Quando eu saí da roça para a cidade, eu ampliei um pouco o meu campo de sonhos e tudo mais. E quando eu saí de São Desidério e fui para Luziânia, em Goiás, lá é um centro um pouco maior, não só o ambiente. Mas o fato de estar mais longe de casa também me levou a amadurecer em algumas áreas, em alguns relacionamentos, ouvir algumas coisas, relevar muitas coisas, porque eu não estava no meu habitat de proteção. Isso me ajudou a ter um autocontrole das minhas atitudes, ações, reações. E quando eu finalmente voltei, retornei em 77 para Barreiras, comecei a trabalhar em comércio local e depois fui para o banco, e de lá eu me criei para o grupo Mimoso, onde eu fui desafiado a vender uma cidade. (risos) Vender uma cidade, foi essa a proposta, porque quando o senhor Arnaldo abriu um posto em Mimoso, a ideia dele, em 1980, era de fazer uma cidade. Ele viu que era impossível fazer a cidade no meio do nada, aí ele abriu um posto de gasolina com o nome de Mimoso e abriu uma conta conosco no banco.
Eu era tesoureiro, e pensa em uma pessoa agradável para você estar junto; eu deixava o que estava fazendo no banco e ia atender ele. Só que em 86, por razões pessoais, pedi demissão do banco. Ele chegou no banco e não me achou; pediu para o genro dele me ligar e dizer: “Olha, diga para o Ivan que eu tenho uma cidade para ele vender para mim”.
Fiquei meio desnorteado naquele momento. “O que é que eu vou fazer? Eu nunca fiz isso na minha vida”. E como cristão eu peguei aquele mapa, estendi ele sobre a mesa, o primeiro mapa da cidade, que era o Loteamento Mimoso do Oeste. Coloquei as mãos sobre ele… Eu me lembro que fiz exatamente essa oração: “Deus, que esse lugar seja conhecido pelo teu nome.” Porque a soja já começava a despontar e outras coisas, mas o meu sentimento naquele momento era que Deus fosse o que sobressaísse nesse lugar mais do que qualquer outra coisa. E desde então eu tenho visto Deus abençoar essa terra de uma...
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Quando eu saí da roça para a cidade, eu ampliei um pouco o meu campo de sonhos e tudo mais. E quando eu saí de São Desidério e fui para Luziânia, em Goiás, lá é um centro um pouco maior, não só o ambiente. Mas o fato de estar mais longe de casa também me levou a amadurecer em algumas áreas, em alguns relacionamentos, ouvir algumas coisas, relevar muitas coisas, porque eu não estava no meu habitat de proteção. Isso me ajudou a ter um autocontrole das minhas atitudes, ações, reações. E quando eu finalmente voltei, retornei em 77 para Barreiras, comecei a trabalhar em comércio local e depois fui para o banco, e de lá eu me criei para o grupo Mimoso, onde eu fui desafiado a vender uma cidade. (risos) Vender uma cidade, foi essa a proposta, porque quando o senhor Arnaldo abriu um posto em Mimoso, a ideia dele, em 1980, era de fazer uma cidade. Ele viu que era impossível fazer a cidade no meio do nada, aí ele abriu um posto de gasolina com o nome de Mimoso e abriu uma conta conosco no banco.
Eu era tesoureiro, e pensa em uma pessoa agradável para você estar junto; eu deixava o que estava fazendo no banco e ia atender ele. Só que em 86, por razões pessoais, pedi demissão do banco. Ele chegou no banco e não me achou; pediu para o genro dele me ligar e dizer: “Olha, diga para o Ivan que eu tenho uma cidade para ele vender para mim”.
Fiquei meio desnorteado naquele momento. “O que é que eu vou fazer? Eu nunca fiz isso na minha vida”. E como cristão eu peguei aquele mapa, estendi ele sobre a mesa, o primeiro mapa da cidade, que era o Loteamento Mimoso do Oeste. Coloquei as mãos sobre ele… Eu me lembro que fiz exatamente essa oração: “Deus, que esse lugar seja conhecido pelo teu nome.” Porque a soja já começava a despontar e outras coisas, mas o meu sentimento naquele momento era que Deus fosse o que sobressaísse nesse lugar mais do que qualquer outra coisa. E desde então eu tenho visto Deus abençoar essa terra de uma forma tremenda; em momentos que o Brasil estava em recessão, aqui estava em ascensão. Uma coisa inexplicável! Costumo dizer que o céu é aberto nesse lugar.
No início da década de 90 nós começamos a nos preocupar com a emancipação. “Isso aqui tem que virar uma cidade!" Porque a gente já conhecia o potencial, o recurso era grande, mas não vinha nada para cá. Barreiras não estava nem aí para aqui, tudo que a gente conseguia era em Salvador, era através da associação de moradores, que eu tive o privilégio de fazer parte da primeira diretoria.
O nome que o fundador lançou foi Riacho Grande. Até acho um nome bonito, que tem tudo a ver, mas quem determinou o nome Mimoso do Oeste foram os moradores, os pioneiros. Eles não chamavam Riacho Grande, chamavam Mimoso, por causa do posto que era referência do local. E no final da década de 90, para que houvesse a emancipação, eles se viram obrigados a aceitar, muito a contragosto, essa mudança do nome para Luís Eduardo Magalhães; não tem nada que ligue a cidade a esse nome.
Eu vi meninos que eram frentistas e hoje são empresários. O cara vendedor de bijuterias que vivia com um monte de gente correndo atrás dele, xingando, hoje é empresário, tem empresas. Eles venceram na vida. Ver pessoas crescerem… Não tem coisa que mais enche o coração de uma pessoa do que ver aquelas… A soja, o milho, brotar da terra e aquilo ganhar pujança, produzir em larga escala; no meu caso, a minha plantação é gente. Isso é gratificante, eu me sinto um agricultor de gente.
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