José Kerches de Menezes, nasceu em catorze de janeiro de 1946, na cidade de Piracicaba. Sua família era constituída pelo pai, mãe e oito filhos, sendo seis homens e duas mulheres. Residiam na zona rural, no bairro Nova Suiça, onde morou até 1976, quando se mudou para o bairro Jaraguá, na zona...Continuar leitura
José Kerches de Menezes, nasceu em catorze de janeiro de 1946, na cidade de Piracicaba. Sua família era constituída pelo pai, mãe e oito filhos, sendo seis homens e duas mulheres. Residiam na zona rural, no bairro Nova Suiça, onde morou até 1976, quando se mudou para o bairro Jaraguá, na zona urbana. Quando criança, gostava de brincar de pata-choca, pega-pega, de jogar bola e de correr. O Sr. José frequentou a escola “Carlos Sodero”, no bairro Pau Queimado, onde aos nove anos concluiu o 4º ano de grupo (atual 5º ano do Ensino Fundamental). Naquela época, ele lembra, os alunos eram obedientes, mas quando não se comportavam a professora pegava a vara de marmelo e batia, sendo a primeira vez na lousa, a segunda na carteira e na terceira vez mandava os alunos para o escritório, lá o castigo era ficar ajoelhado no milho. Sr. José se comportava e nunca recebeu castigos na escola.
Quando voltava da escola, ajudava o pai na roça, carpindo, roçando e catando lenha para o fogão. Sr. José parou de estudar para ajudar a família na agricultura. Eles não tinham trator e o trabalho era pesado. Era hábito naquela época trocar mercadorias com os vizinhos e um dia, ele foi com seu irmão a uma fazenda, realizar a troca e na volta, com a caminhonete carregada de ovos sofreram um acidente na descida da serra, tendo o veículo capotado quatro vezes e quebrado a maioria dos ovos. Conseguiram voltar com o carro rodando e ao chegarem o pai ficou bravo, mas aliviado pelos filhos não terem se machucado. Sr. José optou por deixar a agricultura e foi trabalhar como pedreiro, profissão que exerce até hoje, mas devido às limitações da idade, não consegue realizar nem 20% do trabalho que fazia quando era jovem. Recentemente, durante seu trabalho, caiu da escada e se feriu levemente. Foi um grande susto.
Aos 27 anos de idade e após três anos de namoro, casou-se com a Senhora Marilene. Sr. José contou que o dia do casamento foi o dia mais feliz da sua vida. Continuam juntos até hoje e dessa união nasceram dois filhos. Hoje o casal possui dois netos e um bisneto. As maiores dificuldades encontradas na vida do Sr. José foram as situações de perda de pessoas queridas, entre elas os pais, os sogros e um filho, que faleceu há dez anos, vítima de lamentável acidente.
Ele vivenciou mudanças significativas durante a vida, relatou que o progresso trouxe coisas boas, mas não somente coisas positivas, pois hoje temos uma quantidade maior de roubos e drogas ilícitas. No bairro Jaraguá, onde se localiza a E.M. “Prof. Euclides Buzetto” e onde Sr. José mora há 45 anos, ele viu grandes mudanças. Antigamente tudo era mato e no terreno onde hoje é a escola havia uma horta e uma nascente. Ele comprou muita verdura nesse local. “Naquele tempo era gostoso porque não tinha ladrão, nem lixos pelas ruas e nem polícia precisava no bairro porque era bem tranquilo”, lembra Sr. José.
Entre os afazeres favoritos está a música, ele gosta de cantar, acompanhado pelo violão. Diariamente toma um golinho de pinga, para se sentir mais calmo. É uma pessoa religiosa e frequenta a igreja católica, agradecendo a Nossa Senhora Aparecida pelo dom da vida. Uma de suas características marcantes é o uso do chapéu. Gosta de viver e brincou que se tivesse remédio contra a velhice ele iria buscar. Ele acredita que se o povo se conscientizasse e deixasse de fazer o que não presta para fazer coisas boas, o mundo seria melhor. Sr. José aconselha as pessoas a serem humildes, igual Jesus foi, a saber perdoar, pedir licença e dizer obrigado. “A vida é uma luta constante, devemos lutar para o amanhã ser melhor que o hoje”, nos ensinou o Sr. José.Recolher