O que é que acha? O governo quer construir uma igreja para o encontro com o Papa.” Eu disse: “ - Aí nos Alagados tem um morro bonito, com mangueira.”. E ele mandou uma comissão, conversaram comigo... (...) Aí nós fomos. Subimos a ladeirinha e tal… eu ajudei. Aí Dom Avelar combinou: “- Vamos fazer aqui nesse morro!” (...) Aí começa a obra. Todo domingo o bispo auxiliar vinha celebrar aqui na capela. Dom João de Souza Lima, ele era bispo emérito do Amazonas, de Manaus. Ele morou aqui como auxiliar de D. Avelar. Ele celebrava aqui. (...) Andava em cima das palafita. Daqui da capela até o padre Moura tinha que andar em cima das tábua. Aí o Papa chega, mas não chega, chega, mas não chega… Mês de maio e a obra não saia. Estava meio atrasada. Quando foi lá para o dia 5 de julho, fim de julho… fim de junho… São João… estava mais ou menos a obra. Naquele molhado ainda. Entregaram provisória. Botamos dentro da capela uns 30 bancos de madeira provisórios, e quando o Papa chegou, era aquela correria pra inaugurar a Igreja. Naquela sacadinha de tijolinho, o Papa saiu ali, pegou uma criança nos braço e levantou. Aí tinha um pote com água e o Papa abençoou o benzeu a igreja com essa água (...) Eu fiquei encarregado de decidir os convite, de distribuir os convite. Pra dentro da igreja iam só 300 pessoas. Então eu escolhi as idosas daquele bairro, as irmãs.. (...) Porque também toma muito sol lá fora. Era só 300 pessoas, por conta das credenciais. Esses papéis eram assinados pela polícia federal, segurança pro Papa. Na área toda, naquela área fora botei 1000. (...) 1000 pessoas. Todo mundo tinha que apresentar à Policia Federal pra poder entrar. A escada tava assim de gente! Quando chegava em cima não podia passar. E o Papa subiu a escada… No meio da escada, uma menina que escapoliu do meio da polícia, com um barquinho na mão… um barco desse tamanho, brinquedo de criança, correu para dar ao Papa. E a polícia pegou debaixo e a menina escapoliu e tudo. Aí ela deu ao Papa, o Papa abraçou ela e pegou o barquinho. Essa menina ficou num retrato da igreja muitos anos. Cadê aquele retrato? (...) A menina morava no Maçaranduba, e Dom Avelar teve o discernimento de ir mandando eu acompanhar ela. D.Avelar botou ela num colégio bom, botou no colégio das Mercês e ela fez vestibular. Hoje ela é assistente social. E eu continuei acompanhando depois perdi de vista, nunca mais vi. E ela casou-se, a mãe morreu e ela sumiu, ela tava querendo ir pra São Paulo. Numa festa da padroeira ela teve aqui, apresentamos ao povo tal e depois sumiu (...) (...) Como eu te falei, bem no centro da escada, antes de chegar na igreja pegamos sacos, folha de pitanga, pétalas de rosa branca e amarela e botamos assim escrevendo: “- Bem vindo Santo Padre”. As folhas assim coladas pedaço por pedaço.. Quem nos deu tudo para a igreja, pra ornamentar - flores, toalhas - foi a esposa do Governador (...) Flores naturais, fizeram um tapete de folha. Foi um trabalhão! Quando acabou tudo isso, eu estava arrasado!!!(...) Olha Suzana, choveu foi muito! Os alto falante ensopado.. (...) Ele passou aqui olha! De papamóvel na porta da gente (...) Aqui já era aterrado até lá. Não era urbanizado ainda, só tinha o aterro. (...) E às 4 horas da manhã, eu e ela [Joana, esposa] saímos pra dar um passeio. A nossa porta aí, tava de polícia de um lado e de outro da rua…(...) Segurança completa. A polícia na nossa rua, na nossa porta… (...) Foi um bom trabalho, mas cansativo.. (...) Valeu. Ficamos na história… fizemos a história. Aí viu, a menina do Papa desapareceu. Procurava nos retrato, nos recorte do estrangeiro. Dom Avelar ia andando pela Suiça e encontrou na casa de umas religiosa o retrato dessa menina em uma revista, revista estrangeira! E depois no resto dessa revista contando a nossa história! Nosso nome ta aí! As revista… sumiram. Se tivesse hoje hein?(...) Sumiu.
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