Aconteceu comigo.
Um dia tranqüilo no atendimento dos correios em Palmeiras de Goiás, adentrou um jovem, lhe atendi recebi a mensalidade do baú, agradeci, mas ele não saiu, ficou me olhando, já desconfiei e perguntei.
-Algo mais desejas? Ele me respondeu na lata, como se diz por aqui:
-Voc...Continuar leitura
Aconteceu comigo.
Um dia tranqüilo no atendimento dos correios em Palmeiras de Goiás, adentrou um jovem, lhe atendi recebi a mensalidade do baú, agradeci, mas ele não saiu, ficou me olhando, já desconfiei e perguntei.
-Algo mais desejas? Ele me respondeu na lata, como se diz por aqui:
-Você acha que eu sou louco? Eu respondi, não sei. Por que me pergunta isso?
-Porque lá em casa, dizem que sou louco, meu avô disse que eu não bato bem e quero saber se é verdade da boca de outra pessoa. (sorri e pensei se o avô pensa assim, o que pensarei eu?).Daí eu disse:
-Vamos então fazer um “exame” para saber e comecei o exame com algumas perguntas.
-Você come merda? Rasga dinheiro? Anda nu pela rua? Põe o dedo na boca de cobra?
-Não, não, não, não Deus me livre! Ele respondeu. Prossegui então.
-Sabe o nome dessa cidade? Você estuda? Sabe quantos anos tem? Sabe o nome de sua mãe?
-Sim, sim, sim, e sim claro que sei.
Contei as respostas, não e os sim e dei o resultado do exame:
-Você pode até ser malandro, mas louco você não é ainda, até logo passar bem, tenho que ir almoçar, e ele sumiu...
Passados alguns dias, ele me apareceu de novo, (já pensei será que trouxe o avô para eu examinar, o que será que eu fiz meu Deus para merecer), Adivinhe! Me trouxe um livro de presente. Zezinho o dono da porquinha preta, do Jair Vitória. Eu agradeci e inicialmente recusei é infanto-juvenil não me atrai e como não tenho filhos, sugeri que desse para outro que seria bem melhor aproveitado, ele insistiu que fazia questão de me agradecer pela atenção do “exame”. Eu recebi e pensei, (mais um para empoeirar na prateleira). Fiz o que muita gente faz, na privacidade e acomodações do vaso, li uma página, me prendeu tanto a atenção que devorei todas as 127 páginas em um final de semana. Lendo esse livro descobri que: cada um tinha que lutar muito para conseguir o que queria. A vida não era moleza, mas também só devia ser dura para os moles. Percebi que tinha que lutar até o fim. Se não conseguisse, haveria de sair perdendo só depois de muita luta. E assim mesmo de cabeça erguida, na vida tudo tem seu tempo de duração. Tudo faz parte da ilusão de uma época. Não me arrependi, aprendi muito. Ainda hoje somos amigos, sempre que retorno à Palmeiras faço questão de visitá-lo. Hoje faço minhas as palavras do José Leonardo.
Peido Alemão
Os correios trabalhavam com grande número de estagiários do Programa Educando para o Futuro, um programa social do Governo.Trabalha também com PNEPortador de necessidades Especiais, em ambos encontrei seres humanos fantásticos e muitos felizes, aprendi muito com eles, muitos já desligaram do programa, mas a amizade verdadeira será para sempre.
Um dia, no horário de almoço de pouco movimento nenhum cliente, apenas empregados e os estagiários (Edier e Alessandro) e a PNE (Lena), de repente surge um mal cheiro, pra não dizer um fedor do cão que invadiu do atendimento até a minha sala e a do gerente, em princípio todos reclamaram ser de alguma fossa ou algo do gênero, quando percebeu, ela viu nos olhos dos estagiários e acusou
nervosa para mim.
-Foi o Edier e o Alessandro, tenho certeza.
-Lhe adverti. Como pode julgar assim? (quando vi os estagiários correrem) falando:
-Estamos lascados. (daí a Lena) disse:
-Eu não falei? Foram eles que colocaram fogo em um peido alemão debaixo do meu guichê de atendente, quase me mataram de fedor e todos ainda pensaram que fui eu que fiz o que não devia no local de trabalho.
Achei grave e resolvi levar ao conhecimento do gerente, Sr. Amarildo. Ele pigarreou e disse:
-Chame os dois aqui em minha sala. (Eu fiz e fui junto para ver a sentença). Os dois entraram cabisbaixos, envergonhados tremendo de vergonha quando o gerente perguntou:
-Onde vocês compraram isso? (responderam baixinho):
-Lá no mercado São Sebastião...(o chefe
tirou os óculos abriu a carteira e disse):
- Vão lá comprar um para mim e o troco pode lanchar. Kkkk
A Hérika secretária do chefe lascou um grito daqueles.
-Que ódio! Eu não acredito numa coisa dessas, mas que falta de respeito com as mulheres!
Eu quase morro de rir, a Lena voltou puxando a perna e reclamando.
-É por isso que ninguém agüenta o tal de adolescente...
Esse é meu chefe, e esse é apenas um dentre os tantos casos que aconteceram no meu trabalho.
A inauguração dos Correios
Em Fevereiro/2005, o gerente da Regional estava de férias, então eu assumi interinamente, fomos eu a Dasneves e o Kenneth para a solenidade de inauguração de uma agência recém criada na cidade de xxx, o prefeito por sua vez muito entusiasmado divulgou bastante com um carro de som, preparou foguetes, coquetel e a população compareceu em peso e o prefeito no meu pé, era seu Antônio para cá, seu Antonio para aqui, seu Antônio para acolá....E pouco falava no nome das senhorita Dasneves e do Kenneth (eu não entendia o porquê)
E minha colega Dasneves fazia apresentação do cerimonial, e dentre os combinados previamente para discursar era apenas eu, representando os Correios, um deputado, e o prefeito; Na hora H, eu e o deputado fomos prévios e muitos aplausos e alguns foguetes, quando chegou hora do último e mais esperado discurso que seria do prefeito ele começou assim:
-Quero cumprimentar o presidente da câmara, senhor fulano de tal, cumprimentar a diretora da Escola Estadual ilustríssima senhora, fulana, o senhor deputado xx, quero cumprimentar...(e quem, ele via na platéia foi cumprimentando e encompridando os cumprimentos e minha paciência encurtando), de repente ele com o microfone na boca, disse quero cumprimentar a senhorita...olhou para minha colega Dasneves, (que ele esqueceu o nome dela. É por isso que falava apenas o meu nome), cochichou no meu ouvido, sem desligar o microfone e sem afastar da boca. Disse assim:
-Seu Antonio, como é mesmo o nome dessa mocinha bonita do nome feio? Kkkk (e a platéia inteira ouviu isso, foi a maior gargalhada, o eletricista queimou os foguetes e rojões e estremecer o palco, aumentaram o som, daí eu quase não segurei o riso e a platéia aplaudiu daí eu disse):
-É Dasneves.
-Das o que seu Antonio?
-Neves, Dasneves (enfim ele entendeu).
-Ah! Sim...e prosseguiu, foi hilariante. A mocinha bonita do nome feio roubou a cena, e não tivemos outro assunto na volta e a galhofa aqui no escritório foi demais.
Para facilitar aqui nos correios a tratamos apenas DAS, mas não é delegacia ante-seqüestro, certo!
Ele é uma gatinha de arrepiar, loiríssima, educada e manhosa. “È a gatinha manhosa do Erasmo Carlos”kkk.
A Gafe
Sempre gostei do bom relacionamento com todos os colegas de trabalho. Integração é fundamental dentro e fora da Empresa, considero-os como família, sou padrinho dos filhos de vários colegas de trabalho. Almoçar na casa dos colegas de trabalho é costume meu; fazer elogios a um almoço gostoso e, dependendo da intimidade reclamar da demora para mim é comum. Aprendi com meu tio Manoel Pixita, já falecido, como elogiar a beleza de uma mulher com humor é interrogando. A senhora já foi louca algum tempo? Antes de se casar? Naturalmente, ela responde não. Eu afirmo, foi sim, quando se casou com um cara feio sem grana que ganha tão pouco, bonita assim fazendo comida tão gostosa, deveria estar louca, ou lá existiam poucos homens? Daí momentos hilariantes de muita graça... Fiz essa gracinha muitas vezes e dava certo.
Eu já conhecia e fiquei amigo de um certo colega, nos encontrávamos na regional e ele sempre me convidava para ir na casa dele almoçar e num “maldito dia” fui o tal almoço, antes não tivesse ido...
O churrasco transcorreu muito gosto e divertido, um bom pagode e a gente já tinha tomado umas boas biritas a esposa do meu amigo uma branquinha bonita dos pés ligeiro, que dizia muita graça; na hora da sobremesa tive a
maldita idéia e perguntei na frente de todos.
- A senhora, já foi louca?
- Não
- Foi sim...nesse momento (ela me interrompeu)
- Você esta enganado, a minha irmã esposa desse aqui sim ( e apontou para o marido da ex-doida), é que foi louca internada por duas vezes, mas já ficou boa, graças a Deus, até se se casou depois que ficou boa.
Quase tive um infarto, me engasguei com esse assunto.
- Ah! Sim, Graças a Deus (não tive coragem de dizer mais nada), fiquei vermelho e suado de vergonha, minhas pernas bambas, não tive jeito nem de ir ao banheiro. Ate hoje ela e o esposo meus amigos, não sabem que eu só queria elogiar e jamais tocar num assunto tão familiar e delicado. Que eles me perdoem sou mesmo desastrado...
O tal de Antônio
Aconteceu comigo.
Após a demissão de certo chefe de agência, fui transferido para lá para assumir a gerência, exatamente em Maio/95. Foi uma missão árdua para mim, desde adaptação a integração com a equipe; enfim muitas coisas deveriam mudar, entre os inúmeros problemas, tinha um adolescente terrível, tive que chamar atenção dele várias vezes, inclusive uma conversa franca com a mãe deste e explicar que caso não mudasse, eu teria que dispensá-lo. Então, “eu virei um monstro”, meu IBOP despencou... As pessoas recusavam me responder; bom dia até amanhã. Na rua ou no trabalho, me evitavam, cruzavam, atravessavam a rua e torcia o rosto. Eu, o profissional, certo do dever cumprido, até porque tinha o aval da minha gerencia, mas o pessoal, um pouco deprê, nunca me senti tão mal quando tentava fazer o melhor.
Certo dia quando eu estava fechando as portas para o almoço, chega uma velhinha (avó do menor problema, mas até então não nos conhecíamos), e foi assim que sucedeu-se a nossa conversa...
- Meu filho, sei que já está fechando, mas poderia me vender um papa tudo?
- Sim (resolvi fazer uma exceção)
- Poderia preencher para mim, esqueci meus óculos.
- Sim (fiz não de muita boa vontade, porque já havia passado do meu horário)
- Poderia marcar os números que já saíram?
- Sim (fiz com raiva, perdendo meu horário de almoço, e a velha conversando demais, de repente baixou a voz e em tom de segredo perguntou.)
- O chefão ta aí, meu filho? (também baixei a minha voz e respondi)
- Ah! Está sim.
- O tal de Antônio que veio dos inf....?
- Sim, é esse mesmo; a senhora que falar com ele?
- Não, não, Deus me livre, eu nem queria comprar papa tudo, eu só queria mesmo era ver a cara do tal, dizem que o bicho é ruim que só o diabo. Não sei como vocês agüentam trabalhar com gente ruim assim, meu filho.
- É muito fácil ver a cara dele, olha aqui a cara dele, (mostrei meu próprio rosto com o Indicador). Ela sem jeito se tossiu e disse.
- É você? (e correu, e eu corri atrás dela).
- A senhora esqueceu o seu papa tudo senhora e seu guarda-sol!!!! (que a entreguei na calcada). Hoje somos todos bons amigos, a primeira impressão NAO FOI A QUE FICOU, esqueceram o “tal” hoje sou apenas o Antonio.Recolher